O primeiro dia do papa Francisco em Portugal
No livro de honra dos chefes de Estado, Francisco escreveu em português: “Lisboa, cidade do encontro, inspira caminhos para enfrentarmos juntos as grandes questões da Europa e do mundo”.
Ainda em Belém, ao final da manhã, Francisco seguiu para o Centro Cultural de Belém, onde saudou a sociedade civil e o corpo diplomático. No primeiro discurso em contexto da passagem por Portugal, o papa não esqueceu os problemas ambientais e criticou o investimento em armas.
“Investe-se nas armas e não se investe no futuro dos filhos”, resumiu num discurso em italiano. Para o papa, o melhor investimento é o que se faz nos “filhos” e pediu uma Europa que seja capaz de encontrar um espírito jovem sem “colonizações ideológicas”, capaz de construir pontes com os outros continentes.
Mencionou ainda a Lei da Eutanásia, recentemente aprovada em Portugal. Criticou o que classifica como “leis sofisticadas” que colocam a vida humana “em risco por derivas utilitaristas que a usam e descartam”.
Francisco seguiu depois para a Nunciatura Apostólica, sempre acompanhado por centenas de pessoas nas ruas para o verem de perto. Protagonizou alguns momentos de quebra de protocolo, ao abençoar bebés que foram levados até ao chefe da Igreja Católica.
Na Nunciatura Apostólica, embaixada do Vaticano em Lisboa, que será a sua casa nos próximos dias, Francisco recebeu em audiência o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e o primeiro-ministro, António Costa.
Com um novo banho de multidão pelo caminho, o papa voltou depois a Belém para celebrar a oração das Vésperas, no Mosteiro dos Jerónimos, com os Bispos, Sacerdotes, Diáconos, Consagrados e Consagradas, Seminaristas e Agentes Pastorais.
Perante o clero português, Francisco apelou a “santificação humilde e constante” por parte da Igreja “partindo do grito de sofrimento das vítimas que sempre se devem acolher e escutar”.
Reconheceu que por vezes o “mau testemunho” da Igreja e os “escândalos que desfiguram o seu rosto” contribuem para acentuar “a aversão que alguns nutrem face à Igreja”.
Neste segundo discurso em Portugal, desta feita em castelhano, Francisco alertou para os riscos da “resignação e pessimismo” provocados por estes acontecimentos e pediu à Igreja portuguesa para “lançar de novo as redes”, aludindo ao texto bíblico sobre o encontro de Jesus com um grupo de pescadores.
Ao início da tarde, um dos cartazes (em Algés) foi retirado pela Câmara de Oeiras.
Ainda nesta temática, de realçar que Francisco reuniu logo esta quarta-feira, ao final do dia, com vítimas de abusos no seio da Igreja Católica. Este encontro sigiloso não fazia parte do programa oficial da Jornada Mundial da Juventude e decorreu na Nunciatura Apostólica.
Para esta quinta-feira, segundo dia da visita a Portugal, está previsto um encontro com jovens universitários na Universidade Católica Portuguesa, logo ao início da manhã. Seguir-se-á depois o encontro com jovens de Scholas Occurrentes, em Cascais.
O dia termina com a Cerimónia do Acolhimento, na Colina do Encontro (Parque Eduardo VII).
Papa Francisco já se encontrou com vítimas de abusos na Igreja
Foto: Miguel A. Lopes - Lusa
Movimento responsável pelo cartaz ameaça avançar para a barra dos tribunais
António Cotrim - Lusa
O movimento não compreende a decisão da câmara presidida por Isaltino Morais e pondera avançar para o tribunal.
Bispos portugueses consideram palavras de Francisco "estimulantes e desafiantes"
Dois carteiristas detidos em Lisboa por furto a peregrino
Em comunicado, a PSP especificou que a vítima, de 65 anos, visitava Lisboa quando "os dois suspeitos furtaram, do interior da sua mochila, uma carteira que, além dos documentos pessoais, continha cerca de 225 euros em notas".
"No momento do furto encontravam-se em policiamento preventivo Polícias das Equipas Especializadas no Furto por Carteirista, que assistiram ao furto e de imediato detiveram os suspeitos e apreenderam os objetos furtados", indicou a Polícia.
Os agentes dirigiram-se de seguida à vítima para explicar o sucedido, tendo o peregrino verificado que a "mala estava aberta e sem a carteira no interior".
A PSP referiu ainda que a detenção foi feita por uma equipa conjunta especializada no furto por carteirista da PSP e da Europol, no âmbito da cooperação internacional com a Polícia de Segurança Pública para o evento Jornada Mundial da Juventude 2023.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa até domingo para a JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, e que conta com a presença do Papa Francisco.
Visita do Papa a Cascais obriga a cortes de trânsito e restrições no estacionamento
De acordo com o programa oficial da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o Papa irá deslocar-se na quinta-feira, pelas 10:40, ao concelho de Cascais para um encontro com jovens da "Scholas Occurrentes", uma organização de direito pontifício, que nasceu em 2019 na Argentina, pelas mãos do próprio Francisco.
Em comunicado, a Câmara Municipal de Cascais informa o percurso para a passagem do Papa e os condicionamentos de trânsito que estão previstos, entre as 09:00 e as 13:00.
Os cortes de trânsito irão ocorrer na Avenida da República (entre a rotunda Comendador Joaquim Baraona e a rotunda João Paulo II), na Avenida Vasco da Gama (entre a Avenida da República e a Avenida Emídio Navarro), na Rua Conde Ferreira, Rua Latino Coelho, Rua do Gama, Rua dos Navegantes, Largo da Assunção, Rua da Vitória, Rua Gomes Freire, Rua Marques Leal Pancada, Rua Sacadura Cabral e Rua Gago Coutinho.
Haverá igualmente cortes na Rua Júlio Pereira de Melo, Rua José Ignácio Roquette, Rua Freitas Reis, Rua Luís Xavier Palmeirim, Avenida Dom Carlos I, Passeio Dom Luís I e Alameda dos Combatentes da Grande Guerra.
Além de cortes de vias, a visita do Papa a Cascais vai implicar também proibições de estacionamento no centro da vila, a partir das 20:00 de hoje e até às 13:00 de quinta-feira.
Durante este período será proibido estacionar na Avenida da República, Rua Latino Coelho, Rua Conde Ferreira, Rua Gomes Freire, Largo da Assunção, Rua Júlio Pereira de Melo, Rua José Inácio Roquette e Rua Sacadura Cabral.
Haverá também condicionamento da circulação de pessoas entre as 08:00 e as 12:30 nas ruas Vasco da Gama, Rua Conde Ferreira, Latino Coelho e Gomes Freire.
"O acesso de moradores à área condicionada à circulação de pessoas será permitido mediante apresentação de comprovativo de morada, acompanhado do cartão de cidadão", indica a autarquia.
O percurso previsto para a passagem do Papa Francisco é a rotunda Condes Barcelona (Estoril), Avenida Dom Nuno Álvares Pereira (Estoril), Avenida Fausto Figueiredo (Estoril), Avenida Marginal (Hotel Continental), Praça Francisco Sá Carneiro, Alameda Combatentes da Grande Guerra (Jardim Visconde da Luz), Passeio Dom Luís I (Baía de Cascais), Avenida Dom Carlos I (Cidadela), Avenida da República e Avenida Vasco da Gama.
