Um estudo, publicado esta quarta-feira na revista científica Nature, conclui que a temperatura da água é a mais alta em 400 anos. Um efeito visível, de acordo com dados governamentais da Austrália, é que, este ano, o branqueamento dos corais deixou 81% do recife com danos extremos.
Helen McGregor, coautora do estudo publicado esta quarta-feira na Nature, admite que está “extremamente preocupada” com os aumentos “sem precedentes” na temperatura da água.
Isto porque é essa subida de temperatura que está a matar a Grande
Barreira de Corais, que se estende por 2.300 km ao longo da costa do
estado de Queensland (nordeste da Austrália).
Desde 1960 que os cientistas têm assistido ao aumento da temperatura, algo que foi particularmente elevado durante episódios mais recentes.
O estudo publicado esta quarta-feira, analisou as temperaturas da
superfície do Mar de Coral usando amostras de corais antigos para
reconstruir as temperaturas desde 1618. Embora as temperaturas
estivessem relativamente estáveis antes de 1900, os investigadores
descobriram que o mar tinha aquecido 0,12 graus Celsius por ano, em
média, desde 1960. A isto junta-se outro facto: os últimos episódios de branqueamento em
massa dos corais (2016, 2017, 2020, 2022 e 2024), coincidem com as águas cada vez
mais quentes.
Helen McGregor, coautora do estudo publicado na revista Nature, defende
que o tempo está a correr muito mais rápido que o previsto. “Estas mudanças, pelo que vemos até agora, parecem estar a acontecer
demasiado rápido para que os corais se adaptem, o que ameaça realmente o
recife tal como o conhecemos", sublinha McGregor.
Uma pesquisa rápida sobre estudos e notícias da Grande Barreira de Corais, na Austrália, mostra que no último ano têm sido feitos diversos alertas. E o alerta seguinte é sempre pior que o anterior.
A descoloração da maior estrutura viva do mundo, lar de uma biodiversidade extremamente rica, com mais de 600 espécies de corais e 1.625 espécies de peixes, é o sinal de morte.
A descoloração da maior estrutura viva do mundo, lar de uma biodiversidade extremamente rica, com mais de 600 espécies de corais e 1.625 espécies de peixes, é o sinal de morte.
Há cerca de quatro meses imagens aéreas mostraram a grande barreira a perder as cores.
Este ano, o episódio de branqueamento, deixou 81% do recife com danos extremos, segundo os últimos dados governamentais australianos.