Zelensky vai pedir a Trump novas sanções dos EUA contra a Rússia

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vai procurar mais apoios dos aliados quando se dirigir à ONU e se encontrar com Donald Trump. Nos bastidores, Kiev prepara-se discretamente para uma nova fase da guerra, na qual depende mais de si própria.

Cristina Sambado - RTP /
Alexander Drago - Reuters

Preparámos a base para as garantias de segurança que a Europa está disposta a oferecer, contando que os Estados Unidos se juntem”, afirmou Zelensky, no passado domingo, num encontro com jornalistas.

As esperanças de Kiev de obter novas sanções severas dos EUA contra a Rússia estão a desvanecer-se, e um novo pragmatismo na Ucrânia torna a viagem de Zelensky menos tensa do que algumas visitas anteriores aos Estados Unidos.

O presidente ucraniano vai participar em várias reuniões bilaterais em Nova Iorque e espera receber apoios de todos os aliados, incluindo Washington.Segundo Zelensky, Kiev e os parceiros estão perto de concluir um acordo para definir as garantias necessárias para evitar uma nova invasão russa.

Zelensky deverá pedir a Trump novas sanções dos EUA contra a Rússia esta terça-feira.

Kiev tem também vindo a promover planos para uma cimeira dedicada à península da Crimeia, ocupada pela Rússia na Ucrânia, um evento que parece ter como objetivo rejeitar a discussão sobre qualquer acordo de paz que envolva o reconhecimento da Crimeia como território russo. Putin afirma que mais de 700 mil soldados russos estão atualmente destacados na linha da frente da Ucrânia, e a Rússia ocupa cerca de 20 por cento do território ucraniano.

As autoridades ucranianas descreveram o seu trabalho antes da chegada de Zelensky, na segunda-feira, como diplomacia pragmática, em vez de preparativos para uma viagem decisiva.


"Nova Iorque é a plataforma todos os meses de setembro. É um lugar muito importante para se estar", disse o primeiro vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergiy Kyslytsya, à Reuters.

"Gostaria que fosse mais conveniente, mas nunca teremos soluções fáceis para conflitos desta magnitude. Por isso, penso que não voltaremos de Nova Iorque, todos nós, com soluções fáceis. E continuaremos a trabalhar arduamente depois de Nova Iorque”.
Ataques russos matam duas pessoas na Ucrânia
Novos ataques russos contra a Ucrânia mataram duas pessoas durante a noite de segunda para terça-feira no sul do país, anunciaram as autoridades locais, com a Rússia a afirmar que a cidade de Moscovo tinha sido alvo de drones ucranianos.

A Rússia lançou três mísseis e 115 drones contra a Ucrânia durante a noite, informou a Força Aérea Ucraniana.

Embora a maioria dos drones tenha sido destruída pelas defesas aéreas, dois civis foram mortos nas regiões de Zaporizhzhia e Odessa, no sul, informaram as autoridades locais."A Rússia continua o seu terror contra o povo da Ucrânia", disse a primeira-ministra Yulia Svyrydenko nas redes sociais, uma vez que o país é alvo quase diariamente destes ataques mortais.

Svyrydenko voltou a apelar aos aliados ocidentais de Kiev para que forneçam mais armas para repelir estes bombardeamentos.

"Cada atraso no reforço das defesas aéreas da Ucrânia significa mais vidas perdidas", sublinhou.

Em resposta aos ataques de Moscovo, a Ucrânia intensificou os ataques com drones de longo alcance em território russo, visando frequentemente indústrias militares e instalações energéticas, incluindo refinarias de petróleo.

O Ministério russo da Defesa informou na terça-feira que destruiu 69 drones ucranianos que sobrevoavam a Rússia durante a noite, não tendo sido registados danos.

O exército russo destruiu mais de uma dezena de drones que se aproximavam de Moscovo, afirmou o seu presidente da câmara, Sergei Sobyanin, nas redes sociais.
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