Mário Lino garante construção de traçado perante acusações do PSD
O ministro das Obras Públicas garante que a proposta de traçado do TGV pelo corredor Chelas/Barreiro é "aquela que vai seguir". Mário Lino respondeu a Paulo Rangel, segundo quem o Governo optou por um traçado "que custa mais mil milhões de euros do que o traçado alternativo". A RAVE defende que a solução encontrada vai custar menos 360 milhões de euros do que a solução alternativa.
"Esse assunto já foi tratado, a comparação de vários traçados já foi feita", disse Lino, que acrescentou ter uma "grande" confiança no trabalho do Instituto Nacional de Engenharia Civil.
O ministro das Obras Públicas desvalorizou a derrapagem de 11 milhões de euros nas obras de construção dos Molhes do Douro e explica-a pelo atraso de dois anos na entrega da obra. O atraso implicou o pagamento de uma multa no valor máximo definido por lei, 20 por cento do total da obra, que aqui significa 4,7 milhões de euros.
Uma parte significativa do "deslize nos custos", cerca de oito milhões de euros, "corresponde a uma actualização dos preços", conclui o ministro, que prefere sublinhar a complexidade e inovação da obra de engenharia.
PSD denuncia "erro histórico" e aponta falhas na elaboração do traçado
O traçado para a construção da linha ferroviária de alta-velocidade entre Lisboa e Porto preferido pelo Governo, que mandou estudar percursos pela margem Norte do Rio Tejo, vai custar mais "mil milhões de euros" do que um traçado pela margem Sul do Tejo, sustentava ontem Paulo Rangel, presidente da bancada parlamentar social-democrata.
"Quando não se estudam alternativas, não há alternativas, comentou, alegando que o Governo não encomendou estudos sobre traçados de entrada em Lisboa pela margem Sul. Uma solução alternativa, segundo o PSD, "passa em Santarém, a Leste da Serra dos Candeeiros" e "tem uma bifurcação na margem Sul para Lisboa e Alcochete".
A Rede Ferroviária de Alta Velocidade (RAVE) comunicou, esta semana, a aprovação do Ministério do Ambiente ao traçado que liga Lisboa a Alenquer, com passagem por Loures e Vila Franca de Xira.
Carlos Fernandes, administrador da RAVE, defendia ontem que o traçado aprovado, que implica um percurso pela margem direita, custa menos 360 milhões de euros do que um traçado pela margem esquerda do rio, em vez dos mil milhões apontados pelo PSD.
A entrada do TGV pela margem direita é a "solução melhor, mais barata e mais funcional", defende Carlos Fernandes. Uma entrada do comboio de alta-velocidade na capital pela margem esquerda iria aumentar o percurso em 40 quilómetros, no total iria ficar com 330 quilómetros, e em 17 minutos.
O administrador da RAVE defende ainda que um traçado pela margem esquerda iria obrigar a direccionar para o novo aeroporto, em Alcochete, "todo o tráfego proveniente do Norte", prejudicando cinco milhões de passageiros que por ano viajam até Lisboa.
A construção da linha de comboio de alta-velocidade vai obrigar a um investimento de 3,8 mil milhões de euros. O Governo quer inaugurar a obra em 2015.