Mundo
Guerra na Ucrânia
Disse Xi a Putin: Rússia e China devem ser "amigos do aço"
O presidente chinês Xi Jinping afirmou ao homólogo russo Vladimir Putin que dois países deveriam ser "amigos do aço", enquanto prometem elevar a cooperação a um novo nível num momento de maior confronto com o Ocidente.
Esta quinta-feira, durante conversações no Kremlin, os dois líderes apresentaram-se como defensores de uma nova ordem mundial que já não é dominada pelos Estados Unidos.
A China e a Rússia devem salvaguardar a equidade e a justiça internacionais e “ser verdadeiros amigos do aço que passaram por cem provas de fogo”, disse Xi a Putin.
Os dois países devem solidificar as bases da sua cooperação e “eliminar a interferência externa”, acrescentou Xi Jinping, cujo país está atualmente envolvido numa guerra tarifária lançada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
O presidente chinês descreveu as conversações como “amigáveis e frutuosas”. Já Vladimir Putin, que deu as boas-vindas ao “querido amigo” no Kremlin, afirmou que os diálogos foram “calorosos e substanciais” e que os laços entre a Rússia e a China são mais fortes do que nunca.
A China tem sido uma tábua de salvação económica para a Rússia durante a guerra na Ucrânia e Kiev tem falado cada vez mais abertamente sobre o que diz ser a ajuda direta de Pequim ao esforço de guerra de Moscovo.
Xi e Putin assinaram também uma declaração conjunta para reforçar os seus laços e o presidente russo anunciou planos para visitar a China no outono, para assinalar o aniversário da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial.
“A história e a realidade provaram que o desenvolvimento e o aprofundamento das relações entre a China e a Rússia são uma continuação natural da amizade de longa data entre os nossos povos”, afirmou Xi antes das conversações em Moscovo.
Para o presidente russo, “a vitória sobre o fascismo, alcançada à custa de enormes sacrifícios, tem um significado duradouro. Juntamente com os nossos amigos chineses, estamos firmemente a guardar a verdade histórica, a proteger a memória dos acontecimentos dos anos da guerra e a contrariar as manifestações modernas de neonazismo e militarismo.”
Putin retratou desde o início a sua guerra na Ucrânia como uma luta contra os nazis dos tempos modernos. Kiev e os seus aliados rejeitam essa caraterização como uma falsidade grotesca, acusando Moscovo de conduzir uma invasão de estilo imperial.
Xi frisou ainda que os dois países, enquanto potências mundiais e membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, vão trabalhar em conjunto para combater o “unilateralismo e o bullying” - uma referência implícita aos Estados Unidos.
Putin e Xi reuniram-se dezenas de vezes e assinaram uma parceria estratégica “sem limites” em fevereiro de 2022, menos de três semanas antes de Putin enviar o seu exército para a Ucrânia. A China é o maior parceiro comercial da Rússia e deu a Moscovo uma linha económica que a ajudou a navegar nas sanções ocidentais.
Putin disse ainda que os dois líderes irão supervisionar pessoalmente todos os elementos-chave da relação, com o objetivo de aumentar substancialmente as trocas comerciais e investimento até 2030.
Num artigo publicado nos meios de comunicação social russos, Xi Jinping afirmou que a China e a Rússia tinham lutado lado a lado na Segunda Guerra Mundial.
“Hoje, 80 anos depois, o unilateralismo, a hegemonia e a intimidação são extremamente prejudiciais”, escreveu o presidente chinês. “Devemos aprender com a história (...) [e] opormo-nos resolutamente a todas as formas de hegemonia e de política de poder, e criar em conjunto um futuro melhor para a humanidade”.Convidado poderoso
A nível interno, o aniversário da Segunda Guerra Mundial oferece a Putin a oportunidade de reunir os russos em memória de um feito histórico que é fundamental para a identidade nacional do país. A União Soviética perdeu 27 milhões de pessoas na guerra, incluindo muitos milhões na Ucrânia, que também foi devastada.
Na cena mundial, Putin pretende mostrar que tem aliados poderosos e demonstrar que anos de sanções ocidentais não conseguiram isolar a Rússia.
A participação de Xi nas celebrações do 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, e no desfile militar que vai decorrer na Praça Vermelha de Moscovo a 9 de maio, é um impulso importante para Putin numa altura de tensões geopolíticas agudas, do Médio Oriente ao Sul da Ásia, e quando a Rússia se encontra sob pressão dos Estados Unidos nas conversações vacilantes destinadas a pôr fim à guerra na Ucrânia.
Os líderes mundiais que se deslocam a Moscovo para o desfile do Dia da Vitória, na sexta-feira, enfrentam a ameaça de perturbações causadas pelos ataques de drones ucranianos, que obrigaram ao encerramento da maioria dos aeroportos da capital russa na quarta-feira. O voo do presidente sérvio, Aleksandar Vučić, foi desviado.
Xi, cujo avião foi escoltado por caças russos, foi recebido na quarta-feira por uma banda militar que tocou os hinos nacionais da Rússia e da China.
Moscovo declarou três dias de cessar-fogo na Ucrânia
Moscovo e Kiev acusaram-se mutuamente de violar o cessar-fogo anunciado na semana passada pelo presidente Vladimir Putin e que entrou em vigor na quinta-feira.
