UGT destaca momento infeliz do Governo quanto ao cálculo das pensões

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, considera que este foi um momento infeliz por parte do Governo e pede ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que esclareça em definitivo o país quanto ao cálculo das pensões de reforma. Em causa está o facto de ter sido tornado público um documento da Comissão Europeia que afirma que o cálculo deverá ser indexado à evolução demográfica e económica.

Sandra Henriques /

Foto: Manuel de Almeida/Lusa

“O próprio Governo tem que urgentemente clarificar o país, clarificar os portugueses, e acima de tudo a matéria da Segurança Social, do cálculo das pensões de reforma e da sua indexação devem ser discutidas em sede própria, na concertação social, se é que querem ouvir os parceiros sociais”, afirma Carlos Silva à Antena 1.

O dirigente da central sindical ressalva que não gostaria de discutir o assunto na praça pública, mas acrescenta que o Executivo não agiu de forma correta. “Achamos mais uma vez que o Governo, com o devido respeito, cometeu uma imprudência – para não dizer uma coisa pior – perante o país ao atirar com a barriga para a frente uma situação que afinal constava no relatório da 11.ª avaliação. Acho que é um momento muito pouco feliz por parte do Governo português”, sublinha.

A fórmula de cálculo das pensões em questão foi adiantada há duas semanas a alguns jornalistas num encontro com o secretário de Estado da Administração Pública, José Leite Martins. Na altura as notícias citavam fonte oficial do Ministério das Finanças, só que foi posteriormente desmentida pelo primeiro-ministro.

Passos Coelho acusou a imprensa de especulação e acabou por ser revelado que a fonte em causa era Leite Martins. Ouvido no Parlamento sobre o assunto na passada semana, o secretário de Estado recusou prolongar as declarações sobre o tema.


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