"Venha fazer parte deste encontro. Integre a moldura humana que irá estender-se ao longo do percurso pelo qual Sua Santidade o Papa Francisco vai passar, rumo ao centro de Cascais", apela a Câmara Municipal, acrescentando que o percurso será decorado com o "maior mural do mundo pintado".
Francisco estará em Portugal entre hoje e domingo, no âmbito da JMJ, com a maior parte das atividades a decorrerem em Lisboa, no Parque Eduardo VII, na zona de Belém e no Parque Tejo (a norte do Parque das Nações e em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures).
O Papa deslocar-se-á também a Fátima, no sábado, onde ficará cerca de duas horas, para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.
Papa a caminho da Nunciatura
Papa Francisco defende "purificação da Igreja" confiando em Jesus
Foto: Pedro Nunes - Reuters
"É um sentimento muito difundido entre os países de tradição cristã antiga, atravessados por mudanças sociais e culturais cada vez mais marcados pelo secularismo, pela indiferença para com Deus e por um progressivo afastamento da prática da fé", reconheceu Francisco. "E por aqui entra a mundanidade".
"Isto vê-se com frequência acentuado pela desilusão e a aversão que alguns nutrem face à Igreja, devido às vezes ao nosso mau testemunho e aos escândalos que desfiguram o seu rosto", lançou o Santo Padre, apelando a uma "santificação humilde e constante, partindo do grito de sofrimento das vítimas que sempre se devem acolher e escutar".
Francisco aludiu assim às vítimas de abusos sexuais no seio da Igreja Católica, sem contudo mencionar a palavra sexuais.
Confiança em Jesus
Francisco dirigia-se a bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados e consagradas, seminaristas e agentes pastorais, assim como representantes dos principais movimentos de leigos na Igreja, presentes no Mosteiro dos Jerónimos para rezarem juntos a oração da tarde da Igreja Católica.
"Quando cada um se sente desanimado, pense", desafiou o Papa, "Quando sentiu esse desânimo?"
"O risco é descer da barca, acabar preso nas redes da resignação e do pessimismo", alertou, para logo deixar um desafio. "Pelo contrário, confiemos que Jesus continua a tomar-nos pela mão" e a levantar a Igreja, "sua esposa amada".
Dirigindo-se mais pessoalmente aos sacerdortes ali presentes, o Papa alertou que, "quando estamos desanimados, de forma consciente ou não, deixamos cair o zelo apostólico e transformamo-nos em funcionários do sagrado", "meros administradores", algo "muito triste" de suceder a quem "consagroua sua vida a Deus".
Ao reentrar nas barcas dos apóstolos, então ainda meros pescadores e quando estes já lavavam as ferramentas após horas sem pescar nada, o "momento do desânimo" como identificou Francisco, "Jesus convida a lançar de novo as redes".
O Papa desafiou assim a Igreja portuguesa a fazer o mesmo, "a deixar Jesus entrar na barca, com a frescura do primeiro momento, que deve ser revivida, reconquistada, reeditada".
Francisco apelou a não ter medo da "espiritualidade do recomeço". "Assim é a vida", lembrou, noutro à parte do discurso que trazia preparado. E, "quando se perde o sonho, lembramo-nos de mil justificações para não lançar as redes", avisou , alertando para uma resignação "amarga, que corrói a alma".
Nestes tempos difíceis, "a interpelação de Jesus à Igreja é, queres descer da barca e afundar na desilusão? Ou fazer-me subir e permitir que seja mais uma vez a novidade da minha palavra a tomar na mão o leme?", afirmou o mais alto representante da Igreja Católica na terra.
Três decisões
O Papa desafiou os bispos e consagrados e consagradas presentes a examinar a consciência e a recomeçar, a "despertar a ânsia pelo Evangelho", referindo que essa é "a segunda chamada de Jesus, para nos fazer caminhar". "Não tenham medo dela", recomendou.
Dirigindo-se de modo especial aos "portugueses" e lembrando o tempo das Descobertas, Francisco instou-os a "fazer-se ao largo, não para conquistar o mundo ou pescar bacalhau, mas para o alegrar e consolar com a alegria do Evangelho", lembrando as palavras do Padre António Vieira, a quem chamavam "Paiaçu, Pai Grande."
"Dizia ele, para nascer, Deus ter-vos-ia dado uma pequena terra, mas ao fazer-vos debruçar sobre o Oceano, deu-vos o mundo inteiro para morrer", lembrou o Papa, citando para nascer, pouca terra, para morrer toda a terra; para nascer, Portugal, para morrer, o Mundo.
Frisando que "não é tempo de amarrar a barca nem de olhar para trás", o Santo Padre considerou também que "não devemos evadir este tempo só porque nos mete medo, para nor refugiarmos em formas e estilos do passado. Não, este é o tempo da Graça que Deus nos concede para nos aventuramos no Mar da evangelização e da missão".
Para tal, Francisco recomendou à Igreja portuguesa três decisões que serão necessárias.
A primeira delas, "fazer-se ao largo", mar adentro, "deixando a margem" das "desilusões e do imobilismo", "afastar-se daquela tristeza melosa e do cincismo irónico que nos assaltam à vista das dificuldades", para "lançar de novo as redes". Algo que necessita de "muita oração", dia a dia, reconhecendo que se perdeu o hábito de "estar em silêncio diante do Senhor", a "adoração do Senhor", e apelando à sua recuperação segundo o exemplo de Madre Teresa.
Francisco referiu ainda São João de Brito, que "partiu para a Índia no mei de miutas dificuldades", tendo adotado a fala e a roupa dos locais, para lembrar que "também nós somos lembrandos a mergulhar as nossas redes nos tempos em que vivemos, dialogar com todos, a tornar compreensível o Evangelho". mesmo correndo "o rsico de alguma tempestade", uma vez que Jesus "vem ao nosso encontro dizendo 'sou eu, não temais'".
A segunda decisão, acrescentou o Papa, "é levar juntos a pastoral". "Pedro guia a barca, mas todos estão dentro dela", lembrou, a trabalhar juntos, pedindo ajuda. "E assim encheram não um mas dois barcos" com a pesca, acrescentou. "A Igreja é comunhão é ajuda recíproca, é caminho comum".
Lembrando o Sínodo que se vai iniciar brevemente, Francisco lembrou que "deve haver lugar para todos os baptizados", chamados a "subir à barca" para "lançar redes e anunciar o Evangelho". "Todos", frisou. "Não coloquemos alfândegas na Igreja", recomendou, reconhecendo que isso "é um grande desafio", desafiando ao envolvimento dos leigos num tempo de crescente falta de consagrados, "numa rede de relações humanas" e fugindo ao clericalismo.
Como terceira decisão, Francisco recomendou "tornar-se pescadores de homens", "sem medo". "Isso não é fazer proselitismo", frisou. É "anunciar o Evangelho ao outro", resgatando-o do "mar tempestuoso do mal que ameaça afoga-las, ressuscita-las de todas as formas de morte", "com amor". "Cristão é convidar, acolher, sem proselitismo", frisou.
"Porto seguro"
Nesse sentido, o Papa Francisco considerou que a Igreja portuguesa deve ser um porto seguro para quem enfrenta as tempestades da vida.
"Sonhamos a Igreja portuguesa como um porto seguro, para quem enfrenta as travessias, os naufrágios e as tempestades da vida", afirmou Francisco.