A Ucrânia não se comprometeu a respeitar o cessar-fogo, chamando-lhe um ardil de Putin para criar a impressão de que quer acabar com a guerra, que começou quando a Rússia lançou uma invasão em grande escala da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Esta quinta-feira, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que as forças ucranianas fizeram duas tentativas de romper a fronteira com a região russa de Kursk desde o início do cessar-fogo declarado unilateralmente por Moscovo.
A China e a Rússia devem salvaguardar a equidade e a justiça internacionais e “ser verdadeiros amigos do aço que passaram por cem provas de fogo”, disse Xi a Putin.
Os dois países devem solidificar as bases da sua cooperação e “eliminar a interferência externa”, acrescentou Xi Jinping, cujo país está atualmente envolvido numa guerra tarifária lançada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
O presidente chinês descreveu as conversações como “amigáveis e frutuosas”. Já Vladimir Putin, que deu as boas-vindas ao “querido amigo” no Kremlin, afirmou que os diálogos foram “calorosos e substanciais” e que os laços entre a Rússia e a China são mais fortes do que nunca.
A China tem sido uma tábua de salvação económica para a Rússia durante a guerra na Ucrânia e Kiev tem falado cada vez mais abertamente sobre o que diz ser a ajuda direta de Pequim ao esforço de guerra de Moscovo.
Xi e Putin assinaram também uma declaração conjunta para reforçar os seus laços e o presidente russo anunciou planos para visitar a China no outono, para assinalar o aniversário da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial.
O presidente russo agradeceu ao homólogo chinês por se juntar às celebrações dos 80 anos da vitória “sagrada” sobre Adolf Hitler, na Segunda Guerra Mundial.
Para o presidente russo, “a vitória sobre o fascismo, alcançada à custa de enormes sacrifícios, tem um significado duradouro. Juntamente com os nossos amigos chineses, estamos firmemente a guardar a verdade histórica, a proteger a memória dos acontecimentos dos anos da guerra e a contrariar as manifestações modernas de neonazismo e militarismo.”
Putin retratou desde o início a sua guerra na Ucrânia como uma luta contra os nazis dos tempos modernos. Kiev e os seus aliados rejeitam essa caraterização como uma falsidade grotesca, acusando Moscovo de conduzir uma invasão de estilo imperial.
Xi frisou ainda que os dois países, enquanto potências mundiais e membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, vão trabalhar em conjunto para combater o “unilateralismo e o bullying” - uma referência implícita aos Estados Unidos.
Putin e Xi reuniram-se dezenas de vezes e assinaram uma parceria estratégica “sem limites” em fevereiro de 2022, menos de três semanas antes de Putin enviar o seu exército para a Ucrânia. A China é o maior parceiro comercial da Rússia e deu a Moscovo uma linha económica que a ajudou a navegar nas sanções ocidentais.
Putin disse ainda que os dois líderes irão supervisionar pessoalmente todos os elementos-chave da relação, com o objetivo de aumentar substancialmente as trocas comerciais e investimento até 2030.
Num artigo publicado nos meios de comunicação social russos, Xi Jinping afirmou que a China e a Rússia tinham lutado lado a lado na Segunda Guerra Mundial.
“Hoje, 80 anos depois, o unilateralismo, a hegemonia e a intimidação são extremamente prejudiciais”, escreveu o presidente chinês. “Devemos aprender com a história (...) [e] opormo-nos resolutamente a todas as formas de hegemonia e de política de poder, e criar em conjunto um futuro melhor para a humanidade”.Convidado poderoso
Na cena mundial, Putin pretende mostrar que tem aliados poderosos e demonstrar que anos de sanções ocidentais não conseguiram isolar a Rússia.
A participação de Xi nas celebrações do 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, e no desfile militar que vai decorrer na Praça Vermelha de Moscovo a 9 de maio, é um impulso importante para Putin numa altura de tensões geopolíticas agudas, do Médio Oriente ao Sul da Ásia, e quando a Rússia se encontra sob pressão dos Estados Unidos nas conversações vacilantes destinadas a pôr fim à guerra na Ucrânia.
Os líderes mundiais que se deslocam a Moscovo para o desfile do Dia da Vitória, na sexta-feira, enfrentam a ameaça de perturbações causadas pelos ataques de drones ucranianos, que obrigaram ao encerramento da maioria dos aeroportos da capital russa na quarta-feira. O voo do presidente sérvio, Aleksandar Vučić, foi desviado.
Xi, cujo avião foi escoltado por caças russos, foi recebido na quarta-feira por uma banda militar que tocou os hinos nacionais da Rússia e da China.
Moscovo declarou três dias de cessar-fogo na Ucrânia
A Ucrânia não se comprometeu a respeitar o cessar-fogo, chamando-lhe um ardil de Putin para criar a impressão de que quer acabar com a guerra, que começou quando a Rússia lançou uma invasão em grande escala da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Esta quinta-feira, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que as forças ucranianas fizeram duas tentativas de romper a fronteira com a região russa de Kursk desde o início do cessar-fogo declarado unilateralmente por Moscovo.
Já um porta-voz militar ucraniano afirmou que a Rússia tinha continuado os ataques em várias áreas na frente oriental, provocando ferimentos em duas pessoas, e que uma mulher de 55 anos foi morta durante o bombardeamento da região de Sumy, no norte da Ucrânia.
c/ Agências