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Maioria das empresas portuguesas "fortemente descapitalizada"

por © 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Lisboa, 17 Nov (Lusa) - O presidente da Euronext Lisboa, Miguel Athayde Marques, considerou hoje que a maior parte das empresas portuguesas se encontra "fortemente descapitalizada", estando muito dependente da banca para financiar o seu crescimento.

Miguel Athayde Marques, que falava aos jornalistas à margem da sessão de abertura da "Semana Global do Empreendedorismo", considerou "muito preocupante" que as pequenas e médias empresas (PME), que constituem cerca de 97 por cento do tecido empresarial português, continuem a não se financiar no mercado de capitais.

"As empresas portuguesas têm níveis de capitalização, em termos de capital próprio, bastante inferiores em relação às suas congéneres europeias", afirmou.

"A maior parte das empresas portuguesas encontra-se fortemente descapitalizadas, ou seja, têm um volume de capitais próprios desajustado em relação ao seu volume de negócios", acrescentou.

Segundo o presidente da Euronext Lisboa, isto coloca em causa o crescimento destas empresas, que têm de recorrer à banca para financiar a sua actividade.

Athayde Marques considerou "preocupante" que as PME e mesmo as micro-empresas não recorram ao mercado de capitais para se financiarem.

O grupo NYSE Euronext, do qual faz parte a Euronext Lisboa, criou há três anos o Alternext, um mercado orientado para as PME e para as micro-empresas, mas até agora, das 128 empresas cotadas, não existe nenhuma portuguesa.

As 128 empresas do Alternext, provenientes na sua grande maioria de Paris, Bruxelas e Holanda, já conseguiram dois mil milhões de euros de capital, afirmou Athayde Marques.

"Infelizmente não temos nenhuma empresa portuguesa num país maioritariamente composto por pequenas e médias empresas", afirmou.

"Isto não deixa ser preocupante porque infelizmente não se pode crescer sem capitais próprios", acrescentou.

O presidente da Euronext Lisboa explica a resistência das PME portuguesas em recorrer ao mercado de capitais com "factores culturais" e "factores objectivos", como o modo como as empresas são geridas internamente, a disposição para passarem informações ao exterior e para partilhar liderança.

ACF.


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