Reconhecendo que "não faltam trevas na sociedade atual, inclusive aqui em Portugal", Francisco apontou a incerteza, a precariedade, sobretudo a económica, a pobreza de amizade social e a falta de esperança.
"A nós, como Igreja, cabe a tarefa de submergirmos nas águas deste mar, lançando a rede do Evangelho, sem acusar, mas levando às pessoas do nosso tempo uma proposta de vida", prosseguiu, observando a necessidade de o levar "a uma sociedade multicultural, (...) às situações de precariedade e pobreza, que aumentam, sobretudo entre os jovens", onde é frágil a família e se encontram feridas as relações ou onde "reinam o desânimo e o fatalismo".
Papa Francisco desafia Igreja portuguesa "a lançar de novo as redes"
“Jesus saiu do seu lugar sagrado na Nazaré e foi para as ruas à procura dos homens e das mulheres e falava da proximidade de Deus, nos lugares onde as pessoas vivem, lutam e esperam, nas suas frustrações, como os pescadores, que não tinham pescado nada”.
O Santo Padre falou da possibilidade de se sentir um cansaço semelhante, “um sentimento muito correto nos países de tradição antiga, marcados por um distanciamento cada vez maior da prática da Fé”, afirmou.
Situação do jovem croata que sofreu lesão é grave mas está estável, indica Hospital
O peregrino, de 21 anos, deu entrada na urgência do Hospital Santa Maria, em Lisboa, por volta das 16:00 de terça-feira, na sequência do acidente, e encontra-se "neste momento estabilizado", disse o médico João Gouveia, adiantando que o hospital está em contacto com a Embaixada da Croácia e com a família do jovem.
Dos cerca de 30 peregrinos que já recorreram à urgência, este jovem "é o único doente que está internado e é uma situação grave", afirmou o diretor do Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, que integra os hospitais Santa Maria e Pulido Valente.
Relativamente aos motivos que levaram os outros peregrinos participantes na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) a recorrer às urgências, o especialista disse que foram essencialmente "problemas nos membros ou queixas gastrointestinais".
"São casos ligeiros sem necessidade de internamento", disse o médico intensivista, deixando um apelo às pessoas para que só se dirijam às urgências quando for estritamente necessário.
"Urgências são para tratar os doentes urgentes", vincou João Gouveia, observando que todas as outras situações não têm ali "o tratamento adequado que deviam ter noutras locais".
Por outro lado, prosseguiu, "prejudicam o tratamento daqueles doentes que necessitam mesmo de ir à urgência, principalmente nesta fase".
"De resto, é esperar que as pessoas, de um modo geral, cumpram todos os conselhos que lhes são dados para nesta situação manter um estado de saúde o máximo possível", rematou João Gouveia.
Entre as 08:00 de terça-feira e as 08:00 de hoje, 21 peregrinos recorreram à urgência central e oito à urgência pediátrica (até aos 18 anos), segundo dados do CHULN avançados à Lusa.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa até domingo para a JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, e que conta com a presença do Papa Francisco.
O Papa, o primeiro peregrino a inscrever-se na JMJ, chegou a Lisboa hoje de manhã, tendo prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no sábado para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.
Proteção Civil respondeu a 403 ocorrências e encaminhou 16 para hospitais
"Entenda-se também que [além dessas 16] todas as outras situações de assistência foram resolvidas por estes profissionais e por estes dispositivos instalados para este efeito", referiu o adjunto de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Bruno Borges.
Na conferência de imprensa diária sobre a operação de segurança da JMJ, Bruno Borges evidenciou que o dispositivo montado, em Fátima e no Parque Eduardo VII (Lisboa), deu uma resposta positiva às ocorrências registadas.
Ao todo estiveram envolvidos "467 operacionais e 220 veículos dos diversos agentes de proteção civil", entre os quais Bombeiros, Cruz Vermelha e Instituto Nacional de Emergência Médica.
À agência Lusa, o representante do INEM, Ivo Cardoso, explicou que a maioria das assistências realizadas na terça-feira estiveram relacionadas com ansiedade, calor e cansaço.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa até domingo para a JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica.
D.José Ornelas dá as boas-vindas a Francisco para a oração das Vésperas
Igreja em peso aplaude Papa Francisco na entrada nos Jerónimos
Recusada a entrada a 152 pessoas e controladas 950.081
"Nas fronteiras terrestres foram controladas, até ao momento, 14.495 viaturas, entre veículos ligeiros e pesados, principalmente de passageiros", referiu.
Na conferência de imprensa diária sobre a operação de segurança da Jornada Mundial de Juventude (JMJ), Artur Querido informou que na fronteira marítima foram controladas 1.275 embarcações.
Já na fronteira aérea indicou que, até ao momento, foram verificados 4.764 voos.
Os controlos documentais nas fronteiras tiveram início em 22 de julho.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa até domingo para a JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica.
A JMJ é um encontro de jovens de todo o mundo com o Papa e iniciou-se na terça-feira.
Costa e Santos Silva estiveram na Nunciatura Apostólica com o papa Francisco
Papa deixa Nunciatura para se dirigir ao Mosteiro dos Jerónimos
Autores apontam censura. Cartaz a denunciar abusos sexuais na igreja retirado pela Câmara de Oeiras
Cada ponto é uma das 4815 crianças abusadas sexualmente pela ICAR em Portugal. #JMJ pic.twitter.com/oaYAcBFi8N
— Telma Tavares (@tarantelma) July 26, 2023
Os cartazes da Alameda – na jurisdição da Câmara Municipal de Lisboa – e Loures mantêm-se. O cartaz da rotunda de Algés, como se pode ver em relatos na rede social X, foi visitado por elementos da polícia municipal e posteriormente retirado.
Questionada pelo online da RTP sobre a retirada do cartaz da rotunda de Algés, a autarquia de Oeiras responde liminarmente que “no Município de Oeiras toda a publicidade ilegal é retirada, neste e em todos os casos”.
Censura em Algés, após quase 50 anos do 25 de abril.
— Telma Tavares (@tarantelma) August 2, 2023
Luto pela liberdade de expressão das +4800 vítimas, por um memorial que erguemos para que ninguém se esqueça delas. Não esquecemos.#JMJ #WYD pic.twitter.com/hfO6ATA9Wt
Para o movimento, "a retirada do cartaz viola injustificamente o direito à liberdade de expressão", já que "o cartaz não colocou minimamente em causa a realização da JMJ, nem tem um cariz ofensivo".
"Temos o direito de expor o cartaz e iremos lutar por esse direito", conclui o comunicado, onde prometem, "analisar o recurso à via judicial para reagir a esta injustiça, de forma a compensar, dentro do possível, esta forma de censura ilegal por parte da CM de Oeiras".
Papa Francisco referiu-se à Lei da Eutanásia em Portugal sem julgamento - comentário
Miguel A. Lopes - Lusa
António Marujo, comentador de assunstos religiosos da Antena 1, considera que o papa deu a opinião que tem sobre o tema, mas sem uma atitude mais rígida.
António Marujo entendeu ainda que nesta primeira intervenção do papa não foi feita nenhuma referência aos abusos sexuais na igreja apenas porque ainda não era o momento.
A análise de António Marujo, comentador de assuntos religiosos da Antena 1.
