Mundo
Guerra na Ucrânia
Plano de paz em 20 pontos sobre a mesa. Kremlin vai "formular posição"
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, revelou os 20 pontos que formam a última versão do plano de paz gizado com os emissários da Administração Trump. O Kremlin mantém a frieza.
Vladimir Putin foi já informado sobre os contactos com os emissários dos Estados Unidos tendo em vista um potencial acordo que ponha termo à guerra na Ucrânia, sintetizou esta quarta-feira o Kremlin. A partir de Kiev, Volodymyr Zelensky desvendou a mais recente versão do roteiro traçado com os norte-americanos: 20 pontos que passam pelo reconhecimento, como linha da frente de facto, das posições militares nas regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporizhia e Kherson.
Por agora, o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, não vai além da promessa de análise das propostas em cima da mesa, escusando-se a responder através dos media.
“Todos os principais parâmetros da posição do lado russo são bem conhecidos dos nossos colegas dos Estados Unidos”, resumiu Peskov, em declarações citadas pela agência Reuters.
“Agora, é nossa intenção formular a nossa posição com base na Informação que foi recebida pelo chefe de Estado e continuar os nossos contactos, num futuro muito próximo, através dos canais existentes que estão atualmente a funcionar”, acrescentou o porta-voz.Nas últimas semanas, o presidente russo frisou que as suas condições para fazer calar as armas em solo ucraniano passam pela cedência, por parte de Kiev, de cerca de cinco mil quilómetros quadrados do Dobass. E pela renúncia ucraniana ao projeto de adesão à NATO.
O presidente ucraniano revelou os contornos do plano de paz após longas negociações com os norte-americanos. Trata-se de uma revisão do documento inicial, que continha 28 pontos e representava, na prática, a capitulação da Ucrânia.Caso seja aprovado por Putin, o documento final terá que ser assinado pelos líderes da Ucrânia, Estados Unidos, Europa e Rússia.
De acordo com o jornal Kyiv Independent, ainda terá que ser decidido quem assinará da parte dos europeus. Jornal da Tarde | 24 de dezembro de 2025
Escreve o jornal ucraniano que, além do plano de paz, foi também criado um documento sobre garantias de segurança entre a Ucrânia, Estados Unidos e a Europa, bem como um acordo bilateral de segurança entre a Ucrânia e os Estados Unidos.
Haverá também um outro documento focado na cooperação económica entre Kiev e Washington.
Os 20 pontos do plano de paz
1. Os signatários afirmam que a Ucrânia é um Estado soberano.
2. O documento constitui um acordo de não agressão pleno e inquestionável entre a Rússia e a Ucrânia. Um mecanismo de fiscalização será estabelecido para supervisionar a linha de conflito utilizando vigilância não tripulada via satélite, garantindo a deteção precoce de violações.
3. A Ucrânia receberá garantias de segurança.
4. O tamanho das Forças Armadas da Ucrânia permanecerá em 800 mil militares em tempos de paz.
5. Os Estados Unidos, a NATO e os Estados signatários europeus fornecerão à Ucrânia garantias semelhantes às do Artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte.
Aplicam-se os seguintes pontos: a) Se a Rússia invadir a Ucrânia, uma resposta militar coordenada será lançada e todas as sanções globais contra a Rússia serão restabelecidas; b) Se a Ucrânia invadir a Rússia ou abrir fogo contra território russo sem provocação, as garantias de segurança serão consideradas nulas. Se a Rússia abrir fogo contra a Ucrânia, as garantias de segurança entrarão em vigor; c) Os EUA receberão compensação por fornecerem garantias de segurança (Esta disposição foi removida); d) Os acordos bilaterais de segurança previamente assinados entre a Ucrânia e cerca de 30 países permanecerão em vigor.
6. A Rússia formalizará sua postura de não agressão em relação à Europa e à Ucrânia em todas as leis e documentos necessários, ratificando-os pela Duma Estatal da Rússia.
