NATO insiste no reforço do armamento dos aliados para a Ucrânia

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Johanna Geron - Reuters

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, defendeu esta terça-feira que a Ucrânia precisa de mais armas "para vencer esta guerra", à medida que a Rússia intensifica os ataques. O Kremlin, por sua vez, voltou a criticar a NATO pelo envolvimento cada vez maior no conflito.

Em declarações aos jornalistas na reunião dos ministros da NATO em Bruxelas, a decorrer esta terça-feira, Jens Stoltenberg pediu aos aliados ocidentais que reforcem o fornecimento de armas a Kiev para que a Ucrânia “vença esta guerra”.

O secretário-geral da NATO sublinhou que a Ucrânia precisa de apoio urgente no terreno à medida que Moscovo intensifica os ataques nas vésperas do aniversário da ofensiva, avisando que a Rússia não vai dar tréguas.


"Não vemos sinais de que o presidente Putin esteja a preparar-se para a paz. O que vemos é o contrário, ele está a preparar-se para mais guerra, para novas ofensivas e ataques", disse Stoltenberg, que na segunda-feira disse que a nova grande ofensiva russa já está me andamento.

Por este motivo, o secretário-geral da Aliança Militar defende que é preciso “garantir que a Ucrânia obtém as armas necessárias para poder retomar o território, libertar as terras e vencer esta guerra e prevalecer como uma nação soberana e independente”.
“Temos de garantir que a Ucrânia recebe as armas de que precisa para ganhar esta guerra”, apelou.

Jens Stoltenberg salientou que além de novo material, é preciso garantir que todos os sistemas já entregues funcionam devidamente e pede, por isso, o envio de “munições, peças de reposição e manutenção”.

“Esta é uma guerra de desgaste e, portanto, é também uma guerra de logística”, afirmou.

Relativamente às negociações sobre o envio de aviões, o secretário-geral da NATO garante que estão em curso e em bom ritmo, mas ressalva que “levará tempo”.

“Há uma discussão em curso sobre a questão das aeronaves, e espero que isso também seja abordado nas reuniões aqui em Bruxelas. Mas deixem-me acrescentar duas coisas: uma coisa é velocidade, outra é urgência. Porque qualquer que seja a opinião sobre as aeronaves, isso levará tempo”, disse Stoltenberg.

Por sua vez, o Kremlin voltou a criticar a NATO pela sua postura em relação ao conflito. “A NATO é uma organização hostil e prova essa hostilidade contra a Rússia todos os dias”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, citado pela Reuters.

“[A NATO] está a tentar ao máximo tornar o seu envolvimento no conflito em torno da Ucrânia o mais claro possível”, acrescentou.
Bakhmut debaixo de fogo intenso
A cidade ucraniana de Bakhmut está a ser alvo de intensos ataques por parte das forças russas esta terça-feira.

"Não há um único metro quadrado em Bakhmut que seja seguro ou que não esteja ao alcance do fogo inimigo ou de drones", disse o governador regional Pavlo Kyrylenko à emissora nacional da Ucrânia.

Segundo Kyrylenko, a artilharia russa está a atingir alvos ao longo de toda a linha da frente em Donetsk, que junto com a região de Lugansk compõe o Donbass, o coração industrial da Ucrânia e um dos principais objetivos militares dos russos.

Em Kharkiv, o cenário também é de destruição após a passagem do exército russo pela segunda maior cidade ucraniana.

Moscovo tem intensificado os ataques nos últimos dias, à medida que se espera uma nova grande ofensiva no primeiro aniversário da invasão da Ucrânia, a 24 de fevereiro.

c/ agências
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