Munícipes da Figueira da Foz querem verbas para desporto, etnografia e animais

por Lusa

Figueira da Foz, Coimbra, 29 jul (Lusa) - As 15 propostas feitas em sede do Orçamento Participativo da Figueira da Foz para 2017 incidem maioritariamente em desportos náuticos e radicais, etnografia e apoio animal, revela a autarquia local num documento hoje disponibilizado à agência Lusa.

Segundo os mesmos dados, foram submetidas 15 propostas, que têm 11 munícipes como primeiro subscritor, nas quatro áreas geográficas em que o concelho foi dividido, cabendo a cada zona territorial um máximo de 75.000 euros de investimento.

Terminada a primeira fase, as 15 propostas serão agora avaliadas por uma comissão técnica (entidade que vai aferir da sua viabilidade, assegurando o cumprimento dos requisitos legais, técnicos e financeiros), responsável pela elaboração da lista final que será sujeita a votação dos munícipes recenseados no concelho, durante o mês de outubro.

Na área "Cidade", que abrange a freguesia urbana de Buarcos e São Julião, foram submetidas à análise da comissão técnica cinco propostas: uma de criação, no Mercado Municipal, de um `coworking` (espaço de trabalho em que os interessados partilham os recursos entre si), destinado a jovens empresários, artistas, criadores e empreendedores, que tem como primeira subscritora Maria Duarte; e outra, subscrita por Paula Anacleto, de criação de uma Casa Pedagógica destinada a alunos com necessidades educativas especiais na escola secundária Dr. Bernardino Machado.

Florbela Brisida propõe a criação de um Abrigo para Gatos de Rua e Nuno Trovão subscreve duas propostas, a construção de um `skate park` no Parque das Abadias e um projeto intitulado "Superação para Pessoas Especiais - Desporto para Todos", na praia do Forte, destinado a cidadãos com deficiência.

Na área denominada "Norte" (freguesias de Alhadas, Bom Sucesso, Ferreira-a-Nova, Moinhos da Gândara e Quiaios) concorreram apenas duas propostas: a construção ou aquisição de um prefabricado equipado para enfermaria de animais de rua e ações pedagógicas e de formação de crianças em idade escolar nas instalações da Associação de Proteção Animal da Figueira da Foz, novamente subscrito por Florbela Brisida; e a criação de um circuito de manutenção na Serra da Boa Viagem, que tem como primeiro subscritor Miguel Serras.

Na zona "Leste" (freguesias de Tavarede, Maiorca e Vila Verde) são três as propostas: o presidente da junta de Vila Verde, Vítor Alemão, é o primeiro subscritor da criação da Casa de Arte e Cultura local, Tito Magalhães propõe o Bici Campus - Centro de Aprendizagem de Bicicleta, em Tavarede, e Maomede Cabrá, dirigente do Rotary Club, a beneficiação do Parque Florestal Rotário Manuel Alberto Rei, na mesma freguesia.

Por último, na área "Sul" freguesias de Alqueidão, Lavos, Marinha das Ondas, Paião e São Pedro, os desportos náuticos, radicais e atividades de lazer estão em evidência, concentrando quatro das cinco propostas.

A exceção vai para o pintor Mário Silva, primeiro subscritor da criação do Museu Etnográfico de Lavos, que diz esperar 50.000 visitantes anuais.

Nuno Trovão volta a subscrever dois dos restantes projetos (um ligado ao surf adaptado nas praias da Cova Gala e Cabedelinho, outro na recuperação e alargamento do `skate park` da Cova Gala), Dulce Cardoso propõe, na mesma freguesia de São Pedro, um circuito de manutenção no parque de merendas e o escritor e surfista Gonçalo Cadilhe é o primeiro subscritor da proposta "Iluminar o Surf @ Cabedelo", que visa a iluminação do molhe sul do rio Mondego para permitir a prática de desportos náuticos, à noite, na praia adjacente.

A votação das propostas que forem validadas até final de setembro pela comissão técnica decorre em outubro e estará disponível a todos os munícipes que efetuem um registo "rápido, simples e gratuito" na página Internet do município.

De acordo com o regulamento, os munícipes só podem votar nas propostas da área territorial em que estão recenseados (Cidade, Norte, Leste ou Sul), embora pudessem apresentar projetos para qualquer uma das quatro zonas, o que leva a que existam subscritores que não podem votar na sua própria proposta.

Em nota de imprensa, o presidente da autarquia, João Ataíde, congratulou-se com o "nível de participação ativa" dos munícipes na edição 2017 do Orçamento Participativo, definindo-o como um "processo de alargamento democrático", e elogiou a "maturidade e qualidade" global das propostas apresentadas.

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