7. A Ucrânia tornar-se-á membro da UE numa data claramente definida e receberá um acesso preferencial de curto prazo ao mercado europeu.
8. A Ucrânia receberá um pacote de desenvolvimento global, detalhado num acordo separado, que abrange várias áreas económicas: a) Será criado um fundo de desenvolvimento para investir em indústrias em rápido crescimento, incluindo tecnologia, centros de dados e inteligência artificial: b) Os EUA e as empresas americanas trabalharão com a Ucrânia para investir conjuntamente na recuperação, modernização e operação da infraestrutura de gás da Ucrânia, incluindo gasodutos e instalações de armazenamento; c) Serão feitos esforços conjuntos para reconstruir áreas devastadas pela guerra, com foco na recuperação e modernização de cidades e bairros residenciais; d) O desenvolvimento de infraestruturas será prioritário; e) A extração de minerais e recursos naturais será expandida; f) O Banco Mundial fornecerá um pacote de financiamento especial para apoiar a aceleração desses esforços; g) Será criado um grupo de trabalho de alto nível, incluindo a nomeação de um renomado especialista financeiro internacional como administrador da prosperidade, para supervisionar a implementação do plano estratégico de recuperação e prosperidade futura.
9. Serão criados diversos fundos para atender à recuperação da economia ucraniana, à reconstrução de áreas e regiões afetadas e a questões humanitárias. O objetivo é mobilizar 800 mil milhões de dólares, o custo estimado dos danos causados pela guerra com a Rússia.
10. A Ucrânia acelerará o processo de negociação de um acordo de livre comércio com os EUA.
11. A Ucrânia reafirma o seu compromisso de permanecer um Estado não nuclear, em conformidade com o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.
12. Controlo sobre as instalações nucleares de Zaporizhia e recuperação da Hidrolétrica de Kakhovka.
Washington propõe que as instalações nucleares de Zaporizhzhia seja operada conjuntamente pela Ucrânia, Rússia e EUA, com cada país controlando 33 por cento e os EUA atuando como o principal supervisor.
13. A Ucrânia e a Rússia implementarão cursos escolares que promovam a compreensão e a tolerância a diferentes culturas e combatam o racismo e o preconceito. A Ucrânia aprovará as normas da UE sobre tolerância religiosa e proteção de línguas minoritárias.
14. Nas regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporizhia e Kherson, a linha de posições militares na data da assinatura será reconhecida como a linha de frente de facto: a) Determinar os movimentos de tropas necessários para o fim da guerra e estabelecer potenciais "zonas económicas livres", com a Rússia a retirar as tropas dessas áreas; b) A Rússia deve retirar as tropas das partes ocupadas das regiões de Dnipropetrovsk, Mykolaiv, Sumy e Kharkiv para que o acordo entre em vigor; c) Forças internacionais serão posicionadas ao longo da linha de frente para fiscalizar a implementação do acordo; d) As partes concordam em seguir as regras e obrigações impostas pelas Convenções de Genebra de 1949 e seus protocolos adicionais, incluindo os direitos humanos universais.
15. A Rússia e a Ucrânia comprometem-se a não usar a força para alterar os acordos territoriais e resolverão quaisquer disputas por meios diplomáticos.
16. A Rússia não obstruirá o uso do Rio Dniepre e do Mar Negro pela Ucrânia para fins comerciais. Um acordo marítimo separado garantirá a liberdade de navegação e transporte, com a desmilitarização da Península de Kinburn, ocupada pela Rússia.
17. Criação de um comitê humanitário que garantirá o seguinte: a) Troca de prisioneiros sem acordo prévio; b) Libertação de todos os civis detidos, incluindo crianças e presos políticos; c) Ações para solucionar os problemas e aliviar o sofrimento das vítimas do conflito.
