Primeiro-ministro diz que "esforço de investimento" na Defesa "não tem paralelo" em Portugal
O primeiro-ministro afirmou hoje que o investimento em Defesa atual e nos próximos anos "não tem paralelo em Portugal", e considerou-o "um pressuposto" para manter quer os valores da paz, quer para continuar o desenvolvimento económico e social.
Luís Montenegro falava no início de um almoço convívio com os militares portugueses da primeira Força Nacional Destacada (FND) na Eslováquia, que se encontram naquele país no âmbito de uma missão da NATO.
"O esforço que estamos a fazer neste momento e que vamos fazer nos próximos anos não tem paralelo na nossa história", afirmou, destacando o investimento quer nas carreiras dos militares, quer nos equipamentos.
Montenegro justificou que esse investimento está ser feito em nome da autonomia e soberania nacionais e pelas garantias dadas aos aliados em organizações internacionais, como a NATO, salientando que a Europa enfrenta hoje uma realidade "que estava talvez um pouco adormecida, que é a realidade do perigo".
"Da ameaça, da ofensa, da agressividade aos seus valores. Ou dito de uma maneira ainda mais simples, da existência de inimigos, da existência verdadeiramente de inimigos", afirmou, numa referência à invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022.
O primeiro-ministro considerou que o investimento na defesa "é um pressuposto" para poder sustentar despesas com o Estado Social, em áreas como saúde, educação ou habitação.
"Este investimento é um investimento consciente, é um investimento que nós não queremos que prejudique o desenvolvimento económico e social do país, mas que é determinante para que nós possamos ser um país desenvolvido e um país que dá oportunidades a todos", afirmou.
Montenegro quis aproveitar esta ocasião para dizer aos portugueses que, para que haja uma economia mais forte, Portugal tem de ser um país seguro.
"Temos de ter as garantias de que não vai haver campanhas de manipulação, de desinformação hostis dos nossos inimigos a condicionar a nossa democracia", sublinhou.
Tal como tem defendido várias vezes, Luís Montenegro sublinhou que o investimento em defesa pode repercutir-se na economia e indústria portuguesas.
"Nós vamos ter em Portugal, nos próximos anos, indústria nesta área, seja ao nível aeronáutico, seja ao nível de munições, seja ao nível de veículos, seja ao nível de componentes, seja ao nível de todas as outras áreas que são necessárias da prestação de serviços, da comercialização, da indústria que é necessária para alimentar esta base industrial de defesa que estamos a construir", disse.
No final de novembro, o Conselho de Ministros aprovou a candidatura formal de Portugal ao programa europeu de empréstimos para a Defesa SAFE, no valor de 5,8 mil milhões de euros.
Montenegro destacou que este investimento vai ser também utilizado para recuperar e rejuvenescer "equipamentos emblemáticos que outrora foram já muito estratégicos para Portugal, como por exemplo o Arsenal do Alfeite", o que já tinha sido anunciado pelo ministro da Defesa.
Acompanhado pelo ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, e pelo Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), general José Nunes da Fonseca, o chefe do Governo chegou, vestindo um casaco camuflado, cerca das 14:15 à base militar de Lest, situada a cerca de duas horas e meia da capital da Eslováquia, e onde estão cerca de 120 militares portugueses.
À chegada, decorreu uma breve cerimónia militar, seguido da assinatura dos livros de honra e de uma troca de lembranças institucionais.