Volume de negócios do setor do comércio sobe 3,6% para 201,8 mil ME em 2024
O volume de negócios do setor do comércio aumentou 3,6% em 2024 face a 2023, para 201.800 milhões de euros, tendo aumentado a margem comercial global em 6,2% para 37.400 milhões, divulgou hoje o INE.
De acordo com as "Estatísticas do Comércio - Inquérito às Empresas de Comércio" do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2024, o setor do comércio contava com 218,8 mil empresas, mais 0,7% do que em 2023, e com 860,6 mil trabalhadores, um aumento de 2,2% face ao ano anterior.
O total de remunerações no setor ascendeu a 13.900 milhões de euros, um aumento homólogo de 8,4%, e o valor acrescentado bruto (VAB) atingiu 28.300 milhões de euros (+6,9%), enquanto a margem comercial por empresa se fixou em 171.000 euros (+5,5%).
Segundo o INE, na atividade de comércio automóvel verificaram-se acréscimos de 7,1% no volume de negócios e na margem comercial global (7,0%) e por empresa (3,5%), enquanto o pessoal ao serviço cresceu 4,4%.
No comércio por grosso também houve aumentos, quer no volume de negócios (1,8%), quer na margem comercial global (4,6%) e por empresa (3,8%) e no pessoal ao serviço (1,9%).
Já no comércio a retalho, o volume de negócios cresceu 4,7%, tendo também crescido a margem comercial global (7,6%) e a margem comercial por empresa (7,8%), enquanto o número de pessoas ao serviço nestas empresas subiu 1,8%.
Em 2024, as empresas com unidades comerciais de dimensão relevante (UCDR) concentraram 41,8% do volume de negócios e 30,1% do pessoal ao serviço das atividades de comércio a retalho a que pertencem, embora representassem apenas 0,4% do número de empresas (igual a 2023).
Os dados do INE indicam ainda que, no ano passado, as empresas do setor do comércio representavam 13,9% do total de empresas não financeiras, menos 0,5 pontos percentuais face a 2023, sendo responsáveis por 35,3% do volume de negócios do total destas empresas, um recuo de 0,1 pontos percentuais.
A proporção de pessoal ao serviço no setor do comércio diminuiu 0,4 pontos percentuais face a 2023, fixando-se em 17,4% do total, tendo a representatividade da margem comercial aumentado para 71,6% (69,4% em 2023).
Segundo o instituto estatístico, o setor do comércio continuou em 2024 a registar valores médios anuais superiores aos do conjunto do setor empresarial global (total das empresas não financeiras), tanto ao nível do pessoal ao serviço como da faturação média por empresa.
O número médio de pessoal ao serviço por empresa de comércio fixou-se em 3,9 trabalhadores (tal como em 2023), enquanto na globalidade das empresas não financeiras o valor se manteve em 3,1 trabalhadores por empresa (igual em 2023).
O volume de negócios médio por empresa de comércio foi de 922.400 euros (896.000 euros em 2023), mais do dobro do valor médio realizado pelo total das empresas não financeiras (362.400 euros; 364.400 euros em 2023).
Analisando o período entre 2010 a 2024, o INE nota que, apesar da diminuição de 13,0% no número de empresas do setor do comércio, os principais indicadores financeiros "evidenciaram aumentos assinaláveis", nomeadamente de 53,0% no volume de negócios, de 66,1% no VAB e de 82,1% na margem comercial por empresa.
Já no pessoal ao serviço verificou-se um acréscimo "mais contido", de 5,9%.
Em 2024, o setor do comércio era constituído maioritariamente por empresas individuais, nas quais se incluem empresários em nome individual e trabalhadores independentes, embora se tenha observado uma ligeira diminuição dessa proporção (51,2%; 51,3% em 2023).
Por sua vez, a proporção da faturação gerada por sociedades continuou a aumentar em 2024 (97,6%; 97,4% em 2023), assim como a proporção de trabalhadores em sociedades (85,5%; 85,2% em 2023).