18. A Ucrânia deve realizar eleições presidenciais o mais breve possível após a assinatura do acordo.
19. O acordo será juridicamente vinculativo. A implementação será fiscalizada pelo Conselho de Paz, presidido por Donald Trump. Ucrânia, Europa, OTAN, Rússia e Estados Unidos participarão nesse processo. Violações acarretarão sanções.
20. O cessar-fogo entrará em vigor imediatamente assim que todas as partes concordarem com o acordo.
Por agora, o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, não vai além da promessa de análise das propostas em cima da mesa, escusando-se a responder através dos media.
“Todos os principais parâmetros da posição do lado russo são bem conhecidos dos nossos colegas dos Estados Unidos”, resumiu Peskov, em declarações citadas pela agência Reuters.
“Agora, é nossa intenção formular a nossa posição com base na Informação que foi recebida pelo chefe de Estado e continuar os nossos contactos, num futuro muito próximo, através dos canais existentes que estão atualmente a funcionar”, acrescentou o porta-voz.Nas últimas semanas, o presidente russo frisou que as suas condições para fazer calar as armas em solo ucraniano passam pela cedência, por parte de Kiev, de cerca de cinco mil quilómetros quadrados do Dobass. E pela renúncia ucraniana ao projeto de adesão à NATO.
O presidente ucraniano revelou os contornos do plano de paz após longas negociações com os norte-americanos. Trata-se de uma revisão do documento inicial, que continha 28 pontos e representava, na prática, a capitulação da Ucrânia.Caso seja aprovado por Putin, o documento final terá que ser assinado pelos líderes da Ucrânia, Estados Unidos, Europa e Rússia.
De acordo com o jornal Kyiv Independent, ainda terá que ser decidido quem assinará da parte dos europeus. Jornal da Tarde | 24 de dezembro de 2025
Escreve o jornal ucraniano que, além do plano de paz, foi também criado um documento sobre garantias de segurança entre a Ucrânia, Estados Unidos e a Europa, bem como um acordo bilateral de segurança entre a Ucrânia e os Estados Unidos.
Haverá também um outro documento focado na cooperação económica entre Kiev e Washington.
Os 20 pontos do plano de paz
1. Os signatários afirmam que a Ucrânia é um Estado soberano.
2. O documento constitui um acordo de não agressão pleno e inquestionável entre a Rússia e a Ucrânia. Um mecanismo de fiscalização será estabelecido para supervisionar a linha de conflito utilizando vigilância não tripulada via satélite, garantindo a deteção precoce de violações.
3. A Ucrânia receberá garantias de segurança.
4. O tamanho das Forças Armadas da Ucrânia permanecerá em 800 mil militares em tempos de paz.
5. Os Estados Unidos, a NATO e os Estados signatários europeus fornecerão à Ucrânia garantias semelhantes às do Artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte.
Aplicam-se os seguintes pontos: a) Se a Rússia invadir a Ucrânia, uma resposta militar coordenada será lançada e todas as sanções globais contra a Rússia serão restabelecidas; b) Se a Ucrânia invadir a Rússia ou abrir fogo contra território russo sem provocação, as garantias de segurança serão consideradas nulas. Se a Rússia abrir fogo contra a Ucrânia, as garantias de segurança entrarão em vigor; c) Os EUA receberão compensação por fornecerem garantias de segurança (Esta disposição foi removida); d) Os acordos bilaterais de segurança previamente assinados entre a Ucrânia e cerca de 30 países permanecerão em vigor.
6. A Rússia formalizará sua postura de não agressão em relação à Europa e à Ucrânia em todas as leis e documentos necessários, ratificando-os pela Duma Estatal da Rússia.
7. A Ucrânia tornar-se-á membro da UE numa data claramente definida e receberá um acesso preferencial de curto prazo ao mercado europeu.
