Política
Eleições Madeira
Comissão Nacional de Eleições assume culpas na Madeira
O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, João Almeida, assume as responsabilidades pela confusão na recontagem da assembleia geral de apuramento relativa às eleições legislativas regionais madeirenses.
Foto: Homem de Gouveia/Lusa
Ouvido pelo jornalista Nuno Rodrigues, o responsável recorda que “logo no momento foi possível dizer que a atribuição estava errada, e hoje toda a gente sabe que o PSD – segundo este resultado, e sem prejuízo de eventuais recursos e das apreciações que fizer o Tribunal Constitucional – mantém a maioria absoluta, que era a grande questão que estava em causa nessa altura”.
Ao início da noite de terça-feira, a primeira recontagem da assembleia geral de apuramento chegou a retirar a maioria absoluta ao PSD, mas menos de duas horas depois foi detetado um erro informático que tinha feito com que os votos do Porto Santo não tivessem sido contabilizados. Nessa altura o PSD ‘recuperou’ o deputado que tinha perdido para a CDU na primeira recontagem.
Qualquer partido tem 24 horas para recorrer para o Tribunal Constitucional depois de afixado o edital com os resultados e os comunistas já anunciaram que vão agir nesse sentido.
João Almeida recorda que o “direito de recurso das candidaturas e dos candidatos está consagrado na lei”. “A CDU surge com menos 22 votos do que tinha no apuramento provisório e está no seu direito de ver se isso corresponde à realidade ou não”, refere.
O delegado da Comissão Nacional de Eleições reconhece que fica uma imagem pública de desconfiança deste método que seria importante pela sua rapidez.
“Um erro destes faz com que as pessoas tenham mais reservas do que as habituais em utilizar ferramentas destas para fazer estes cálculos, e isso também é profundamente lamentável, porque aquilo de que precisávamos era de reforçar a confiança e alargar a sua utilização”, argumenta.
No domingo, os resultados provisórios tinham atribuído 24 deputados ao PSD, o que garantia a sua 11ª maioria absoluta na região. Na altura a CDU alertou que a validação de cinco votos anulados na coligação comunista retiraria essa maioria absoluta.