Previsão de lucro da Samsung arde com o Galaxy Note 7

por Carlos Santos Neves - RTP
Foi também cortada – em quatro por cento - a estimativa de vendas da Samsung Electronics para o terceiro trimestre Kim Hong-Ji - Reuters

O gigante tecnológico sul-coreano Samsung Electronics aplicou esta quarta-feira um corte profundo na estimativa de lucro para o trimestre de julho a setembro. O colapso do Galaxy Note 7, topo de gama dos smartphones, obrigou a uma subtração de 33,3 por cento, ainda assim para um montante equivalente a 4,1 mil milhões de euros.

Os casos crónicos de explosão ou combustão do mais avançado modelo dos smartphones da Samsung levaram esta semana a empresa sul-coreana a mandar parar a linha de produção. Pararam também as vendas do Galaxy Note 7. E aos detentores destes telemóveis foi pedido que os coloquem definitivamente de parte.
Cai igualmente a estimativa de vendas para o terceiro trimestre, neste caso em quatro por cento, para 37 mil milhões de euros.


Esta quarta-feira ficou selada, como se previa, outra decisão de fundo: o baixar da expectativa de lucros para o terceiro trimestre deste ano.

A Samsung Electronics espera agora encaixar um lucro operacional de 5,2 biliões de won, ou 4,1 mil milhões de euros. Na semana passada, a previsão era de 7,8 biliões de won, o equivalente a 6,2 mil milhões de euros.

Há cerca de um mês, a Samsung recolheu 2,5 milhões de unidades do Galaxy Note 7 em todo o mundo, respondendo assim a queixas de consumidores relativas à explosão da bateria de íon-lítio durante o carregamento. O problema é que as explosões persistiram com as unidades de substituição.

A multinacional asiática garante que os consumidores podem receber o dinheiro gasto nos telemóveis ou adquirir, com essa verba, outros produtos da marca.
A guerra da maçã

A tese mais disseminada entre os analistas associa o desastre do Note 7 – precipitado por um alerta da autoridade reguladora dos Estados Unidos para o perigo potencial do aparelho - à luta pela posição dominante no mercado dos smartphones. Ou seja, o lançamento do modelo pode ter sido acelerado para responder ao iPhone 7, da rival norte-americana Apple.

“Recentemente ajustámos o volume de produção e de saída para investigarmos de forma completa o controlo de qualidade, sendo o nosso principal objetivo colocar a segurança do consumidor como prioridade. Para o benefício e segurança dos consumidores, parámos as vendas e a produção do Galaxy Note 7”, afirmou a empresa num comunicado ontem conhecido.

A mais recente versão do Galaxy Note era tida como crucial para as folhas de cálculo da Samsung Electronics. Isto num segmento em que também as empresas chinesas constituem uma fonte de crescente pressão.

c/ agências
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