Exportação de cereais. Rússia diz que é "arriscado" continuar a aplicar acordo

por Andreia Martins - RTP
Navios com cereais ucranianos passam pelo estreito de Bósforo esta segunda-feira, dois dias depois de Moscovo ter suspendido o acordo. Umit Bektas - Reuters

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, considerou esta segunda-feira que o acordo se torna pouco "viável" e que será "arriscado" ou mesmo "perigoso" continuar a implementar o mesmo sem a participação da Rússia.

“Em condições em que a Rússia fala da impossibilidade de garantir a segurança do transporte marítimo nessas áreas, tal acordo é difícil de aplicar. E assume um rumo diferente, mais arriscado, perigoso”, disse.

As declarações de Dmitry Peskov surgem numa altura em que vários navios ucranianos continuam a realizar exportações de cereais através do corredor seguro estabelecido pelo acordo.

No último sábado, na sequência de um ataque de drones contra navios russos no dia anterior, a Rússia retirou-se do entendimento para a exportação de cereais mediado pela ONU e pela Turquia.
José Pedro Tavares - Antena 1

A Ucrânia acusa Moscovo de procurar “chantagear o mundo com fome”, já que este entendimento tem assegurado a exportação de cereais essenciais para a segurança alimentar mundial, sobretudo entre os países mais pobres.

Dmitry Peskov adiantou ainda que as autoridades russas mantêm o contacto com a Turquia e Nações Unidas, mas recusou-se a responder sobre as condições e exigências da Rússia para retomar o acordo.

Recep Tayyip Erdogan, uma das figuras que ajudou à negociação do acordo, garantiu esta segunda-feira que irá continuará a defendê-lo apesar da suspensão russa.

"Embora a Rússia esteja hesitante porque não lhe foram oferecidas as mesmas facilidades, estamos determinados a continuar nossos esforços ao serviço da humanidade", declarou o presidente turco.

c/ agências internacionais
pub