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Air France acusada de negligência dez anos depois da queda do voo 447
Em junho de 2009, o Airbus 330 da Air France desapareceu dos radares durante o voo Rio de Janeiro-Paris. Esta quarta-feira, a companhia aérea Air France foi acusada de negligência pela Procuradoria francesa, na sequência da investigação do acidente aéreo que matou 228 pessoas.
A Procuradoria de Paris pediu que a companhia aérea Air France vá a julgamento por ter sido “negligente e imprudente”, no caso do avião que caiu no meio do Atlântico, há mais de dez anos.
A ação dos pilotos, ao levantar em demasia o nariz do A330, por inexperiência, levou à perda total do equilíbrio da pressão e consequente queda do aparelho.
Segundo a equipa de especialistas que investigaram a causa do acidente, as simulações e as peritagens "provaram claramente a predominância dos fatores humanos nas causas do acidente e nos fatores que contribuíram" para esta catástrofe.
No relatório pode ler-se que "a ausência de análise estruturada da avaria presente", "a não compreensão da situação" e "a repartição das tarefas no cockpit que não foi feita de forma rigorosa”.
As conclusões dos especialistas indicaram que “o acidente poderia ter sido evitado através de algumas ações apropriadas da tripulação".
A queda do voo AF447 custou a vida de todas as pessoas a bordo. O avião desapareceu de todos os radares, em pleno Oceano Atlântico e foi despenhar-se ao largo do Brasil, pouco tempo depois de ter levantado voo.
O incidente ocorreu na madrugada de 1 de junho de 2009, mas só agora é que o pedido foi entregue em tribunal.
De acordo com um relatório de especialistas, divulgado em 2014, o acidente aéreo deveu-se a "uma reação inadequada da tripulação após a perda momentânea das indicações de velocidade”.
Esta reação, referem, deveu-se à falta treino para este tipo de emergências, apesar da companhia estar ciente dos problemas
técnicos nas sondas que permitiam controlar a velocidade do avião.
No dia 1 de junho de 2009, uma forte tempestade fez congelar os sensores de velocidade do A330, o que provocou o pânico dos pilotos. Sem saberem quais as medidas a tomar, acabaram por levantar em demasia o nariz do avião, provocando uma situação de stall – perda de sustentação.
Os aviões conseguem suster-se no ar graças ao perfil aerodinâmico da asa, pela
diferença de pressão sob e sobre esta. A um aumento da velocidade do ar
na parte de cima da asa, corresponde uma pressão mais baixa do que na
parte inferior, empurrando a asa para cima e sustentando o aparelho.
A ação dos pilotos, ao levantar em demasia o nariz do A330, por inexperiência, levou à perda total do equilíbrio da pressão e consequente queda do aparelho.
No relatório pode ler-se que "a ausência de análise estruturada da avaria presente", "a não compreensão da situação" e "a repartição das tarefas no cockpit que não foi feita de forma rigorosa”.
As conclusões dos especialistas indicaram que “o acidente poderia ter sido evitado através de algumas ações apropriadas da tripulação".
Este acidente ficou marcado na história da empresa como o acidente com maior perda de vidas. A operação de busca pelos destroços também foi a maior já organizada pela França.