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Medidas de apoio aprovadas. Dois grandes incêndios continuam a lavrar
- O território continental de Portugal tinha, ao início da manhã, dois incêndios ativos. O mais grave continuava a ser o de Arganil, que avançou para a Serra da Estrela. As localidades de Unhais da Serra, Cortes de Baixo e Cortes do Meio, no concelho da Covilhã, ficaram confinadas;
- Havia ainda o incêndio de Figueira de Castelo Rodrigo, na Guarda, que começou na quarta-feira. As chamas chegaram, neste caso, aos Concelhos de Almeida e de Pinhel e desceram o vale do Rio Côa;
- Os dois incêndios ativos mobilizam cerca de dois mil bombeiros. Nas frentes do fogo que começou em Arganil estão cerca de 1.600 operacionais. Em Castelo Rodrigo, na Guarda, combatem as chamas cerca de 260 bombeiros. Espera-se que esta manhã voltem a entrar em ação os meios aéreos;
- Esta sexta-feira chegam a Portugal dois aviões Canadair da Grécia, que vão estar disponiveis até segunda-feira. Esta ajuda está incluída no Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, ativado na semana passada e que já permitiu a chegada de dois aviões suecos e um helicóptero francês;
- Um bombeiro de Pinhel ficou ferido com gravidade quando a viatura em que seguia foi apanhada pelas chamas. A corporação de Pinhel estava a combater uma das frentes de fogo que começou em Figueira de Castelo Rodrigo;
- Portugal pode vir a receber ajuda da União Europeia. A presidente da Comissão Europeia mostra-se disponível para financiar a recuperação de Portugal nas zonas afetadas pelos incêndios, através do Fundo Social Europeu. Nas redes sociais, Ursula von der Leyen indica ter falado com o primeiro-ministro, Luís Montenegro;
- O Governo respondeu aos problemas provocados pelos incêndios e aprovou 45 medidas para os concelhos afetados. Trata-se de apoios para os agricultores, para alimentar os animais e reconstruir casas. Há ainda apoios específicos para empresas afetadas e medidas fiscais excecionais. As medidas são permanentes e vão vigorar sempre que o país enfrente grandes incêndios;
- O primeiro-ministro expliou que a reconstrução vai ser a 100 por cento até 250 mil euros. Para a agricultura, a verba disponível vai até aos dez mil euros por agricultor;
- Luís Montenegro negou ter desvalorizado a crise dos incêndios, mas admitiu que pode ter ajudado a criar a perceção de que o Governo esteve distante;
- O presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Leopoldo Luís, sublinha que o interior do país precisa de medidas estruturais. Por sua vez, o presidente da Câmara de Arganil, Luís Paulo Costa, fala em prejuízos significativos e aponta falhas no combate às chamas. Já a presidente da Associação Nacional de Municicipios, Luísa Salgueiro, salienta que alertou o Governo para a falta de meios das autarquias tendo em vista a limpeza de terrenos privados, mas não obteve resposta. Em entrevista à RTP, disse ainda que o Executivo já devia ter avancado com as medidas agora aprovadas.