Mundo
Guerra na Ucrânia
Kiev aponta "sinais negativos". Ucranianos, russos e americanos em Miami na esperança de acordo
Os esforços para se alcançar uma solução diplomática para a guerra na Ucrânia continuam, com novos encontros entre as partes envolvidas a decorrer este fim de semana em Miami, mas sem progressos aparentes.
Este fim de semana, decorreram em Miami, nos Estados Unidos, encontros de representantes norte-americanos com enviados russos e ucranianos, de forma separada.
O negociador-chefe de Kiev, Rustem Umerov, anunciou este domingo um terceiro encontro com representantes dos EUA em Miami para discutir uma possível solução para o conflito na Ucrânia.
"Terceiro dia de trabalho. Hoje, com o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Andriy Gnatov, teremos mais uma reunião com representantes dos EUA", disse Umerov no Telegram, depois de os enviados norte-americanos também se terem reunido com o enviado russo, Kirill Dmitriev, pela segunda vez este domingo.Apesar destes encontros, não há ainda resultados práticos para um cessar-fogo na Ucrânia.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, destacou a necessidade de negociações de paz construtivas nos Estados Unidos, mas lamentou que "apenas cheguem sinais negativos" da parte russa.
"Estamos a fazer progressos bastante rápidos, e a nossa equipa na Florida tem trabalhado com o lado americano. Também foram convidados representantes europeus. É importante que estas negociações sejam construtivas, e muito depende de a Rússia sentir a necessidade de realmente acabar com a guerra e não se envolver em jogos retóricos ou políticos", escreveu Zelensky na rede X.
“Infelizmente, os sinais reais vindos da Rússia são apenas negativos", lamentou, destacando que prosseguem "os ataques nas linhas da frente, os crimes de guerra russos nas zonas fronteiriças", bem como os bombardeamentos das infraestruturas energéticas, comentando que "o mundo não pode permanecer em silêncio perante tudo isto".
Kremlin não vê melhorias
Por sua vez, o Kremlin culpa os ucranianos e os europeus de estarem a atrasar um possível acordo de paz com as alterações feitas às propostas dos EUA.
O principal conselheiro de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, disse aos jornalistas em Moscovo, este domingo, que as mudanças europeias e ucranianas não melhoram as hipóteses de paz. "Isto não é uma previsão", disse Ushakov, citado pelas agências de notícias russas, embora tenha afirmado que ainda não tinha visto as propostas exatas por escrito.
"Estou certo de que as propostas que os europeus e os ucranianos fizeram ou estão a tentar fazer não melhoram definitivamente o documento e não aumentam a possibilidade de se alcançar uma paz duradoura”, disse.
As propostas elaboradas pelos EUA para o fim da guerra, divulgadas no mês passado, aumentaram as preocupações europeias e ucranianas de que estas favorecem demasiado a Rússia e que o Governo do presidente norte-americano, Donald Trump, poderia pressionar Kiev a fazer demasiadas cedências.
Desde então, negociadores europeus e ucranianos reuniram-se com enviados de Trump numa tentativa de acrescentar as suas próprias propostas às versões americanas, embora o conteúdo exato da atual proposta modificada não tenha sido divulgado.Ushakov fez estas declarações depois de o enviado especial de Putin, Kirill Dmitriev, se ter reunido na Florida, no sábado, com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, e o genro de Trump, Jared Kushner. O encontro em Miami aconteceu após as conversações entre os EUA e as autoridades ucranianas e europeias na sexta-feira.
No sábado, Zelensky anunciou que apoiava uma proposta dos Estados Unidos de um novo formato negocial, com reuniões diretas entre os enviados de Moscovo e de Kiev, mas a Rússia já afastou essa possibilidade.
"Ninguém falou seriamente sobre esta iniciativa ainda e, tanto quanto sei, não se está a trabalhar nisso", disse Ushakov este domingo.
No entanto, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que estava “pronto para dialogar” com o presidente francês, Emmanuel Macron. A presidência francesa considerou "bem-vinda" a intenção de Putin e vai decidir "nos próximos dias" como poderá ser feito o diálogo entre os dois líderes.
