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Acusações de fraude. Donald Trump e filhos ordenados a responder sob juramento em tribunal
Um juiz de Nova Iorque ordenou que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e dois dos seus filhos, respondam sob juramento, num prazo de 21 dias, a questões sobre as práticas levadas a cabo nos seus negócios. Em causa está uma investigação à empresa Trump Organization por suspeitas de fraude.
O juiz Arthur Engoron decidiu, na quinta-feira, a favor da procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, que acusa Donald Trump, Ivanka Trump e Donald Trump Jr. de obterem incentivos fiscais e empréstimos por meio de "avaliações de ativos fraudulentas ou enganosas".
Segundo Engoron, a investigação da procuradora-geral encontrou provas de "possível fraude financeira", pelo que passa a ter "o direito" de questionar sob juramento os três suspeitos.
"Hoje, a justiça prevaleceu", declarou o juiz. "Ninguém pode colocar entraves à procura da justiça, não importa o quão poderosos são. Ninguém está acima da lei".
O ex-presidente norte-americano nega todas as acusações, considerando-as uma "caça às bruxas" levada a cabo pela democrata Letitia James, e deverá recorrer da decisão do juiz. A família Trump poderá também invocar o direito a manter-se em silêncio quando for questionada.
"É a continuação da maior caça às bruxas da história. E lembrem-se disto: eu não posso ter um julgamento justo em Nova Iorque porque sou odiado pelos juizes e pelas autoridades judiciais. Não é possível!", escreveu o antigo ocupante da Casa Branca num comunicado.
Numa declaração enviada à estação BBC, a Trump Organization diz que "todo o sistema é corrupto" e que a procuradora tem "uma agenda política".
Defesa quer imunidade para Trump
A decisão do juiz Arthur Engoron chega depois de uma reunião de duas horas, durante as quais os advogados da família Trump acusaram a procuradora-geral de Nova Iorque de violar os direitos constitucionais dos seus clientes. A defesa acredita que Letitia James está a tentar obter declarações que podem mais tarde ser utilizadas numa investigação criminal paralela.
Nessa outra investigação, a Trump Organization e o comité eleitoral de Donald Trump são acusados de utilização indevida de 1,1 milhões de dólares em fundos para a caridade. O julgamento está já marcado para 26 de setembro.
Na reunião de quinta-feira, a advogada de Donald Trump, Alina Habba, chegou mesmo a acusar a procuradora-geral nova-iorquina de ser tendenciosa e de uma "má conduta nunca antes vista nos Estados Unidos".
Para a defesa, a democrata Letitia James possui um "desprezo vil" pelo ex-presidente republicano. "Se ele não fosse quem é, ela não estaria a fazer isto", referiu. "E este tribunal pode ajudar a parar este circo".
Outro dos advogados de Donald Trump, Ronald Fischetti, tentou que fosse considerada uma lei segundo a qual um indivíduo só pode ser chamado a testemunhar perante um júri se lhe for concedida imunidade.
"Se a procuradora quer um depoimento sob juramento do meu cliente, então ele tem direito a imunidade", declarou a defesa. "Ou ele recebe imunidade pelo que disser, ou não diz nada".
A investigação ainda em curso à Trump Organization, aberta em 2019, resultou, em julho do ano passado, em acusações de fraude fiscal contra a empresa e contra o seu diretor financeiro, Allen Weisselberg. Ambos os acusados declararam então a sua inocência.
Segundo Engoron, a investigação da procuradora-geral encontrou provas de "possível fraude financeira", pelo que passa a ter "o direito" de questionar sob juramento os três suspeitos.
"Hoje, a justiça prevaleceu", declarou o juiz. "Ninguém pode colocar entraves à procura da justiça, não importa o quão poderosos são. Ninguém está acima da lei".
O ex-presidente norte-americano nega todas as acusações, considerando-as uma "caça às bruxas" levada a cabo pela democrata Letitia James, e deverá recorrer da decisão do juiz. A família Trump poderá também invocar o direito a manter-se em silêncio quando for questionada.
"É a continuação da maior caça às bruxas da história. E lembrem-se disto: eu não posso ter um julgamento justo em Nova Iorque porque sou odiado pelos juizes e pelas autoridades judiciais. Não é possível!", escreveu o antigo ocupante da Casa Branca num comunicado.
Numa declaração enviada à estação BBC, a Trump Organization diz que "todo o sistema é corrupto" e que a procuradora tem "uma agenda política".
Defesa quer imunidade para Trump
A decisão do juiz Arthur Engoron chega depois de uma reunião de duas horas, durante as quais os advogados da família Trump acusaram a procuradora-geral de Nova Iorque de violar os direitos constitucionais dos seus clientes. A defesa acredita que Letitia James está a tentar obter declarações que podem mais tarde ser utilizadas numa investigação criminal paralela.
Nessa outra investigação, a Trump Organization e o comité eleitoral de Donald Trump são acusados de utilização indevida de 1,1 milhões de dólares em fundos para a caridade. O julgamento está já marcado para 26 de setembro.
Na reunião de quinta-feira, a advogada de Donald Trump, Alina Habba, chegou mesmo a acusar a procuradora-geral nova-iorquina de ser tendenciosa e de uma "má conduta nunca antes vista nos Estados Unidos".
Para a defesa, a democrata Letitia James possui um "desprezo vil" pelo ex-presidente republicano. "Se ele não fosse quem é, ela não estaria a fazer isto", referiu. "E este tribunal pode ajudar a parar este circo".
Outro dos advogados de Donald Trump, Ronald Fischetti, tentou que fosse considerada uma lei segundo a qual um indivíduo só pode ser chamado a testemunhar perante um júri se lhe for concedida imunidade.
"Se a procuradora quer um depoimento sob juramento do meu cliente, então ele tem direito a imunidade", declarou a defesa. "Ou ele recebe imunidade pelo que disser, ou não diz nada".
A investigação ainda em curso à Trump Organization, aberta em 2019, resultou, em julho do ano passado, em acusações de fraude fiscal contra a empresa e contra o seu diretor financeiro, Allen Weisselberg. Ambos os acusados declararam então a sua inocência.