De acordo com um porta-voz militar ucraniano, várias centenas de combatentes do grupo Wagner estão de regresso à Ucrânia para combater. Refere, no entanto, que esta mobilização não está a ter um impacto significativo no campo de batalha.
Vários combatentes do grupo Wagner ficaram na Bielorrússia ao abrigo de um acordo que pôs fim a um breve motim contra Moscovo, em junho último, sob a liderança de Yevgueni Prigozhin.
Em junho, o grupo Wagner assumiu o controlo de um quartel-militar russo e iniciou uma marcha de militares até Moscovo. A insurreição liderada por Prigozhin acabou por cessar após um acordo com as autoridades russas, mediado pelo presidente bielorrusso. Dois meses depois, o jato privado em que viajava despenhou-se em Tver, a norte da capital russa. O antigo chefe do grupo Wagner viria a morrer a 23 de agosto, quando o jato privado onde viajava se despenhou em circunstâncias ainda por esclarecer. Desde então, o Kremlin tem procurado exercer um maior controlo sob o grupo de mercenários.
Ainda assim, nas últimas semanas, vários bloggers russos que se dedicam a temas militares têm informado que alguns combatentes do grupo Wagner estão a regressar à Ucrânia, em linha com o que hoje é reconhecido por Serhiy Cherevatyi, porta-voz do comando militar oriental.
“Registámos a presença de várias centenas de combatentes da antiga [empresa militar privada] Wagner”, afirmou o responsável ucraniano, citado pela agência Reuters.
Cherevatyi acrescentou ainda que os referidos combatentes estão dispersos no território ucraniano e não fazem parte de uma única unidade, pelo que não representam qualquer impacto significativo.
“[Os combatentes] não constituem uma força integral, sistemática e organizada. Como se costuma dizer – acabou o jogo. São uns restos patéticos, nada de bom os espera por aqui”, acrescentou.
Também o porta-voz do Grupo Oriental das Forças Armadas da Ucrânia, Ilya Yevlash, adiantou esta quarta-feira que há membros grupo Wagner no terreno.
"São combatentes que estiveram na Bielorrússia. Agora os seus campos estão a ser desmantelados. Havia cerca de 8.000 deles naquele país e agora alguns foram para África e outros negociaram contratos com o Ministério da Defesa russo e regressam para aqui, para o leste da Ucrânia, para participar nas hostilidades, tanto como instrutores como enquanto militares", explicou.
Realça, no entanto, que são para já cerca de 500 combatentes e que "não representam uma ameaça significativa, uma vez que o seu líder, Prigozhin, já não está aqui".
"São combatentes que estiveram na Bielorrússia. Agora os seus campos estão a ser desmantelados. Havia cerca de 8.000 deles naquele país e agora alguns foram para África e outros negociaram contratos com o Ministério da Defesa russo e regressam para aqui, para o leste da Ucrânia, para participar nas hostilidades, tanto como instrutores como enquanto militares", explicou.
Realça, no entanto, que são para já cerca de 500 combatentes e que "não representam uma ameaça significativa, uma vez que o seu líder, Prigozhin, já não está aqui".
Já o conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, se debruçou esta quarta-feira sobre o regresso de combatentes Wagner ao país.
“Lembrem-se: o grupo Wagner já não existe. Acabou quando Prigozhin e [Dmitry] Utkin foram liquidados”, adianta através de uma mensagem na rede social X (antigo Twitter).
Regarding the "return of the Wagner PMC to the Bakhmut direction". Remember: the Wagner PMC no longer exists. It ended with the liquidation of Prigozhin and Utkin, the raiding of the structure by the Shoigu-Gerasimov group and the purging of the organization's leadership. Today,…
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) September 27, 2023
Acrescenta que, na atualidade, “apenas existem antigos militantes do grupo terroristas que estão espalhados por todo o lado” e que, mediante a insignificância deste tema, o único propósito destas informações é mesmo tentar abafar as notícias sobre a recaptura de duas aldeias perto de Bakhmut pelo exército ucraniano.
com agências