Número de colocados na primeira fase do ensino superior volta a descer

O número de alunos que entrou este ano para o ensino superior na primeira fase de candidaturas voltou a diminuir, depois de no ano passado ter caído pela primeira vez desde 2005. Foram colocados 40.415 alunos nesta fase, tendo-se apresentado a concurso 45.078 estudantes. A descida das médias nos exames do secundário já se fez sentir: há menos cursos onde o último colocado teve nota acima de 15 valores e caíram também as últimas classificações nos cursos com as médias de entrada mais elevadas.

Mara Gonçalves, RTP /
RTP

Consulte o resultado em cada par instituição/curso (número de vagas, número de colocados, nota de candidatura do último colocado através do contingente geral e vagas sobrantes para a segunda fase).

De acordo com a Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), foram admitidos 40.415 novos estudantes na primeira fase de candidaturas este ano, ou seja, 89,7 por cento dos 45.078 alunos que se candidataram a uma vaga nas licenciaturas e mestrados integrados do ensino superior público, universitário e politécnico.

Pelo segundo ano consecutivo, e invertendo a tendência que se verificava desde 2005, diminuiu o número de estudantes admitidos nesta fase: menos 1.828 do que em 2011. Contudo, se no último ano o número de alunos que não conseguiu entrar também tinha sido o mais baixo dos últimos anos, em 2012 voltou a subir: 4.663 estudantes não tiveram vaga nos cursos que queriam. Foram inicialmente abertos 52.298 lugares, número que desceu pela primeira vez em nove anos.

Para a segunda fase do concurso sobraram 12.306 vagas, o número mais alto desde 2005. As candidaturas a esta fase decorrem entre 10 e 21 de setembro e os resultados são divulgados no dia 27.
Notas dos últimos classificados baixaram
Notas para Medicina caíram
As notas de acesso aos cursos de Medicina foram algumas das classificações onde se registou uma quebra relativamente ao ano passado. A mínima situou-se agora nos 17,8 valores na Universidade dos Açores.

A nota mais alta - 18,35 valores - verificou-se em ambos os cursos lecionados na Universidade do Porto: Faculdade de Medicina e Instituto de Ciências Médicas Abel Salazar. No ano passado as notas tinham sido de 18,63 e 18,55 respetivamente.

A Universidade do Minho teve a segunda nota mais alta de acesso (18,25 valores), embora duas décimas a menos que no ano passado.

Em Lisboa, o curso da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa teve nota de entrada de 18,05 (no ano passado foi 18,2) e o da Universidade Nova de Lisboa de 17,95 (18,12 em 2011).

A nota mínima de acesso ao curso na Faculdade de Medicina de Coimbra (18,13) foi menos 0,25 pontos do que em 2011.
Metade dos 1.122 cursos existentes já ficou com todas as vagas ocupadas na primeira fase. As Escolas Superiores de Enfermagem de Coimbra, Lisboa e do Porto e a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril já têm todos lugares atribuídos e seis universidades têm mais de 90 por cento das vagas ocupadas (Porto, ISCTE, Técnica de Lisboa, Nova de Lisboa, Coimbra e Minho). A Universidade do Porto foi de longe a mais desejada: 7.436 alunos colocaram-na em primeira opção na candidatura para uma das 4.160 vagas existentes.

Apenas 57 cursos não tiveram um único colocado e 440 cursos tiveram menos de 20. Os Institutos Politécnicos de Tomar (27%), Bragança (30%), Portalegre (33%) e Guarda (38%) tiveram as menores taxas de ocupação nesta fase.

Entre os candidatos admitidos, 54 por cento conseguiram entrar na primeira opção (menos quatro por cento que no ano letivo passado), 21 por cento na segunda e 12 por cento na terceira escolha. Mas as notas de entrada parecem ter descido: apenas em 125 cursos a nota de entrada do último colocado é superior a 15 valores (de 0 a 20), menos 11 que no ano passado.

As classificações dos últimos colocados nos dez cursos mais concorridos também diminuíram: em 2011 situavam-se entre 18,6 e 18,0 valores, enquanto este ano ficaram-se entre 18,3 e 17,9. Deste “top dez” fazem parte sete cursos de Medicina, um de Arquitetura e outro de Bioengenharia, ambos da Universidade do Porto, e Medicina Dentária da Universidade de Coimbra.

Em 28 cursos não foi preciso ter nota positiva para entrar, entre os 9,96 valores do curso pós laboral de Turismo da Escola Superior de Educação de Coimbra e os 9,5 do curso de Gestão Informática da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego. No ano passado 39 cursos tinham tido nota mínima abaixo de 10 valores.
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