Ataque russo atinge Odessa durante visita de Zelensky e primeiro-ministro grego

por RTP
O primeiro-ministro grego com o presidente ucraniano durante a visita dos dois líderes ao porto de Odessa, na Ucrânia. Presidência ucraniana, via Reuters

O exército russo atacou a cidade de Odessa esta quarta-feira, no mesmo dia em que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, visitavam em conjunto este porto no sul da Ucrânia. A União Europeia já condenou o ataque, que provocou pelo menos cinco mortos.

“Mesmo no final [da visita ao porto de Odessa], ouvimos o som de sirenes de ataques aéreos e explosões muito próximas de nós. Não tivemos tempo para nos abrigarmos”, adiantou o primeiro-ministro grego após os bombardeamentos.

O governante considera que esta foi “uma experiência impressionante”.

Já o presidente ucraniano adiantou que há a registar “mortos e feridos” na sequência deste ataque, sem adiantar mais detalhes.

De acordo com a Marinha ucraniana, citada pela agência France Presse, pelo menos cinco pessoas morreram.

Entretanto, a Rússia anunciou ter atingido um hangar do porto de Odessa que abrigava drones navais ucranianos. “O objetivo foi alcançado. O alvo foi atingido”, adiantou o Ministério russo da Defesa num comunicado citado pela agência Reuters.

O porto de Odessa é essencial para as exportações ucranianas de cereais através do Mar Negro. Para além da visita ao porto, Zelensky e Mitsotakis participaram numa homenagem às vítimas de um ataque russo que visou uma zona residencial de Odessa no último fim de semana. Pelo menos 12 pessoas morreram, incluindo cinco crianças.

De destacar que esta visita do primeiro-ministro grego não foi anunciada oficialmente por razões de segurança, o que de resto acontece com grande parte das visitas de líderes internacionais a território ucraniano.

Nas últimas horas, a Ucrânia já tinha sido alvo de ataques russos, com a defesa antiaérea do país a intercetar 38 dos drones com explosivos lançados pela Rússia. Os ataques visaram várias regiões do país e fizeram pelo menos sete feridos.
UE condena ataque

De acordo com o primeiro-ministro grego, as duas delegações estavam a entrar nos respetivos veículos quando ouviram as explosões. Um “lembrete vivido” de que Odessa está sob ataque da Rússia, disse o primeiro-ministro grego.

Uma coisa é ouvir falar de uma guerra, “outra é vivenciar a guerra em primeira mão”, acrescentou Mitsotakis.

“A minha presença aqui reflete o respeito de todo o mundo livre pelo povo ucraniano e sublinha o compromisso da Grécia em permanecer do vosso lado”, vincou o chefe do Governo grego.

Segundo Volodymyr Zelensky, os dois líderes discutiram que meios podem ser utilizados para “expandir o espaço de segurança do Mar Negro” e aumentar a proteção militar e civil. “Precisamos de mais defesa aérea”, vincou o presidente ucraniano.

O presidente do Conselho Europeu e a presidente da Comissão Europeia já vieram condenar este ataque russo durante a visita de Zelensky e Mitsotakis à cidade.

Charles Michel considera que este é “mais um sinal das táticas cobardes da Rússia” e que se trata de um ato “repreensível” que fica “abaixo mesmo dos padrões do Kremlin”.

Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, este foi um “vil ataque” dos russos.

"Ninguém se deixa intimidar por esta nova tentativa de terror, certamente nem os dois líderes no terreno nem o corajoso povo da Ucrânia"
, adiantou.

As explosões registadas esta quarta-feira em Odessa ocorreram a menos de 200 metros das comitivas onde seguiam os dois líderes, adiantou a televisão grega SKAI.
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