Carris transportou mais de 700 mil passageiros no primeiro dia do evento
Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, a Carris indica que "transportou mais de 700 mil passageiros" na terça-feira, o que significa "um acréscimo de procura na ordem dos 35%, por comparação com a média de passageiros transportados num dia útil de inverno, período em que se regista historicamente maior procura".
De acordo com a empresa, "a concentração de peregrinos gerou condicionamentos pontuais, que se foram dirimindo ao longo do dia".
A Carris adianta ainda que a utilização do título de transporte `Peregrino JMJ` tem aumentado nos últimos dias, "tendo sido registadas, no dia 01 de agosto [terça-feira], cerca de 150.000 viagens com este perfil".
A transportadora assegura que "está a operar com a sua máxima capacidade e a monitorizar em permanência os principais locais de afluência de passageiros e os condicionamentos imprevistos que vão surgindo, por razões de segurança, para ajustar, a cada momento, a sua oferta e proporcionar a melhor experiência possível aos milhares de pessoas que se deslocam em Lisboa".
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa até domingo para a JMJ, que arrancou na terça-feira, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, e que conta com a presença do Papa Francisco.
O Papa, o primeiro peregrino a inscrever-se na JMJ, chegou hoje de manhã a Lisboa.
Papa Francisco recebe António Costa e Santos Silva
Cadeira e ambão colocados no palco do Parque Eduardo VII
Foto: Miguel A. Lopes - EPA
Peregrinos banham-se nas águas do Tejo para fugir ao calor
Foto: António Cotrim - Lusa
Peregrinos não inscritos devem usar écrans gigantes na Av da Liberdade
Foto: Pedro Nunes - Reuters
Quinze drones apreendidos durante Missa inaugural da JMJ
Jovem croata internado no Santa Maria com lesão grave devido a mergulho
Segundo a mesma fonte, as próximas 48 horas são cruciais para saber se o jovem fica tetraplégico na sequência do acidente.
Além deste jovem, recorreram às urgências do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, que integra os hospitais Santa Maria e Pulido Valente, 29 peregrinos, 21 dos quais à urgência central e oito à urgência pediátrica (até aos 18 anos), entre as 08:00 de terça-feira, primeiro dia da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), e as 08:00 de hoje.
O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (que engloba, entre outros, os hospitais São José e D. Estefânia) registaram um aumento de 12% na procura das urgências relativamente à media das três anteriores semanas, segundo dados avançados à agência Lusa.
As urgências no Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, que integra os hospitais São Francisco Xavier, Egas Moniz e Santa Cruz, registaram um ligeiro aumento na afluência às urgências, disse à Lusa uma fonte do hospital, adiantando que na terça-feira receberam 12 utentes, nove dos quais na urgência geral, dois na urgência pediátrica e um na urgência de ginecologia, tendo todos tido alta clínica.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa até domingo para a JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, e que conta com a presença do Papa Francisco.
O Papa, o primeiro peregrino a inscrever-se na JMJ, chegou a Lisboa hoje de manhã, tendo prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no sábado para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.
Muitos peregrinos vêm sozinhos até Lisboa
Partidos elogiam discurso de Papa Francisco
Em declarações aos jornalistas à saída do Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, considerou que o discurso do líder da Igreja Católica foi "de grande humanidade e universalismo", salientando que destacou Lisboa como uma "cidade cosmopolita, aberta, universal".
"Mas a sua santidade não deixou de passar pelos principais problemas do mundo, e em particular dos jovens, e desta possibilidade de construirmos em conjunto, agora na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), um futuro melhor que nos afaste também dos populismos", afirmou.
Brilhante Dias referiu que o discurso do Papa foi "particularmente tocante para quem está na vida política" e tem a responsabilidade "de olhar para o futuro", considerando que as palavras do líder dos católicos estão "muito alinhadas" com as preocupações do PS.
Questionado sobre as polémicas em torno da JMJ, Brilhante Dias respondeu que "é perfeitamente normal", em eventos de grande dimensão, que se viva "com alguma ansiedade o momento de início", mas disse que a jornada é um momento que se deve "aproveitar ao máximo".
Já o presidente do PSD, Luís Montenegro, classificou o discurso do Papa Francisco como "uma excelente reflexão" e admitiu que "foi até muito mais político" do que esperava.
"Tocou em vários pontos que são hoje cruciais da agenda política, da agenda europeia, da agenda global mas muito centrado, com um pragmatismo de quem olha para esses problemas e incita o poder político a encontrar soluções", considerou.
Sobre as polémicas, Montenegro afirmou que "evidentemente que numa organização de um grande evento há sempre uma ou outra coisa que corre menos bem, mas o fundamental é aquilo que corre bem", preferindo destacar "a alegria, o encontro de culturas, de povos, numa faixa etária que é aquela que, como o Papa também referiu, abre a esperança para o futuro".
Por seu turno, o presidente da Iniciativa Liberal afirmou que a "mensagem essencial" do discurso do Papa foi "muito ligada também à situação que se vive em Portugal" e a "necessidade de dar condições à juventude para ter um futuro diferente" e "sucesso em Portugal e na Europa".
Rui Rocha defendeu que se deve "investir muito mais" nos "caminhos do futuro do que propriamente na guerra, na miséria, na tragédia".
"E acho que em Portugal precisamos também muito dessa mensagem, de uma mensagem de esperança. Passamos os dias muitas vezes perdidos em tricas, em questões menores, e é muito importante devolver a esperança e a confiança aos portugueses", salientou.
A deputada única do PAN, Inês de Sousa Real, disse que o discurso do Papa Francisco "convocou para o combate às alterações climáticas e a um pacto intergeracional", salientando que deixou "uma mensagem de esperança", muito "virada para o oceano" e para a partilha dos "recursos naturais de forma responsáveis e sustentável".
"Foi com muito agrado que o PAN ouviu estas palavras diretamente de sua santidade o Papa Francisco, a reclamar e a reivindicar mais proteção dos ambientes, seja para nós, seja para as gerações futuras (...) e para os nossos companheiros de jornada, os animais", disse.
Irma e Tiago Nacarato atuam em Cascais
PSP pede à população que respeite as ordens das autoridades
Um porta-voz da PSP disse ser “evidente” que a vinda de Francisco a Portugal é “uma grande honra para todos” e que “é compreensível que todas as pessoas se queiram mobilizar à volta” deste.
“Mas devem fazê-lo em plena segurança”, alertou. “O que vimos hoje de manhã, com todo o entusiasmo, foi pessoas a correr, a saírem dos seus carros para tirarem fotografias e acenarem”.
“Compreendemos isso, mas esses atos devem ser feitos sempre na máxima segurança e, sobretudo, respeitando as ordens e as instruções das autoridades”, vincou o responsável.
O porta-voz disse ser previsível que, pelas 16h00 desta terça-feira, o papa chegue ao Mosteiro dos Jerónimos, onde será montado um novo dispositivo policial. Destacou ainda a parceria da PSP com a plataforma Waze, onde estão a ser colocados todos os constrangimentos a nível de trânsito.
A Polícia de Segurança Pública aproveitou para elogiar a eficácia dos seus elementos na gestão do trânsito ao longo dos trajetos percorridos pelo papa esta terça-feira, não tendo sido registado qualquer incidente.
