Economia
Peugeot-Citroën de Mangualde vai dispensar 350 trabalhadores
A fábrica Peugeot-Citroën de Mangualde vai dispensar 350 trabalhadores até ao final de março. A empresa já confirmou que vai acabar com o terceiro turno de produção, que tinha sido retomado em 2010. A fábrica, que empregava até agora 1250 trabalhadores, diz que a medida se prende com as previsões de quebra nas vendas e com a tentativa salvaguardar o futuro da fábrica.
Os trabalhadores foram informados da não-renovação dos contratos durante a noite de ontem, após terem terminado o turno laboral.
A notícia foi confirmada à Antena 1 pelo diretor financeiro da fábrica de Mangualde, Elísio Oliveira, que revelou que a decisão já estava a ser discutida internamente desde o final do ano passado, mas que a empresa decidiu aguardar pelas primeiras semanas de 2012 para avaliar a evolução da situação e ter uma “visão mais robusta” do desempenho da fábrica em 2011.
Justificando que o que está em causa é salvação da empresa e dos restantes postos de trabalho, Elísio Oliveira disse à Lusa que a Peugeot-Citroën (PSA) fez “tudo para prolongar a equipa até ao limite das nossas possibilidades, tendo em conta o mercado e a flexibilidade que tínhamos por via da bolsa de horas", mas que esta foi a única forma encontrada para “manter a empresa a funcionar em Mangualde".
Segundo o diretor financeiro da fábrica, a revisão dos programas de produção ficou a dever-se à “quebra das economias, nomeadamente europeias, quer no final de 2011, quer às perspetivas de crescimento quase nulo em toda a Europa".
Salientando que daqui em diante o futuro da fábrica “vai depender das oscilações do mercado, Elísio Oliveira não descarta porém que, “a prazo, quando a conjuntura melhorar, possamos ter de novo a oportunidade de retomar os níveis de emprego que temos atualmente". A partir de 2 de abril, a unidade do distrito de Viseu vai assim funcionar com dois turnos compostos por 900 trabalhadores.
A empresa garante ainda que serão cumpridos todos os compromissos legais e que os trabalhadores vão receber apoio caso decidam recorrer ao Instituto de Emprego e Formação Profissional.
Turno da noite trabalhava "até à exaustão"
O presidente da Comissão de Trabalhadores da PSA, Jorge Abreu, disse esta manhã à Antena 1 que a notícia foi transmitida aos trabalhadores de forma “vaga e sem argumentação nem grandes explicações”. Lamentando “profundamente” o destino dos colegas, Jorge Abreu diz que os trabalhadores do turno da noite “trabalhavam até à exaustão”, “muitas das vezes até num ato quase de exploração”.
A Comissão de Trabalhadores esteve reunida esta manhã com a administração da empresa para, tal como assegurou Jorge Abreu, “tentar encontrar todas as formas de evitar ao máximo aquilo que prejudique os trabalhadores”.
A administração das PSA tomou pela primeira vez a decisão de suspender o turno da noite em 2009, tendo dispensado na altura mais de 500 trabalhadores. O mesmo turno acabou por ser novamente retomado em novembro de 2010, para “fazer face às encomendas que naquele contexto de mercado nos eram favoráveis”, tal como explica Elísio Oliveira.
No ano passado a fábrica da Peugeot-Citroën apresentou resultados positivos, com uma faturação de 400 milhões de euros, resultado da produção de 57 mil carros, contra os 47 mil que saíram da fábrica em 2010.
As previsões do maior construtor automóvel francês apontam para uma descida dos números em 2012, facto que levou em outubro ao anúncio do despedimento de mais de cinco mil trabalhadores por toda a Europa.
A notícia foi confirmada à Antena 1 pelo diretor financeiro da fábrica de Mangualde, Elísio Oliveira, que revelou que a decisão já estava a ser discutida internamente desde o final do ano passado, mas que a empresa decidiu aguardar pelas primeiras semanas de 2012 para avaliar a evolução da situação e ter uma “visão mais robusta” do desempenho da fábrica em 2011.
Justificando que o que está em causa é salvação da empresa e dos restantes postos de trabalho, Elísio Oliveira disse à Lusa que a Peugeot-Citroën (PSA) fez “tudo para prolongar a equipa até ao limite das nossas possibilidades, tendo em conta o mercado e a flexibilidade que tínhamos por via da bolsa de horas", mas que esta foi a única forma encontrada para “manter a empresa a funcionar em Mangualde".
Segundo o diretor financeiro da fábrica, a revisão dos programas de produção ficou a dever-se à “quebra das economias, nomeadamente europeias, quer no final de 2011, quer às perspetivas de crescimento quase nulo em toda a Europa".
Salientando que daqui em diante o futuro da fábrica “vai depender das oscilações do mercado, Elísio Oliveira não descarta porém que, “a prazo, quando a conjuntura melhorar, possamos ter de novo a oportunidade de retomar os níveis de emprego que temos atualmente". A partir de 2 de abril, a unidade do distrito de Viseu vai assim funcionar com dois turnos compostos por 900 trabalhadores.
A empresa garante ainda que serão cumpridos todos os compromissos legais e que os trabalhadores vão receber apoio caso decidam recorrer ao Instituto de Emprego e Formação Profissional.
Turno da noite trabalhava "até à exaustão"
O presidente da Comissão de Trabalhadores da PSA, Jorge Abreu, disse esta manhã à Antena 1 que a notícia foi transmitida aos trabalhadores de forma “vaga e sem argumentação nem grandes explicações”. Lamentando “profundamente” o destino dos colegas, Jorge Abreu diz que os trabalhadores do turno da noite “trabalhavam até à exaustão”, “muitas das vezes até num ato quase de exploração”.
A Comissão de Trabalhadores esteve reunida esta manhã com a administração da empresa para, tal como assegurou Jorge Abreu, “tentar encontrar todas as formas de evitar ao máximo aquilo que prejudique os trabalhadores”.
A administração das PSA tomou pela primeira vez a decisão de suspender o turno da noite em 2009, tendo dispensado na altura mais de 500 trabalhadores. O mesmo turno acabou por ser novamente retomado em novembro de 2010, para “fazer face às encomendas que naquele contexto de mercado nos eram favoráveis”, tal como explica Elísio Oliveira.
No ano passado a fábrica da Peugeot-Citroën apresentou resultados positivos, com uma faturação de 400 milhões de euros, resultado da produção de 57 mil carros, contra os 47 mil que saíram da fábrica em 2010.
As previsões do maior construtor automóvel francês apontam para uma descida dos números em 2012, facto que levou em outubro ao anúncio do despedimento de mais de cinco mil trabalhadores por toda a Europa.