Veterano norte-americano torna-se viral na linha da frente na guerra da Ucrânia

Já se juntaram cerca de 20 mil voluntários, vindos de todo o mundo, às forças ucranianas nos combates contra os invasores russos. Em contexto de guerra, os combatentes norte-americanos têm-se destacado na linha da frente. É o caso de um veterano que deixou o emprego e a família nos Estados Unidos para se juntar à Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia e, através dos vídeos que publica, está a tornar-se viral nas redes sociais.

Inês Moreira Santos - RTP /
Reuters

A Rússia tinha iniciado a ofensiva na Ucrânia há um dia quando James Vasquez, de 47 anos, decidiu viajar até à Ucrânia para ajudar as forças ucranianas a combater os invasores.

“Sou um veterano do Exército dos Estados Unidos. Tomei a decisão de ir para a Ucrânia e lutar ao lado do seu exercito”, declarou no Twitter, na altura, acrescentando que tinha acabado de criar a conta naquela rede social para poder “documentar a estadia” em território ucraniano.

E brincou ainda, nessa primeira publicação: “Sou um amador do Twitter, mas serei proficiente antes de embarcar naquele avião”.

Desde que decidiu ir combater pela Ucrânia e deixar o seu emprego como empreiteiro e a esposa em Connecticut, este veterano norte-americano tem relatado a viagem aos seguidores. Segundo as publicações do próprio, chegou à Polónia a 15 de março e entrou em território ucraniano no dia seguinte, tendo sido destacado para a linha da frente em Lviv.

Entre fotografias, vídeos e texto, este ex-sargento norte-americano que serviu no Iraque e no Afeganistão, tem contado ao longo dos dias o dia-a-dia dos combatentes na linha da frente na Ucrânia.



“Eu quase que sinto que estou numas férias incríveis e muito perigosas”, escreveu numa das publicações.

“Quando preciso de me preparar para os combates, só penso no rosto mais 'esmurrável' do planeta… Tucker Carlson”, disse, noutro tweet, referindo-se ao comentador da Fox News que elogiou Vladimir Putin e admitiu apoiar a invasão russa.



Mas foram vídeos, publicados esta semana, que o tornaram viral nas redes sociais.

Na quinta-feira, o veterano norte-americano filmou o “campo de batalha” com tanques russos em chamas e destruídos depois de um confronto com as forças ucranianas e a Legião Internacional de Defesa. Na publicação, que alcançou mais de dois milhões de visualizações em menos de 24 horas, Vasquez escreve que foram “eliminados” sete tanques russos e no vídeo ouve-se um soldado ucraniano a gritar “Bem-vindo à América” e, em resposta, o norte-americano grita o mesmo.



“Eu não sei se vocês sabem o que é isto que está atrás de mim”, narrava Vasquez enquanto posava nas imagens, “mas isto é um tanque russo".

"O primeiro tanque que foi eliminado", diz ainda.

Nos relatos sobre os confrontos de quinta-feira, numa vila ucraniana que não identifica, Vasquez disse que foi encarregado de “encontrar um grupo de russos que civis viram esconder-se” e usou um drone, que levou dos EUA, para tentar localizá-los.

Algumas horas depois, escreveu: “Acabei de passar seis horas seguidas de combate. Eu tenho um vídeo louco que vou publicar mais tarde. Dois homens foram baleados, mas vão ficar bem. Uma fatalidade”.
Norte-americanos na Legião Estrangeira da Ucrânia

Na Ucrânia desde meados deste mês, James Vasquez não confirma a sua localização exata, por razões de segurança, mas num dos vídeos refere estar na zona de Lviv. Segundo o veterano, tem sido muito bem acolhido pelos soldados ucranianos, que nos postos de controlo “acham incrível que um soldado norte-americano esteja aqui para lutar ao lado deles”.

No entanto, Vasquez garante que não quer que “a máquina de propaganda russa diga que há um batalhão de norte-americanos” a lutar na Ucrânia.

“[Estou] aqui sozinho por minha vontade”, escreveu.



Em entrevista ao Daily Mail, a esposa de James Vasquez contou que o soldado norte-americano sentia mesmo necessidade de ir ajudar os ucranianos.

"Está no ADN dele. Veio ter comigo depois do trabalho e disse: 'Precisamos de conversar, não posso assistir a isto na televisão, preciso de ajudar estas pessoas’", relatou Tina Vasquez, acrescentando que o apoiou desde início e pediu ao marido apenas que garantisse que voltava para casa.

Mais de sete mil cidadãos dos EUA voluntariaram-se para se juntarem à recém-criada força de combatentes estrangeiros da Ucrânia, a Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, de acordo com a embaixada da Ucrânia em Washington.

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