Eurovisão. Nemo devolve troféu à União Europeia de Radiodifusão

Nemo, artista que venceu a Eurovisão em 2024 pela Suíça, prepara-se para devolver o troféu ganho à União Europeia de Radiodifusão.

RTP /
Denis Balibouse - Reuters

O anúncio foi feito na quinta-feira através das redes sociais.

“Hoje eu já não sinto que este troféu pertença à minha prateleira”
, lamenta Nemo, que justifica a decisão como protesto pela permanência de Israel no Festival Eurovisão da Canção, que tem provocado muita polémica.

Nemo também lamenta que a Eurovisão sirva para “suavizar a imagem de um Estado acusado de atos graves, ao mesmo tempo que a organização insiste que a Eurovisão não é política”, lembrando do boicote de cinco países contra a participação de Israel na edição de 2026, algo que segundo Nemo “deveria ser claro que algo está profundamente errado”.



No entanto, sublinha que a decisão “não tem a ver com indivíduos ou artistas”, mas aponta para a contradição entre os ”valores que celebramos em palco” e a vivência fora deste.

Nos comentários, os apoios multiplicam-se, destacando-se o de Iolanda, representante de Portugal na Eurovisão 2024, que saudou a decisão de Nemo como estando “no lado certo da história”.O genocídio em Gaza e a alegada fraude do televoto - que tem dado votações expressivas a Israel, enquanto o júri tem dado pontuações mais baixas – está a provocar uma das mais graves crises da história da Eurovisão, dividindo fãs e países.

Cinco países até ao momento – Espanha, Irlanda, Países Baixos, Eslovénia e Islândia – já anunciaram a sua desistência, em protesto contra a participação de Israel, ao passo que Portugal irá participar na próxima edição.

No entanto, 17 artistas participantes no Festival da Canção afirmam que não irão representar Portugal na Eurovisão caso vençam o certame.
PUB