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Conferência do SSI. Missa inaugural decorreu sem incidentes
Escolas e pavilhões desportivos acolhem centenas de jovens durante JMJ
Peregrinos alemães afirmam haver lugar à diversidade entre jovens católicos
Foto: Rita Fernandes - Antena 1
Papa diz que jovens que estão em Lisboa desafiam à realização de "sonhos de bem"
In this #WYD, young people from around the world, who long for unity, peace and fraternity, urge us to make their beautiful dreams come true. They are taking to the streets, not to cry out in anger, but to share the hope of the Gospel. #Lisboa2023
— Pope Francis (@Pontifex) August 2, 2023
Francisco acrescentou que os jovens que estão em Lisboa para a JMJ "não andam pelas ruas a gritar sua raiva, mas a partilhar a esperança do Evangelho".
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Tráfego de "roaming" e de dados com números recorde
Até terça-feira, véspera da chegada do Papa Francisco a Portugal, a Meo registou "um crescimento de 129% de tráfego de `roaming` e mais de 56 TB de tráfego de dados, números recorde no arranque do evento", refere a operadora da Altice Portugal.
"A afluência de jovens de todo o mundo a Lisboa está a refletir-se nos dados registados em `roaming`" da Meo, com a "operadora a detetar um acréscimo de mais do dobro do que tinha registado no início do mês de julho".
Assim, "naquele que é o maior evento do ano em Portugal, onde são esperados cerca de um milhão de peregrinos, o impacto começou a fazer-se sentir antes mesmo da celebração da missa inaugural, que teve lugar no Parque Eduardo VII (Colina do Encontro), em Lisboa, o que se verificou também no tráfego de dados".
No total dos dias que antecederam a chegada do Papa Francisco a Lisboa, "o tráfego de dados associado ao evento somava já mais de 56 TB dos quais mais de 16 TB foram processados pela rede 5G do Meo".
No tráfego de voz, "os números são da mesma grandeza", sendo que num só dia, terça-feira, registou "mais de 204 mil minutos de chamadas".
Ou seja, "são mais de 3.400 horas, quase 142 dias de comunicações, em apenas 24 horas, só no Parque Eduardo VII", ilustra a Meo.
"Com o objetivo de garantir a melhor conectividade ao maior evento de sempre em Portugal, a Meo está a assegurar uma megaoperação a nível tecnológico e de redes, com uma equipa especializada de três centenas de pessoas", conclui.
A JMJ, que é o maior acontecimento da Igreja Católica, tem cinco línguas oficiais: português, francês, inglês, espanhol e italiano.
Esta jornada nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II (1920-2005), após um encontro com jovens em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
Francisco apela à "união para enfrentar os vários desafios"
Foto: Guglielmo Mangiapane - Reuters
Francisco referiu-se também à eutanásia, recentemente aprovada em Portugal.
Papa quebra protocolo e aproxima-se de peregrinos
JMJ. Porta-bandeiras de mais de 180 países mostram ao Papa representatividade da jornada
Na quinta-feira, as bandeiras de Portugal e do Vaticano entram em simultâneo no palco instalado no Parque Eduardo VII, no âmbito da iniciativa `Acolhimento`, marcada para as 17:45 e que será um evento com caráter festivo e de encontro do Papa Francisco com jovens de todo o mundo, mas mantendo a dimensão da oração, disse hoje à Lusa Carla Graça, da produção do espetáculo.
A responsável referiu que a maioria dos jovens que integram este grupo carregará a bandeira do seu país.
João Paulo, voluntário de 18 anos que pertence ao `staff` da Pastoral, acrescentou que foi fácil encontrar porta-bandeiras dos seus países, através da inscrição de peregrinos.
Atrás das bandeiras de Portugal e do Vaticano, entrarão no palco todas as outras, numa mistura de cores ordenada por ordem alfabética, o que colocará a África do Sul no topo da lista dos países representados na JMJ.
Sob comandos dados em inglês, transmitidos por megafone, o grupo de peregrinos esteve hoje de manhã a ensaiar as entradas, deslocações em palco e saídas do espetáculo.
JMJ. Perdão de penas e amnistia de infrações publicada em Diário da República
Em causa estão crimes e infrações praticados até 19 de junho por jovens entre 16 e 30 anos, determinando-se um perdão de um ano para todas as penas até oito anos de prisão.
Está ainda previsto um regime de amnistia para as contraordenações com coima máxima aplicável até 1.000 euros e as infrações penais cuja pena não seja superior a um ano de prisão ou 120 dias de pena de multa.
A lei compreende exceções ao perdão e amnistia, não beneficiando, nomeadamente, quem tiver praticado crimes de homicídio, infanticídio, violência doméstica, maus-tratos, ofensa à integridade de física grave, mutilação genital feminina, ofensa à integridade física qualificada, casamento forçado, sequestro, contra a liberdade e autodeterminação sexual, extorsão, discriminação e incitamento ao ódio e à violência, tráfico de influência, branqueamento ou corrupção.
"No prazo de 60 dias após a entrada em vigor da presente lei, mediante requerimento do arguido ou do Ministério Público ou oficiosamente, consoante a fase processual, procede-se ao reexame dos pressupostos da prisão preventiva e da obrigação de permanência na habitação, nos processos que tenham por objeto factos praticados até às 00:00 horas de 19 de junho de 2023, ponderando-se a possibilidade de revogação face à pena previsível em consequência da aplicação da presente lei", refere o diploma.
A lei refere ainda que, "nos processos judiciais, a aplicação das medidas previstas na presente lei, consoante os casos, compete ao Ministério Público, ao juiz de instrução criminal ou ao juiz da instância do julgamento ou da condenação".
A proposta de lei da amnistia foi aprovada pelo parlamento dia 19 de julho na especialidade no parlamento com alterações de PS e PSD, mantendo os limites etários e entrando em vigor só em 01 de setembro.
A Jornada Mundial da Juventude é um encontro de jovens com o Papa e é considerado o maior evento da Igreja católica, sendo esperados cerca de um milhão de pessoas.
JMJ. Papa reza o terço em Fátima com 112 jovens deficientes e reclusos
Segundo uma nota hoje divulgada, o líder da Igreja Católica estará, na manhã de sábado, com 98 jovens com deficiência e jovens reclusos que, pela sua situação, não podem participar na JMJ, em Lisboa.
A estes jovens, juntam-se 14 jovens portadores de deficiência que se deslocam a Lisboa, apoiados pelo programa "Vem para o Meio", uma iniciativa do Santuário de Fátima dinamizada pela casa em Fátima da Associação Silenciosos Operários da Cruz (SOC).
"No total, 112 jovens e 128 acompanhantes acompanham o Papa no terço, que será rezado por intenção dos jovens participantes na JMJ, dos jovens doentes e reclusos, pela paz e pelo Papa", refere o Santuário de Fátima.
Entre os participantes estarão 10 jovens do Centro de Apoio a Deficientes João Paulo II, de Fátima; 17 jovens do Centro de Reabilitação e Integração de Fátima, e seis da Casa do Bom Samaritano, além de 20 jovens portadores de deficiência que pediram de forma individual para participar.
O grupo inclui ainda 18 jovens da Associação Silenciosos Operários da Cruz (SOC) de Itália - dois são colombianos - e 19 provenientes dos SOC da Polónia.
Da prisão-escola do Estabelecimento Prisional de Leiria estarão presentes seis jovens reclusos e dois jovens colaboradores do Santuário de Fátima completam o grupo.