O negociador-chefe de Kiev, Rustem Umerov, anunciou este domingo um terceiro encontro com representantes dos EUA em Miami para discutir uma possível solução para o conflito na Ucrânia.
"Terceiro dia de trabalho. Hoje, com o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Andriy Gnatov, teremos mais uma reunião com representantes dos EUA", disse Umerov no Telegram, depois de os enviados norte-americanos também se terem reunido com o enviado russo, Kirill Dmitriev, pela segunda vez este domingo.Apesar destes encontros, não há ainda resultados práticos para um cessar-fogo na Ucrânia.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, destacou a necessidade de negociações de paz construtivas nos Estados Unidos, mas lamentou que "apenas cheguem sinais negativos" da parte russa.
"Estamos a fazer progressos bastante rápidos, e a nossa equipa na Florida tem trabalhado com o lado americano. Também foram convidados representantes europeus. É importante que estas negociações sejam construtivas, e muito depende de a Rússia sentir a necessidade de realmente acabar com a guerra e não se envolver em jogos retóricos ou políticos", escreveu Zelensky na rede X.
I spoke with the Prime Minister of Norway, @jonasgahrstore. We discussed in detail the diplomatic work underway these days.
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) December 21, 2025
We are moving at a fairly rapid pace, and our team in Florida has been working with the American side. European representatives were also invited. These…
“Infelizmente, os sinais reais vindos da Rússia são apenas negativos", lamentou, destacando que prosseguem "os ataques nas linhas da frente, os crimes de guerra russos nas zonas fronteiriças", bem como os bombardeamentos das infraestruturas energéticas, comentando que "o mundo não pode permanecer em silêncio perante tudo isto".
Kremlin não vê melhorias
Por sua vez, o Kremlin culpa os ucranianos e os europeus de estarem a atrasar um possível acordo de paz com as alterações feitas às propostas dos EUA.
O principal conselheiro de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, disse aos jornalistas em Moscovo, este domingo, que as mudanças europeias e ucranianas não melhoram as hipóteses de paz. "Isto não é uma previsão", disse Ushakov, citado pelas agências de notícias russas, embora tenha afirmado que ainda não tinha visto as propostas exatas por escrito.
"Estou certo de que as propostas que os europeus e os ucranianos fizeram ou estão a tentar fazer não melhoram definitivamente o documento e não aumentam a possibilidade de se alcançar uma paz duradoura”, disse.
As propostas elaboradas pelos EUA para o fim da guerra, divulgadas no mês passado, aumentaram as preocupações europeias e ucranianas de que estas favorecem demasiado a Rússia e que o Governo do presidente norte-americano, Donald Trump, poderia pressionar Kiev a fazer demasiadas cedências.
Desde então, negociadores europeus e ucranianos reuniram-se com enviados de Trump numa tentativa de acrescentar as suas próprias propostas às versões americanas, embora o conteúdo exato da atual proposta modificada não tenha sido divulgado.Ushakov fez estas declarações depois de o enviado especial de Putin, Kirill Dmitriev, se ter reunido na Florida, no sábado, com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, e o genro de Trump, Jared Kushner. O encontro em Miami aconteceu após as conversações entre os EUA e as autoridades ucranianas e europeias na sexta-feira.
No sábado, Zelensky anunciou que apoiava uma proposta dos Estados Unidos de um novo formato negocial, com reuniões diretas entre os enviados de Moscovo e de Kiev, mas a Rússia já afastou essa possibilidade.
"Ninguém falou seriamente sobre esta iniciativa ainda e, tanto quanto sei, não se está a trabalhar nisso", disse Ushakov este domingo.
No entanto, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que estava “pronto para dialogar” com o presidente francês, Emmanuel Macron. A presidência francesa considerou "bem-vinda" a intenção de Putin e vai decidir "nos próximos dias" como poderá ser feito o diálogo entre os dois líderes.