Alegado homicida de físico foi monitor do Instituto Superior Técnico que rescindiu contrato

O suspeito da morte do físico Nuno Loureiro foi monitor do Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa, onde foi seu colega de curso, tendo a instituição rescindido o contrato no ano em que foi estudar para os Estados Unidos.

Lusa /

Em fevereiro de 2000, o Técnico rescindiu o contrato que tinha com Cláudio Neves Valente como monitor, conforme consta num despacho publicado em março desse ano no Diário da República.

Cláudio Neves Valente, 48 anos, que se suicidou, é apontado pela polícia norte-americana como suspeito de ter baleado Nuno Loureiro, 47 anos, na segunda-feira à noite, em casa, Brookline, na Área Metropolitana de Boston.

Neves Valente é também suspeito de ter matado, no sábado, dois estudantes num tiroteio na Universidade Brown, na cidade de Providence, na mesma área metropolitana.

O português foi admitido na universidade numa pós-graduação em Física em setembro de 2000, tendo estado matriculado entre o outono de 2000 e a primavera de 2001, segundo a presidente da instituição, Christina Paxson, citada pela agência noticiosa AP, que ressalvou que o suspeito não tinha atualmente qualquer afiliação com a universidade.

Cláudio Neves Valente foi encontrado morto na quinta-feira num armazém em New Hampshire, na Área Metropolitana de Boston, com um ferimento de bala autoinfligido.

Natural de Viseu, Nuno Loureiro dirigia desde 2024 um dos maiores laboratórios do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), onde foi também professor.

Suspeito e vítima foram colegas de curso no IST, indicou hoje a instituição, que foi contactada pelas autoridades americanas na sequência das investigações do homicídio.

Numa curta declaração escrita, o IST referiu que Cláudio Neves Valente "foi estudante do Técnico, do curso de licenciatura em Engenharia Física Tecnológica, entre 1995 e 2000", e que Nuno Loureiro "fez o curso no mesmo período".

O IST, bem como o Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear, uma unidade do Técnico onde Nuno Loureiro liderou um grupo de investigação, antes de se juntar ao MIT em 2016, expressaram "o mais profundo respeito pela dor dos familiares e amigos" do físico, "não comentando investigações policiais em curso e assuntos do foro da justiça".

À Lusa, o presidente do IST, Rogério Colaço, disse, sem adiantar mais informações, que "o Técnico foi contactado pelas autoridades dos EUA".

"É o que podemos dizer", afirmou.

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