O Santuário já tinha apelado aos peregrinos, numa mensagem divulgada na sua página na Internet, para que "na manhã de sábado, dia 05 de agosto, possam estar em Fátima para rezar com o Santo Padre".
Segundo o programa previsto, o Papa Francisco chegará ao Santuário de Fátima às 09:00 de sábado e rezará na Capelinha das Aparições.
"O Sumo Pontífice atravessará o Recinto de Oração no papamóvel e dirigir-se-á para a Capelinha das Aparições, onde o esperarão jovens doentes, que não poderão participar na JMJ em Lisboa e alguns jovens reclusos. Depois da oração do Terço, o Papa dirigirá uma palavra aos peregrinos presentes e seguirá para Lisboa", segundo o Santuário.
Papa Francisco fala no Centro Cultural de Belém
O Papa partilhou alguns pensamentos sobre o oceano, “um filho da terra” que abraça e transmite a amizade e a ternura e que Lisboa é reflexo desses sentimentos. “Temos de ser eficazes na resposta ao que são os problemas de hoje porque o mundo está dividido e não está coeso”.
O Papa Francisco apontou depois a crise das migrações, a crise climática. O Papa lembrou que Lisboa é a capital europeia mais a ocidente e que é necessário haver novos caminhos para outros locais, como “Portugal já faz”.
“No oceano da história estamos agora a enveredar por uma tempestade é preciso navegar por caminhos de paz, é preciso oferecer caminhos de paz e tentar terminar a guerra na Ucrânia e outros conflitos pelo mundo”.
Francisco pediu investimento no capital humano, na saúde. “Investe-se nas armas e não se investe no futuro dos filhos”. Para o Papa o melhor investimento é o que se faz nos “filhos” e pediu uma Europa que seja capaz de encontrar um espírito jovem sem “colonizações ideológicas”.
“Para onde vais Europa e Ocidente?” perguntou o Papa Francisco. “Lisboa que abraça o oceano é a cidade da esperança”. Francisco lembrou os jovens que vieram para a capital portuguesa e elogiou Portugal pela organização da Jornada Mundial da Juventude.
“É necessário criatividade para fazer os três canteiros da esperança para o futuro”. Depois de falar sobre a crise climática que se vive, Francisco lembrou: “estragámos a nossa casa comum”. A curva descendente demográfica da Europa também foi lembrada e o discurso de Francisco terminou ao dizer que é preciso “trabalhar pelo nem comum”.
Marcelo fala num país "ao serviço de toda a humanidade"
“E, convosco, acolhe de braços abertos os jovens católicos, mas também crentes de várias crenças e não crentes vindos ao apelo das vossas palavras. Porque, convosco, a vossa voz tornou-se maior do que o vosso povo. Não adormeceis, é a vossa mensagem para os jovens. Não vos acomodeis, não vos instaleis. Erguei-vos contra as injustiças. Defendei-vos de tudo o que é mundanidade, imobilismo, conforto, fechamento”.
O chefe de Estado português reforçou o apelo já deixado pelo papa: “deixai a vossa marca neste mundo. Não permitais que vos roubem a vossa alegria e a vossa juventude. Ousai sonhar grande”.
“Santo padre, é neste mesmo espírito que Portugal quer viver a vossa presença e a vossa mensagem. Nestes cinco dias e para além deles, conforme o lema da Jornada, levantar-se e partir apressadamente. Levantar-se, que nunca é tarde para olhar para os outros, hoje e amanhã ainda mais do que ontem. Partir apressadamente, urgentemente, porque o essencial está sempre por cumprir”, acrescentou, recebendo aplausos no final.
Presidente ofereceu prendas ao papa
Polícias exigem melhores salários enquanto Papa é recebido pelo PR em Lisboa
"Estamos aqui, não só para passar a mensagem ao Governo, porque o Governo já sabe qual é a nossa mensagem, mas para passar a mensagem às pessoas e ao mundo, uma vez que este é um evento de cariz mundial, de que as polícias fazem o seu trabalho, [...] mas não é à conta do que os sucessivos governos nos têm fornecido, quer a nível de vencimentos quer a nível de condições", afirmou o secretário-geral da Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança (CCP).
Em declarações aos jornalistas em frente ao Palácio de Belém, César Nogueira salientou que os profissionais "todos os dias cumprem a sua missão e não falham", considerando que "falham é os governantes".
O secretário-geral da CCP, que congrega elementos da PSP, GNR, guardas prisionais, Polícia Marítima e Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE), disse também esperar que o Governo atenda às exigências destes profissionais, "que estão cansados de serem desconsiderados".
"Não se pode aceitar que um polícia em início de carreira ganhe pouco mais de 800 euros, ou seja, pouco mais do que o ordenado mínimo nacional", defendeu.
"Aquilo que nós pretendemos é muito simples. É negociar um estatuto remuneratório, até porque o estatuto remuneratório já não é atualizado, na sua maioria, desde 2009", acrescentou César Nogueira.
O secretário-geral da CCP indicou também que vai levar as reivindicações dos profissionais das forças e serviços de segurança a Bruxelas, em outubro, "caso antes não haja, por parte do Governo, uma indicação para haver uma negociação séria".
"Nós queremos é uma negociação séria, não é andarmos a arrastar-nos em reuniões [com o Governo], que não têm tido os resultados práticos, são só para cumprir calendário", vincou.
Também o Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP/PSP) e o Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), que não fazem parte da CCP, estão hoje concentrados em frente ao Palácio de Belém.
O presidente do Sinapol, Armando Ferreira, destacou que o sindicato pretende, em primeiro lugar, "dar as boas-vindas ao santo padre", mas "também usar a dimensão que a Jornada Mundial Juventude tem para dizer ao mundo e ao Governo português" que os polícias sentem que a sua profissão "não está a ser valorizada".
"A nossa profissão está a ser esquecida. A cada dia que passa temos cada vez mais problemas, cada vez menos polícias, exatamente porque profissionalmente e salarialmente estamos a ser completamente esquecidos", lamentou.
Por seu turno, o presidente do SPP/PSP, Paulo Macedo, salientou que o objetivo da concentração "é reivindicar alguns dos direitos que têm sido subtraídos aos polícias".
Paulo Macedo elencou um conjunto de problemas, "que o sr. ministro [da Administração Interna] não tem tido a preocupação de resolver", como os baixos ordenados e suplementos, a idade de pré-aposentação e o "sentimento de impunidade no que diz respeito às agressões a polícias".
"Também nos preocupa que haja polícias a efetuar trabalho gratuito na PSP", acrescentou, explicando que "as horas extraordinárias na PSP não são pagas, vão para um banco de horas, [...] e passados seis meses essas horas extinguem-se".
A mensagem que Francisco deixou no livro de honra em Belém
"Peregrino da esperança em Portugal, rezo e faço votos para que este país de corações jovens continue a alargar-se a horizontes de fraternidade; Lisboa, cidade do encontro, inspira caminhos para enfrentarmos juntos as grandes questões da Europa e do mundo".#PontifexLisboa #JMJ pic.twitter.com/0LgFuvhpgR
— JMJ Lisboa 2023 (@jmj_pt) August 2, 2023
Papa chega a Belém
O trajeto do papa
Centenas de pessoas concentradas em Belém para ver o Papa Francisco
Desde cedo que as pessoas começaram a acumular-se junto às grades que delimitam o perímetro de segurança onde se concentram os jornalistas e forças oficiais, em torno do Palácio de Belém, nomeadamente no Jardim Afonso de Albuquerque e junto ao Museu dos Coches.
