Nova vaga de despedimentos na Meta. Dez mil pessoas perdem o emprego

A Meta, de Mark Zuckerberg, anunciou o despedimento de mais 10.000 pessoas este ano, tornando-se assim a primeira gigante tecnológica a avançar com uma segunda ronda de demissões em massa em tempos recentes. Além disso, a empresa vai congelar as novas contratações.

Joana Raposo Santos - RTP /
No ano passado, os lucros da Meta caíram 41%, para 23.200 milhões de dólares (21.656 milhões de euros). Dado Ruvic - Reuters

As medidas fazem parte do plano "Ano de Eficiência" e foram divulgadas pelo presidente da Meta, dona das redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp. O documento prevê que a empresa cancele os planos para a contratação de 5.000 funcionários e elimine projetos de baixa prioridade.

"Durante a maior parte da nossa história, vimos um rápido crescimento das receitas ano após anos e tivemos os recursos para investir em muitos novos produtos. Mas o ano passado representou um alerta", escreveu Zuckerberg numa nota dirigida aos funcionários. "Penso que devemos preparar-nos para a possibilidade de esta nova realidade económica se prolongar por vários anos".


Numa publicação na sua página de Facebook, o dono da empresa escreveu que esta fase "vai ser dura e não há forma de a contornar". "Durante os próximos meses, os líderes organizacionais vão anunciar planos de reestruturação focados em compactar as nossas organizações, cancelar projetos de baixa prioridade e reduzir as taxas de contratações".No ano passado, os lucros da Meta caíram 41%, para 23.200 milhões de dólares (21.656 milhões de euros).

O objetivo final da reestruturação é "melhorar a eficiência organizacional, aumentar drasticamente a produtividade e as ferramentas dos programadores, otimizar o trabalho distribuído, descartar o lixo de processos desnecessários e muito mais", explicou Zuckerberg.

O diretor-executivo referiu ainda questões como supervisores com muito poucos funcionários a seu cargo e projetos que não justificam a sobrecarga organizacional que mobilizam de momento.

No final do ano passado, a Meta tinha já anunciado o despedimento de 11.000 trabalhadores, o equivalente a 13% da sua mão-de-obra. Segundo Zuckerberg, essa decisão teve como objetivo tornar a empresa mais ágil e eficiente e responder às mudanças no ambiente económico e empresarial.

No seu pico, a Meta teve 87.000 funcionários a nível global, tendo um número significativo destes sido contratado durante a pandemia de covid-19.

As gigantes tecnológicas têm sido afetadas pela inflação – provocada pela invasão russa da Ucrânia -, pela fragilidade do mercado publicitário e pelo aumento da concorrência.

No início deste ano, 12 tecnológicas mundiais já tinham anunciado a eliminação de mais de 74.000 empregos em 2023, sem contar com a redução anunciada pela Meta e Amazon, em novembro, de 21.000 pessoas.

c/ agências
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