“Sérias deficiências” de segurança impedem paquete Funchal de sair da Suécia

por RTP
Paquete Funchal retido no porto de Gotemburgo devido a "sérias deficiências" a nível de segurança DR

O paquete Funchal está desde terça-feira impedido de sair do porto de Gotemburgo, na Suécia, depois de terem sido detetadas “sérias deficiências" a nível de segurança, o que levou as autoridades portuárias a impedir que o barco prosseguisse a terceira parte da sua viagem inaugural. O Funchal deixou o porto de Lisboa no passado dia 6 de agosto numa viagem inaugural, depois de ter estado vários meses em obras e ter sido recuperado. Dos 400 passageiros que estavam a bordo, 150 já terão abandonado a embarcação.

Uma inspeção de rotina, depois de uma viagem de 12 dias no Cabo Norte, terá detetado dezenas de defeitos técnicos no navio, entre os quais problemas com equipamentos salva-vidas, portas estanques que não fecham devidamente, problemas com fogo e conhecimentos de segurança inadequados por parte da tripulação, a informação é avançada hoje pelo Jornal de Notícias.

“Encontrámos sérias deficiências no navio. Havia tanta coisa que decidimos cancelar a inspeção”, afirmou o inspetor principal da Agência de Transporte Marítimo a um jornal sueco. A inspeção foi suspensa até que todos os problemas fossem reparados, tendo de decorrer nova inspeção para que a continuação da viagem seja autorizada.

“Eles estão a tentar reparar o problema. É possível que consigam recuperar tudo hoje mas depois é preciso haver uma nova inspeção e isso demora um pouco mais. Não tenho ideia ou informação de quanto tempo é que isso poderá demorar”, afirmou, na quarta-feira à tarde, ao Jornal de Notícias Johan Helmer, representante da Portuscale Cruises no Gotemburgo. No entanto, ontem o paquete Funchal continuava atracado no porto sueco.

Numa mensagem publicada o site Portuscale Cruises e assinada pelo chairman Rui Alegre, pode ler-se: “Entretanto, foi descoberto um problema elétrico de ligação entre a ponte e duas das quinze portas estanque, bem como uma das estações de incêndio. Informámos as entidades oficiais acerca destas duas situações e a partida do cruzeiro dos Fiordes foi suspensa até que estas questões fossem resolvidas”

“Todas as obras têm pequenos ajustes que precisam ser efetuados. Situações destas acontecem e foram de imediato tomadas todas as medidas para as resolver. A Portuscale Cruises está a envidar todos os esforços para resolver estas anomalias, tendo todos os meios, técnicos e tripulação disponíveis a bordo, de modo a assegurar a mais rápida resolução destas e apresentar com orgulho o maravilhoso navio que é o Paquete Funchal”, acrescenta a mensagem.

A bordo do navio estariam cerca de 400 passageiros, cerca de 150 terão optado por deixar a embarcação, visto que não há qualquer indicação de quando é que a viagem (inicialmente de sete dias) poderá ser retomada. Os passageiros que abandonaram o paquete estão a ser ressarcidos do valor pago, que pode variar entre os 1020 euros por um deck interior e os 2900 por uma suite.

O paquete Funchal foi inaugurado em 1961 e fazia parte da marinha mercante portuguesa, tendo estado parado durante três anos. Foi entretanto comprado pela Portuscale Cruises que investiu 10 milhões de euros na sua recuperação. A 6 de agosto, depois de estar vários meses a ser recuperado, partiu do porto de Lisboa para uma viagem inaugural de sete dias aos Fiordes da Noruega. A próxima viagem seria de oito dias na Escócia, com partida a 2 de setembro.
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