Às 09:40, a passagem de caças da Força Aérea no ar denunciava a chegada do avião do Papa Francisco ao aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa, onde irá presidir à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o que arrancou aplausos aos populares concentrados no local.
Na linha da frente da área destinada aos crentes e peregrinos estavam três nigerianas, que contaram à agência Lusa ter chegado ao local às 07:30 para tentarem ver o Papa Francisco do melhor ângulo possível.
"Acordámos cedo para sermos as primeiras e para estarmos aqui para dizer diretamente que o amamos e que rezamos por ele todos os dias", contou Adaobi, que viajou desde a Nigéria com Martha e Fona.
Com um ar visivelmente cansado, contaram à Lusa que tinham estado na terça-feira em Fátima, sendo esta a primeira vez que estão em Portugal, onde tencionam ficar toda a semana.
Ulrica Marques chegou a Belém pelas 08:15, mas também conseguiu assegurar lugar na primeira fila, junto às baias que asseguram o perímetro de segurança. Terá de esperar mais de duas horas até à chegada do Papa Francisco, mas está certa de que valerá a pena.
"Sendo católica, sinto que o Papa é uma figura que nos representa a todos, na maneira de pensar, nas ideologias com que nos guia e nos dá esta alegria de viver e de esperança de que algo melhor vai acontecer. Não podemos ficar indiferentes àquilo que está a acontecer em Lisboa", disse à Lusa.
Sentimento semelhante moveu também Mateus e Vitória, brasileiros a viver em Portugal, a poucos minutos do Palácio de Belém.
"Viemos na expectativa de conseguir ver o Papa, mesmo que seja de longe", sublinharam os dois jovens.
A viagem de Emily Lencaster de casa até ali foi igualmente curta, mas ao contrário da maioria que pelas 09:00 ia já ocupando o Jardim Afonso de Albuquerque, foi sobretudo com a intenção de dar visibilidade ao seu protesto pelo ambiente e o que traz consegue chamar a atenção.
"Este vestido é feito de três meses de faturas do meu consumo normal e mostra que qualquer pessoa gera esta quantidade de lixo", explicou, referindo que decidiu estar hoje em Belém porque sabia que a chegada do Papa Francisco iria reunir muita gente, mas deixando também críticas à organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
"Há muito dinheiro que tem sido gasto com este evento, quando a nossa prioridade deveria ser a sustentabilidade", defendeu.
Ostentando uma bandeira da Guatemala estavam Katherine e Lucia Perez, que chegaram à zona às 08:30, naquela que é a sua primeira viagem a Portugal, depois de já terem feito uma visita a Fátima.
Questionadas sobre o que gostariam de dizer ao Papa, disseram que lhe pediriam para interceder pelo seu país e rezar pela paz no mundo.
"Como jovens, gostávamos de pedir que nos ajude a ter mais força para trabalhar no sentido de trazer o reino de Deus para o mundo", afirmou Lucia.
O Papa é recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e duas crianças, em trajes tradicionais, que oferecem flores a Francisco.
Após a receção oficial, decorre uma cerimónia de boas-vindas, na entrada principal do Palácio de Belém, onde, às 11:15, o Papa faz uma visita de cortesia ao Presidente da República.
Segue-se um encontro com autoridades, sociedade civil e corpo diplomático, no Centro Cultural de Belém.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa na JMJ, que começou na terça-feira e termina no domingo.
Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a jornada nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II (1920-2005), após um encontro com jovens em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
Papa já saiu do avião
"Mais de 4.800 crianças". No dia da chegada do papa, cartazes lembram vítimas de abusos sexuais na Igreja
O movimento “This is Our Memorial” (que se traduz por “Este é o Nosso Memorial”) arrancou no Twitter, agora X, onde a designer Telma Tavares criou a arte que ilustra as vítimas dos abusos sexuais na Igreja.
Um utilizador da rede social sugeriu que fossem angariados fundos para que esse design pudesse ser erguido em forma de cartaz em Lisboa. O valor necessário foi atingido em apenas três horas e, pouco depois, já permitia a colocação não de um, mas de dois cartazes.
Uma segunda angariação de fundos possibilitou o terceiro cartaz.
Todos eles foram instalados durante a última madrugada: um no centro de Lisboa, na Alameda; outro em Loures, e o último em Algés.
Alameda
— Telma Tavares (@tarantelma) August 2, 2023
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Por estas razões, os membros do movimento querem fazer perguntas: “Que fez a ICAR para impedir que o ciclo de abusos se perpetue? Que fez a ICAR para colaborar com a Justiça? Que tem o Sumo Pontífice a dizer às vítimas e aos portugueses?”.
Enquanto as respostas não chegam, o “This is Our Memorial” pede que continue a dar-se voz às vítimas “para que o que aconteceu jamais volte a acontecer”.
O aparelho que transportou Francisco desde Roma já está na capital portuguesa
RTP segue viagem com o sumo pontífice da Igreja Católica
Aterragem prevista para as 9h35
Segurança apertada ao longo do trajeto do papa
Movimento menos intenso ao início da manhã
A RTP testemunhou também o trabalho dos voluntários na Escola Secundária Eça de Queirós, que assegura pequenos almoços aos peregrinos.
Papa ruma a Lisboa
O avião que transporta o sumo pontífice da Igreja Católica, um Airbus A320 neo da ITA Airways, partiu do Aeroporto de Fiumicino pelas 7h50 (6h50 em Lisboa). Deve entrar no espaço aéreo português pouco depois das 9h00 e será escoltado por dois caças da Força Aérea. Prevê-se que aterre às 10h00 na capital portuguesa.
Já no solo, dirigir-se-á para a base de Figo Maduro, anexa ao Aeroporto Humberto Delgado. Será aí recebido pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e terá alas militares formadas por alunos da Academia Militar da Força Aérea.
Segue, depois, para Palácio de Belém, onde se realiza uma cerimónia de boas-vindas com uma salva de 21 tiros durante o hino do Vaticano, a partir da Fragata D. Francisco de Almeida, fundeada no Tejo.
Após as honras e parada militar, Francisco vai estar na residência presidencial, rumando em seguida ao Centro Cultural de Belém para uma cerimónia com entidades oficiais, civis, membros do corpo diplomático e líderes de partidos políticos.
O papa dirige-se, seguidamente, para o Mosteiro dos Jerónimos, onde vai ter lugar uma missa de vésperas com membros do clero. À tarde, vai para a Nunciatura Apostólica, onde se encontrará com o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e o primeiro-ministro, António Costa.
A bordo do aparelho que transporta o papa segue a jornalista da RTP Fátima Campos Ferreira.
Milhares na missa inaugural
Milhares de pessoas assistiram, ao final da tarde de terça-feira, à missa de abertura da Jornada Mundial da Juventude. A cerimónia, que decorreu no Parque Eduardo VII, marcou o início oficial do evento.
A missa foi presidida pelo cardeal patriarca de Lisboa. Manuel Clemente saudou os peregrinos que vieram de todo o mundo e apelou aos jovens para que vivam mais a realidade em detrimento do universo virtual, para evitar o isolamento.
