Presidente da República convoca eleições para 18 de maio

RTP /

O país vai a eleições a 18 de maio, "a data preferida pela maioria dos partidos". A data foi anunciada por Marcelo Rebelo de Sousa esta quinta-feira, depois de ter reunido com o Conselho de Estado.

“Os partidos pronunciaram-se por unanimidade pela dissolução da Assembleia e a convocação de eleições legislativas”, anunciou Marcelo. "O presidente da República decidiu, assim, depois de ouvir os partidos políticos nela representados e do parecer do Conselho de Estado, que irá dissolver a Assembleia da República e marcar as eleições para o dia 18 de maio de 2025".

O presidente da República fala num “panorama” que surgiu pela primeira vez em democracia e que “todos os esforços de entendimento se revelaram impossíveis”.

“Este choque, não apenas legal nem político mas sobretudo de juízo ético e moral sobre uma pessoa e a sua confiabilidade, suscitou uma questão nova: todos os esforços de entendimentos, mesmo mínimos, se revelaram impossíveis”, declarou.

Entre as duas posições, do Governo e da oposição, "o acordo não era possível", disse Marcelo, afirmando que "não havia meio caminho" nem consenso possível entre a posição do Governo e da oposição na atual crise.

"Não se pode ao mesmo tempo confiar e desconfiar ética ou moralmente de uma pessoa, neste caso do primeiro-ministro, e, portanto, o Governo. Não havia meio caminho", considerou.

Marcelo espera que haja uma transição “se possível, tão pacífica como a vivida em 2024” e apela a um debate eleitoral “frontal mas sereno”.

“Impõe-se que haja um debate eleitoral claro, frontal, esclarecedor, mas sereno, digno, elevado, tolerante, respeitador da diferença e do pluralismo e que fortaleça e não enfraqueça a democracia”, apelou, avisando que seria "um desperdício imperdoável" não discutir os problemas do país.

O presidente da República alertou para o risco de outro tipo de discussão poder enfraquecer a democracia e abrir "ainda mais à porta as experiências que se sabe como começam e se sabe como acabam".

"É o apelo para todos e, creio, de todos os portugueses. Um debate que dê força a quem nos vier a representar na Assembleia da República. Que dê força a quem nos vier a governar. Que dê força aos portugueses para controlarem os seus representantes e os seus governantes", disse.

No seu discurso de cerca de dez minutos, Marcelo avisou que só a democracia tem "capacidade de enfrentar e superar crises", ao contrário da ditadura.
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