Greve da Administração Pública em curso desde as 0h00

RTP /

Os sectores que podem ser mais afetados pela greve convocada pela Frente Comum são a Saúde, a Educação, as repartições públicas e os tribunais. A paralisação, de alcance nacional e de 24 horas, teve início às 0h00 desta sexta-feira.Em causa está a valorização das carreiras e a reposição do vínculo público. Mas a Frente Comum reivinfica igualmente aumentos salariais, acusando o Governo de Luís Montenegro de degradar as condições de trabalho e de desinvestir nos serviços públicos.

Ouvida pela Antena 1, a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública manifestou a expectativa de uma grande adesão.

O dirigente sindical Sebastião Santana voltou a sustentar que a proposta de Orçamento do Estado para 2026 tem margem para aumentos de salários.

Durante a madrugada, o secretário-geral da CGTP avançou, por sua vez, com um primeiro balanço da adesão à greve de 24 horas.

Segundo Tiago Oliveira, os números deixam patente a insatisfação dos trabalhadores da Administração Pública.

A Intersindical reprova o Executivo de PSD e CDS-PP por ter submetido a proposta de Orçamento à Assembleia da República sem auscultar as estruturas representativas dos profissionais.

Tiago Oliveira advertira já na passada terça-feira, em declarações à agência Lusa, que, caso o Governo mantivesse "em cima da mesa" o pacote de alterações à legislação laboral, a luta poderia desembocar na marcação de uma greve geral.

É então esperada a adesão de professores, educadores e auxiliares dos estabelecimentos de ensino públicos, médicos, enfermeiros e auxiliares das diferentes unidades do Serviço Nacional de Saúde, trabalhadores dos transportes públicos, inspetores e funcionários das Finanças e funcionários judiciais, entre outros profissionais.
Médicos, enfermeiros e docentes

Recorde-se que também a Federação Nacional dos Médicos convocou uma greve para esta sexta-feira, ação que decorre a par da paralisação da Administração Pública.

"Uma vez que está a haver uma recusa da ministra da Saúde em negociar verdadeiramente a carreira médica e, acima de tudo, por ter apresentado decisões que põem em risco a população, estamos a anunciar a greve de médicos para o dia 24 de outubro em todo o país", argumentou nos últimos dias a dirigente da FNAM Joana Bordalo e Sá, na sequência de reunião com a ministra Ana Paula Martins.

Por seu turno, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses justifica a adesão à greve, em todos os turnos, com a luta "por um acordo coletivo de trabalho que não represente um retrocesso" e "por um Serviço Nacional de Saúde que mantenha todas as suas portas abertas".

Em comunicado, professores, educadores e investigadores anunciaram a adesão à greve, também convocada pela Fenprof, "por melhores condições salariais e profissionais" e "pela valorização da escola pública e da ciência".

c/ Lusa
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