A tempestade Theta, que se formou no Oceano Atlântico na noite de segunda-feira, levou 2020 a superar o recorde da temporada de tempestades do Atlântico Norte, com o maior número de ciclones tropicais que foram suficientemente fortes para serem "batizados" com um nome.
O recorde anual para o número de grandes tempestades que se formam no Atlântico foi ultrapassado, com a tempestade subtropical Theta a tornar-se o 29º furacão nomeado na temporada de tempestades ativas, superando o ano de 2005, que teve 28 tempestades nomeadas.
Na análise técnica do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês), a tempestade tropical Theta estava sobre o Oceano Atlântico, mas não estava próxima de nenhuma região habitada.
Esta tempestade, com rajadas de aproximadamente 24 km/h para leste/nordeste pode ainda ganhar mais força nas próximas 12 ou 24 horas e tornar-se um furacão. E, segundo o NHC citado pelo Guardian, pode estar a formar-se outra tempestade, também com força suficiente para ser nomeada, perto das Caraíbas, tornando-se a 30ª do ano.
A tempestade Theta não deve chegar a terra, mas a tempestade tropical Eta já atingiu no domingo a ilha de Lower Matecumbe Key, na Flórida, e segue em direção ao Golfo do México, estando previsto que provoque chuvas e inundações no sul da Florida.
Houve tantas grandes tempestades em 2020 que os meteorologistas esgotaram a lista de nomes em inglês e tiveram de recorrer ao alfabeto grego, passando rapidamente de Alfa para Eta. Só em setembro, houve cinco tempestades alinhadas no Atlântico de uma vez.
"Acho que todos estão surpreendidos com o número de tempestades que vimos", disse Jill Trepanier ao jornal britânico, especialista em clima extremo na Louisiana State University. "O grande número superou as minhas expetativas".
As tempestades são nomeadas assim que o vento atinge velocidades acima dos 60 km por hora, havendo ainda 12 das tempestades nomeadas em 2020 perto de se tornarem furacões. Até agora e desde o início do ano, os Estados Unidos já foram atingidos por um recorde de 12 tempestades e seis furacões, com algumas regiões habitadas a serem afetadas repetidamente por ventos fortes e inundações.
A temporada de furacões de 2020, que começou oficialmente em junho, já matou dezenas de pessoas e deixou danos em dezenas de milhões de dólares em casas, linhas de energia e locais de trabalho. Embora já tenha superado o recorde de tempestades, 2020 não superou ainda o ano de 2005 em número de furacões.
"São as comunidades mais vulneráveis que provavelmente serão atingidas com mais força, as mesmas comunidades que estão tentando recuperar das tempestades e de devastações anteriores à Covid-19", afirmou Robert Bullard, um especialista em política ambiental da Texas Southern University, que relembrou que o país já enfrenta uma crise social e económica devido à pandemia, para além dos danos causados pelas repetidas tempestades.
A verdade é que esta temporada de tempestades vai muito além dos limites das expetativas normais, com uma média de 11 tempestades nomeadas por ano entre os anos 1980 e 2010. Não se tem a certeza se a crise climática e o aquecimento global são as principais causas para a ocorrência de mais tempestades, embora a comunidade cientifica esteja a descobrir mais evidências de que o aumento das temperaturas da atmosfera e do oceano está a potenciar furacões mais fortes.
"São as comunidades mais vulneráveis que provavelmente serão atingidas com mais força, as mesmas comunidades que estão tentando recuperar das tempestades e de devastações anteriores à Covid-19", afirmou Robert Bullard, um especialista em política ambiental da Texas Southern University, que relembrou que o país já enfrenta uma crise social e económica devido à pandemia, para além dos danos causados pelas repetidas tempestades.
A verdade é que esta temporada de tempestades vai muito além dos limites das expetativas normais, com uma média de 11 tempestades nomeadas por ano entre os anos 1980 e 2010. Não se tem a certeza se a crise climática e o aquecimento global são as principais causas para a ocorrência de mais tempestades, embora a comunidade cientifica esteja a descobrir mais evidências de que o aumento das temperaturas da atmosfera e do oceano está a potenciar furacões mais fortes.
A água mais quente fornece mais energia aos furacões e o calor extra no ar potencia a maior acumulação de humidade, que acaba por se transformar em chuva e provoca inundações. Além disso, segundo os especialistas o calor está a estimular a rápida intensificação das tempestades como aconteceu na tempestade Laura, quando a velocidade do vento passou dos 100 quilómetros por hora para os 170 quilómetros por hora em apenas um dia.
"A rápida intensificação parece ser o nome do jogo agora", disse Trepanier. "Estando as condições tão quentes como estão actualmente, devíamos contar com a rápida intensificação destes fenómenos".
"A rápida intensificação parece ser o nome do jogo agora", disse Trepanier. "Estando as condições tão quentes como estão actualmente, devíamos contar com a rápida intensificação destes fenómenos".
Os cientistas têm alertado para o facto de haver cada vez mais tempestades e furacões à medida que o mundo aquece globalmente. A ciência é "bastante clara sobre devermos esperar mais furacões de alta intensidade e muito mais chuva", alertou Kerry Emanuel, professor de meteorologia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.