Novembro chuvoso fez subir a quantidade de água em todas as bacias hidrográficas

O mês passado foi o terceiro novembro mais chuvoso em Portugal continental desde 2000, o que permitiu o aumento da água armazenada em todas as bacias hidrográficas do país.

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Foto: Nuno Tavares - RTP

A quantidade de água armazenada subiu em novembro em todas as bacias hidrográficas em comparação com o mês anterior, com quatro delas a ultrapassarem os 80 por cento do volume, avançou esta sexta-feira o Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos. A subida aconteceu num mês particularmente chuvoso, marcado pela passagem da depressão Cláudia.Os dados do SNIRH revelam ainda que os armazenamentos do último mês de novembro superam a média para este mês do ano desde 1990, exceto para as bacias do Ave, Mira e Ribeiras do Algarve.

Das 60 albufeiras monitorizadas, 19 apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80 por cento do volume total e quatro têm disponibilidades inferiores a 40 por cento do volume total”, indica o Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos.

As bacias do Oeste e Douro eram as que apresentavam maior volume de água, com 90,8 por cento e 81,7 por cento, respetivamente, seguidas das do Tejo (80,4 por cento), Guadiana (80 por cento), Cávado (78,6 por cento), Mondego (76,5 por cento), Arade (74 por cento) e Lima (71,9 por cento).

No final de novembro, a bacia do Barlavento era a que tinha menor quantidade de água, com 45,8 por cento comparativamente aos 44,4 por cento em outubro. Esta é a bacia que consecutivamente tem menos água, tendo passado anos com níveis críticos.

As bacias do Sado, com 51,5 por cento, Mira (53,7 por cento) e Ave (56,7 por cento) seguiam-se nas com menos contenção de água.

A cada bacia hidrográfica pode corresponder mais do que uma albufeira.Terceiro novembro mais chuvoso desde 2000
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o mês passado foi o terceiro novembro mais chuvoso em Portugal continental desde 2000 e o 13.º desde 1931.

Segundo o mais recente boletim climatológico mensal do IPMA, que se baseia numa análise preliminar dos dados disponíveis, novembro "foi muito chuvoso", com o total de precipitação a ser "muito superior ao normal", correspondendo a "cerca de 180 por cento do valor médio" no período de referência de 1991-2020.

Foram registados 15 novos extremos do maior valor de precipitação para novembro, dos quais cinco correspondem a extremos absolutos (verificados nas estações meteorológicas de Coimbra/Bencanta, Barreiro/Lavradio, Figueira da Foz, Leiria e Alcobaça).

O IPMA destaca a depressão Cláudia, caracterizada por chuva forte e prolongada, granizo, trovoadas frequentes e intensas e vento forte, e que causou três mortos, vários feridos e desalojados, bem como o tornado de Albufeira, em que "o valor do vento máximo instantâneo associado" foi estimado em 220 quilómetros por hora.

c/ Lusa
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