8. A Ucrânia receberá um pacote de desenvolvimento global, detalhado num acordo separado, que abrange várias áreas económicas: a) Será criado um fundo de desenvolvimento para investir em indústrias em rápido crescimento, incluindo tecnologia, centros de dados e inteligência artificial: b) Os EUA e as empresas americanas trabalharão com a Ucrânia para investir conjuntamente na recuperação, modernização e operação da infraestrutura de gás da Ucrânia, incluindo gasodutos e instalações de armazenamento; c) Serão feitos esforços conjuntos para reconstruir áreas devastadas pela guerra, com foco na recuperação e modernização de cidades e bairros residenciais; d) O desenvolvimento de infraestruturas será prioritário; e) A extração de minerais e recursos naturais será expandida; f) O Banco Mundial fornecerá um pacote de financiamento especial para apoiar a aceleração desses esforços; g) Será criado um grupo de trabalho de alto nível, incluindo a nomeação de um renomado especialista financeiro internacional como administrador da prosperidade, para supervisionar a implementação do plano estratégico de recuperação e prosperidade futura.
9. Serão criados diversos fundos para atender à recuperação da economia ucraniana, à reconstrução de áreas e regiões afetadas e a questões humanitárias. O objetivo é mobilizar 800 mil milhões de dólares, o custo estimado dos danos causados pela guerra com a Rússia.
10. A Ucrânia acelerará o processo de negociação de um acordo de livre comércio com os EUA.
11. A Ucrânia reafirma o seu compromisso de permanecer um Estado não nuclear, em conformidade com o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.
12. Controlo sobre as instalações nucleares de Zaporizhia e recuperação da Hidrolétrica de Kakhovka.
Washington propõe que as instalações nucleares de Zaporizhzhia seja operada conjuntamente pela Ucrânia, Rússia e EUA, com cada país controlando 33 por cento e os EUA atuando como o principal supervisor.
13. A Ucrânia e a Rússia implementarão cursos escolares que promovam a compreensão e a tolerância a diferentes culturas e combatam o racismo e o preconceito. A Ucrânia aprovará as normas da UE sobre tolerância religiosa e proteção de línguas minoritárias.
14. Nas regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporizhia e Kherson, a linha de posições militares na data da assinatura será reconhecida como a linha de frente de facto: a) Determinar os movimentos de tropas necessários para o fim da guerra e estabelecer potenciais "zonas económicas livres", com a Rússia a retirar as tropas dessas áreas; b) A Rússia deve retirar as tropas das partes ocupadas das regiões de Dnipropetrovsk, Mykolaiv, Sumy e Kharkiv para que o acordo entre em vigor; c) Forças internacionais serão posicionadas ao longo da linha de frente para fiscalizar a implementação do acordo; d) As partes concordam em seguir as regras e obrigações impostas pelas Convenções de Genebra de 1949 e seus protocolos adicionais, incluindo os direitos humanos universais.
15. A Rússia e a Ucrânia comprometem-se a não usar a força para alterar os acordos territoriais e resolverão quaisquer disputas por meios diplomáticos.
16. A Rússia não obstruirá o uso do Rio Dniepre e do Mar Negro pela Ucrânia para fins comerciais. Um acordo marítimo separado garantirá a liberdade de navegação e transporte, com a desmilitarização da Península de Kinburn, ocupada pela Rússia.
17. Criação de um comitê humanitário que garantirá o seguinte: a) Troca de prisioneiros sem acordo prévio; b) Libertação de todos os civis detidos, incluindo crianças e presos políticos; c) Ações para solucionar os problemas e aliviar o sofrimento das vítimas do conflito.
18. A Ucrânia deve realizar eleições presidenciais o mais breve possível após a assinatura do acordo.
19. O acordo será juridicamente vinculativo. A implementação será fiscalizada pelo Conselho de Paz, presidido por Donald Trump. Ucrânia, Europa, OTAN, Rússia e Estados Unidos participarão nesse processo. Violações acarretarão sanções.
20. O cessar-fogo entrará em vigor imediatamente assim que todas as partes concordarem com o acordo.