Amor, alegria e fé: as expectativas comuns dos participantes da JMJ
Sentados em grupo, a descansar à sombra ou a conversar, pessoas de todas as idades aguardavam o início das celebrações. Apesar de ser mundialmente famoso por reunir jovens de todo o mundo, este evento atrai também adultos mais velhos. É o caso de Ana Carla que, aos 59 anos, decidiu juntar-se aos mais novos e ser voluntária nesta jornada.
Vinda de Ferreira do Alentejo e a participar pela primeira vez num evento do género, admite que espera que, com “as pessoas todas aqui a rezar e a sentir esta alegria” se torne “mais lúcida a visão de Deus”.
“Fica tão mais fácil vê-Lo”, expressou, assumindo que se sente “completamente inebriada (…) com esta juventude”.
No mesmo grupo está também Daniela que é pela primeira vez, aos 19 anos, voluntária na Jornada Mundial da Juventude. Estudante em Lisboa mas com raízes no concelho de Vagos, acredita que “vai ser uma experiência muito gira” e “a repetir”.
“Agora temos a jornada em Portugal e de certeza que todos os jovens portugueses vão querer ir a mais jornadas noutros países”, porque é uma forma de “nos juntarmos ao Papa” mas também “de conhecermos outras partes do mundo”.
Daniela admite que “é mais complicado” os jovens portugueses se assumirem como “jovens católicos” em Portugal e, por isso, deseja que fique uma mensagem no fim deste encontro: “não tenham vergonha de assumir a vossa religião, de orar, de ser quem querem ser”.
Porque o mais importante, continuou, “é nós espalharmos amor, alegria e a nossa vontade de ser livres”. Não é a primeira vez que faz uma peregrinação, nem a primeira vez que vê o papa Francisco. Ainda assim, “é sempre entusiasmante pensar que vamos ver o Papa”.
Aos 40 anos, a porto-riquenha Maria Perez quis participar como voluntária depois de “sentir o chamamento” e porque desta forma encontra “alegria e Deus”. A viver em Portugal há alguns anos, espera que na JMJ de Lisboa possa “viver a alegria e a fé católica”
É a terceira jornada em que participa e garante que “cada evento é especial” e que lhe causa sempre “muita emoção”.
De Portugal, da vizinha Espanha ou do outro lado do planeta, tanto os peregrinos inscritos como os voluntários têm uma ambição comum: conhecer pessoas de outras culturas e com a mesma fé.
“Espero conhecer novas pessoas, espero que seja uma experiência que fique marcada na minha vida e que eu aprenda alguma coisa que não posso aprender em mais lado nenhum”, conta Afonso, de 19 anos.
Este voluntário vindo de Faro, no Algarve, acredita que esta pode ser “uma experiência” que não poderá esquecer.
Andreia e Pedro têm 17 anos, são escuteiros em Odivelas e, embora sejam peregrinos, estão a viver esta experiência de forma diferente. Sentem-se em casa e orgulhosos por poder mostrar a cidade de Lisboa aos jovens que vêm de fora.
“Não sabia bem o que esperar. Só esperava uma coisa em grande, mas está a impressionar-nos bastante. E é só o primeiro dia”, afirmou a jovem à RTP.
“Eu vim de mente aberta. Quero experienciar tudo o que puder, [conhecer] novas culturas, falar com o máximo de pessoas que conseguir”.
E por gostar de receber e ajudar os outros, Pedro e os pais decidiram receber participantes estrangeiros como família de acolhimento.
“É sempre bom receber pessoas”, disse, acrescentando que o melhor “é mostrar a minha cidade às outras pessoas”. “É impressionante e eles adoram”, acrescenta.
Do norte do país, Inês e Laura vêem nesta iniciativa uma oportunidade de conhecer novos amigos.
“É um encontro com imensos jovens de imensas culturas e estão todos aqui com o mesmo objetivo e partilhamos todos a mesma fé”, frisaram as adolescentes de 15 anos. “Acho isso espetacular, extraordinário”.
“Queremos ser surpreendidas. Mas esperamos animação, partilha, e sobretudo partilha da fé”, continuou Inês, que veio com o grupo da paróquia a que pertence, em Leça da Palmeira. “Acho que faltam eventos como este para promover a religião e mostrar que a religião é algo divertido também e que os jovens ainda gostam e ainda praticam”.
São aos milhares os jovens vindos de países europeus. Fabiolo de 19 anos, veio da cidade espanhola de Cádiz para “conhecer pessoas, divertir-me e aproximar-me de Deus e da fé.
Já um grupo de jovens italianos admitem ter “enormes expectativas”. Alba e Frederica, de 20 e 23 anos, consideram que “este evento é muito importante” para todos no contexto atual.
“É importante para podermos estar todos juntos depois de termos estado separados tanto tempo por causa da pandemia da Covid-19”, afirmou Frederica, que veio de Génova.
É importante, salientou ainda, “termos oportunidade de estarmos todos juntos de novo, neste grande evento, com pessoas de todo o mundo”
“É importante nas nossas vidas e para a nossa fé”.
O grupo recordou ainda que, durante a pandemia houve quem se afastasse da fé, porque as pessoas não podiam sair de casa e “ir à igreja” e não era sempre “fácil rezar em casa”. Por isso, este encontro é uma boa maneira de se voltarem a conectar “uns com os outros e com a fé”.
Do outro lado do mundo, veio um grupo de jovens filipinos, do qual John Antony é o líder. Expressando no rosto e na voz a alegria de estar em Portugal e de poder ver o papa Francisco, admitiu que a principal expectativa é a de adquirir “mais conhecimento” e oportunidade para se desenvolver mais profundamente a nível espiritual.
A fé e a alegria de partilhar o momento da visita do Papa a Portugal são as palavras mais repetidas entre os participantes. Mas para Herson, o primeiro motivo que o fez vir de Cabo Verde foi o encontro “com Jesus Cristo e a sua presença através dos jovens e nestas ruas”.
“O que mais me motiva aqui é o verdadeiro encontro com Deus nesta jornada”, referiu o cabo-verdiano da ilha de Santo Antão, acrescentando que tem como expectativa que o Papa deixe uma “mensagem de força, de muito ânimo”.
O grupo cabo-verdiano que integra foi acolhido, inicialmente, por famílias portuguesas - experiência que descreve como “espetacular”.
É “muito divertido” este evento, disse ainda, porque é um “momento para nos conhecermos uns aos outros”.
“[Conhecemos] a cultura, cantamos, rezamos juntos”.
"O papa que veio do sul". Reportagem da RTP sobre Francisco
Papa vai encontrar-se com vítimas de abusos sexuais em Portugal
António Grosso espera que o chefe da Igreja Católica se pronuncie sobre a necessidade de proteção das vítimas e enfatize a importância do trabalho da comissão independente.
A associação a que pertence irá fazer chegar a Francisco a "indignação generalizada" das vítimas quanto ao pronunciamento dos bispos portugueses e a desvalorização de provas dos crimes.
António Grosso, que também foi alvo de abusos no seio da Igreja Católica quando era criança, espera que o papa "tome uma atitude frontal e definitiva" no sentido de "arrasar a prescrição na lei canónica e na lei civil".
"A prescrição é um troféu para os abusadores e é um crime em si própria", vincou em declarações ao 360.