"Vitória do bom-senso". Rússia saúda exclusão de ativos russos para apoio a Kiev
Para o responsável pelo Fundo Russo de Investimento Direto, trata-se de "uma grande vitória para o direito e o bom-senso".
O responsável do Fundo Russo de Investimento Direto, Kirill Dmitriev, saudou esta sexta-feira a decisão, saída da cimeira de líderes da União Europeia, de financiar a Ucrânia através da emissão de dívida, em vez de utilizar ativos russos congelados.
Kirill Dmitriev dirige o Fundo Russo de Investimento Direto e, segundo a France-Presse, é considerado um dos autores do plano de paz para a Ucrânia apresentado pelo chefe de Estado norte-americano, Donald Trump.
Para Dmitriev, a decisão da União Europeia foi "uma grande vitória" para o direito, acrescentando que se tratou, em particular, de uma vitória para das vozes sensatas da Europa.
"Se isto for verdade, o cancelamento do esquema ilegal inicialmente proposto pela União Europeia de utilizar reservas internacionais russas para financiar a Ucrânia vai ser uma grande vitória para o direito e o bom senso", escreveu Dmitriev nas redes sociais.
"A lei e o bom senso venceram por enquanto", realçou o responsável do Fundo Russo de Investimento Direto.
"O mundo inteiro assistiu-vos a falhar em coagir outros a infringir a lei", frisou Kirill Dmitriev, citando especificamente o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Friedrich Merz.
🌩️Fatal blow to Ursula, Merz, Starmer & the warmongers: they burned political capital pushing illegal moves against Russia’s reserves—and FAILED.
— Kirill Dmitriev (@kadmitriev) December 19, 2025
“There’s no alternative,” they said. Apparently there is.
The whole world just watched you fail to bully others into breaking the law https://t.co/1gjpwSqPPd pic.twitter.com/yC8mrmaR9H
Os líderes da União Europeia (UE) concordaram sexta-feira financiar a Ucrânia com 90 mil milhões de euros em 2026 e 2027 através da emissão de dívida com recursos do orçamento comunitário, deixando de lado, de momento, o plano inicial de recorrer a ativos russos congelados pelas sanções.
Embora o principal objetivo fosse garantir o empréstimo utilizando os recursos gerados pelo vencimento de ativos russos congelados, como defendia a Comissão Europeia, os líderes optaram, pela emissão de dívida comum.A decisão ficou a dever-se, sobretudo, às objeções da Bélgica, país onde se encontra depositada a maior parte desses ativos, avaliados em 185 mil milhões de euros.
Em conferência de imprensa, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou que vai ser concedido com urgência "um empréstimo garantido pelo orçamento da União Europeia", que "reserva o direito de utilizar ativos congelados para o pagamento do empréstimo.
De qualquer forma, os líderes instruíram a Comissão Europeia para continuar a trabalhar num "empréstimo de reparação" para Kiev "com base em ativos russos congelados".
O primeiro-ministro belga, Bart De Wever, saudou a decisão de optar por um empréstimo garantido pela margem orçamental da UE para financiar a Ucrânia em 2026 e 2027 e reiterou que os ativos russos depositados no país vão "permanecer congelados".
A Rússia invadiu a Ucrânia em 2014 anexando a Península da Crimeia e lançou uma ofensiva de grande escala contra todo o território ucraniano em fevereiro de 2022.
c/ agências