Sindicatos da aviação falam em adesão expressiva

Quatro sindicatos do setor da aviação reafirmaram hoje a sua oposição às mudanças laborais propostas pelo Governo e elogiaram os trabalhadores desta área por terem exercido o direito de greve de forma expressiva.

Lusa /
Pedro Nunes - Reuters

Num comunicado conjunto, Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) e o Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (Sitema) consideram que "os trabalhadores da aviação civil deram uma lição de democracia ao Governo português", ao reafirmarem "nesta greve geral que as questões de segurança na aviação não são coisa com que se brinque".

Considerando que o anteprojeto Trabalho XXI é "um retrocesso civilizacional", os quatro sindicatos afirmam: "A instabilidade laboral e a insegurança no emprego não rimam com a segurança de voo".

"Dissemo-lo anteriormente e reafirmamos agora que não aceitamos que se ponha em causa o que foi conquistado com décadas de rigor e responsabilidade", acrescentam.

Para os signatários de uma posição que surge um dia depois de uma greve geral que teve forte impacto no país, a primeira paralisação a juntar as duas centrais sindicais, CGTP e UGT, desde junho de 2013, altura em que Portugal estava sob intervenção da `troika`, é altura do Governo "tirar as devidas ilações".

"Seria muito importante que pelo facto de termos exercido o direito à greve e de uma forma muito expressiva, só por si fosse suficiente para fazer refletir os autores do anteprojeto sobre o conteúdo e a oportunidade para lançarem esta discussão. Essa seria uma posição adulta que certamente seria apreciada por todos os trabalhadores portugueses", referem.

Reiterando que têm uma "posição é clara" sobre o pacote laboral e repetindo que "em causa estão direitos há muito conquistados", os sindicatos do setor da aviação exigem ser "democraticamente ouvidos" para "em conjunto encontrar caminhos para que a voz dos trabalhadores seja respeitada".

 Na quinta-feira, o Governo, através do ministro da Presidência, Leitão Amaro, considerou insignificante a participação na greve, e estimou a adesão entre os 0 e os 10%.

A CGTP reclamou que três milhões de trabalhadores aderiram à greve e a UGT estimou uma adesão de 80%.

Esta foi a primeira greve geral convocada pela CGTP e UGT em 12 anos e afetou setores como transportes, escolas, hospitais e centros de saúde.

 

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