Agências da ONU condenam novo ataque israelita a hospital em Gaza
Várias agências das Nações Unidas condenaram hoje um ataque do exército israelita ao Hospital Nasser, o principal centro médico no sul da Faixa de Gaza, que matou pelo menos 20 pessoas, incluindo cinco jornalistas.
"Jornalistas não são um alvo. Hospitais não são um alvo", disse Ravina Shamdasani, porta-voz do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
"O assassínio de jornalistas em Gaza deve chocar o mundo, não mergulhando-o num silêncio atordoado, mas fazendo-o agir", insistiu.
Também o chefe da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) denunciou a "chocante" inação da comunidade internacional diante da situação em Gaza.
Este novo ataque israelita equivale a "silenciar as últimas vozes que denunciam a morte silenciosa de crianças vítimas da fome", denunciou Philippe Lazzarini na rede social X, acrescentando: "A indiferença e a inação do mundo são chocantes".
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, recorreu igualmente às redes sociais para condenar o ataque e indicou que outras 50 pessoas ficaram feridas na ofensiva, entre elas doentes em estado crítico que já estavam a receber assistência.
"Enquanto a população em Gaza passa fome, o seu já limitado acesso a cuidados de saúde está a ser ainda mais prejudicado pelos repetidos ataques. Não podemos dizer alto o suficiente: PAREM os ataques à assistência médica. Cessar-fogo agora", escreveu.
Dois ataques israelitas ao hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza, fizeram hoje 20 mortos, incluindo cinco jornalistas, segundo um novo balanço da Defesa Civil palestiniana.
A estação qatariana Al-Jazeera, as agências de notícias Reuters e Associated Press (AP) lamentaram a morte dos seus colaboradores, manifestando choque e tristeza.
O exército israelita reconheceu ter realizado "um ataque na zona do hospital Nasser" e anunciou uma "investigação", lamentando "qualquer dano causado a indivíduos não envolvidos" e que "não teve como alvo jornalistas propriamente ditos".
Segundo o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Bassal, o hospital Nasser em Khan Yunis foi atingido duas vezes pelo exército israelita, primeiro por um `drone` explosivo e depois por um bombardeamento aéreo enquanto os feridos eram retirados do local.
O hospital Nasser é uma das últimas unidades de saúde parcialmente funcionais na Faixa de Gaza, enclave palestiniano devastado por quase dois anos de guerra, que fizeram dezenas de milhares de mortos e provocaram um desastre humanitário.
Este complexo hospitalar foi alvo de ataques por parte de Israel por diversas vezes desde o início da guerra.