Mundo
Alemanha acusa Áustria de empurrar migrantes para a fronteira durante a noite
O ministro alemão do Interior diz que as autoridades da Áustria estão a empurrar milhares de migrantes, levando-os a atravessar a fronteira com a Alemanha durante a noite. Thomas de Maiziere afirmou esperar que Viena volte a processar os migrantes de forma ordeira, o mais depressa possível.
"O procedimento da Áustria nos últimos dias não cumpre as regras," afirmou o ministro do Interior durante uma conferência de imprensa em Berlim. Foi a crítica mais severa de um responsável alemão aos vizinhos austríacos desde o agravar da crise migratória, há dois meses.
"Observámos que os refugiados, sem aviso e depois de escurecer, estavam a ser empurrados para a fronteira com a Alemanha sem provisões nem cuidados. Houve diversos contactos. Ontem, a Áustria concordou em regressar ao processamento ordeiro. Espero que isto suceda de imediato", revelou Maiziere.
A Áustria anunciou entretanto que irá a começar a construir uma barreira na fronteira com a Eslovénia, para impedir a entrada selvagem de refugiados. Uma medida já criticada por Berlim.
"Não acreditamos que o problema atual dos refugiados, a crise de refugiados que diz respeito a todos na Europa, se possa resolver pela construção de barreiras ou de muros", afirmou um porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, aos jornalistas.
Medidas mais duras
A Alemanha espera receber um número recorde de 800 mil pedidos de asilo em 2015, o maior fluxo de toda a União Europeia e Berlim começa a endurecer também o tratamento dos refugiados.
Esta quarta-feira, o ministro do Interior, Thomas de Meiziere afirmou por exemplo que o número de afegãos que tem pedido asilo na Alemanha é "inaceitável", apelando os jovens a "ficar" no seu país e a trabalhar para o reconstruir.
"O Afeganistão", afirmou Maziere, "ocupa a segunda posição dos países de origem", dos que solicitam estatuto de refugiados. "É inaceitável", reagiu o ministro. "estamos de acordo com o governo afegão sobre o facto de que não queremos isto", acrescentou, "apelando os jovens afegãos a "ficar no seu país e a reconstruí-lo".
Na passada sexta-feira a Alemanha anunciou preparativos para acelerar o processamento de pedidos de asilo e as deportações de milhares de migrantes vindos do sueste da Europa, de forma a focar-se nos refugiados de países em guerra como a Síria, o Iraque e o Afeganistão.
O chefe de gabinete da chanceler Angela Merkel afirmou que as medidas poderiam entrar em vigor ainda antes da data inicialmente prevista de domingo, 1 de novembro. "Seria um bom sinal", afirmou à televisão ARD.
Deportação de europeus dos Balcãs
Os ministérios do Interior e dos Negócios Estrangeiros, liderados respetivamente por Thomas Meiziere e Frank-Walter Steinmeier, lançaram ainda uma iniciativa destinada a acelerar a deportação de aplicantes dos Balcãs cujo pedido de asilo seja recusado.
Numa carta conjunta dirigida aos ministros dos Negócios Estrangeiros de seis países dos Balcãs, Maiziere e Steinmeier solicitaram-lhes a aceitação de documentos "laissez-passer", emitidos pelos países que recusem o asilo, neste caso a Alemanha.
Numerosos casos de migrantes a quem é recusado o pedido de asilo não podem ser deportados para os países de origem porque não têm passaportes e o reconhecimento dos papéis "laissez-passer" demora muito tempo.
O apoio alemão ao governo de Merkel tem estado em queda, devido ao receio de que o país não consiga lidar com o fluxo de migrantes. Uma sondagem recente da televisão ARD, revelou que três-quartos dos alemães esperam que os refugiados venham a mudar a sociedade alemã.
Muitos dirigentes consideram que o país pode lidar com um fluxo de 100 mil a 300 mil refugiados por ano e que a imposição de limites à imigração e a integração das novas chegadas são medidas complementares, apesar de Angela Merkel continuar a dizer que "podemos fazer isto," ou seja acolher cerca de 800 mil migrantes.
"Observámos que os refugiados, sem aviso e depois de escurecer, estavam a ser empurrados para a fronteira com a Alemanha sem provisões nem cuidados. Houve diversos contactos. Ontem, a Áustria concordou em regressar ao processamento ordeiro. Espero que isto suceda de imediato", revelou Maiziere.
A Áustria anunciou entretanto que irá a começar a construir uma barreira na fronteira com a Eslovénia, para impedir a entrada selvagem de refugiados. Uma medida já criticada por Berlim.
"Não acreditamos que o problema atual dos refugiados, a crise de refugiados que diz respeito a todos na Europa, se possa resolver pela construção de barreiras ou de muros", afirmou um porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, aos jornalistas.
Medidas mais duras
A Alemanha espera receber um número recorde de 800 mil pedidos de asilo em 2015, o maior fluxo de toda a União Europeia e Berlim começa a endurecer também o tratamento dos refugiados.
Esta quarta-feira, o ministro do Interior, Thomas de Meiziere afirmou por exemplo que o número de afegãos que tem pedido asilo na Alemanha é "inaceitável", apelando os jovens a "ficar" no seu país e a trabalhar para o reconstruir.
"O Afeganistão", afirmou Maziere, "ocupa a segunda posição dos países de origem", dos que solicitam estatuto de refugiados. "É inaceitável", reagiu o ministro. "estamos de acordo com o governo afegão sobre o facto de que não queremos isto", acrescentou, "apelando os jovens afegãos a "ficar no seu país e a reconstruí-lo".
Na passada sexta-feira a Alemanha anunciou preparativos para acelerar o processamento de pedidos de asilo e as deportações de milhares de migrantes vindos do sueste da Europa, de forma a focar-se nos refugiados de países em guerra como a Síria, o Iraque e o Afeganistão.
O chefe de gabinete da chanceler Angela Merkel afirmou que as medidas poderiam entrar em vigor ainda antes da data inicialmente prevista de domingo, 1 de novembro. "Seria um bom sinal", afirmou à televisão ARD.
Deportação de europeus dos Balcãs
Os ministérios do Interior e dos Negócios Estrangeiros, liderados respetivamente por Thomas Meiziere e Frank-Walter Steinmeier, lançaram ainda uma iniciativa destinada a acelerar a deportação de aplicantes dos Balcãs cujo pedido de asilo seja recusado.
Numa carta conjunta dirigida aos ministros dos Negócios Estrangeiros de seis países dos Balcãs, Maiziere e Steinmeier solicitaram-lhes a aceitação de documentos "laissez-passer", emitidos pelos países que recusem o asilo, neste caso a Alemanha.
Numerosos casos de migrantes a quem é recusado o pedido de asilo não podem ser deportados para os países de origem porque não têm passaportes e o reconhecimento dos papéis "laissez-passer" demora muito tempo.
O apoio alemão ao governo de Merkel tem estado em queda, devido ao receio de que o país não consiga lidar com o fluxo de migrantes. Uma sondagem recente da televisão ARD, revelou que três-quartos dos alemães esperam que os refugiados venham a mudar a sociedade alemã.
Muitos dirigentes consideram que o país pode lidar com um fluxo de 100 mil a 300 mil refugiados por ano e que a imposição de limites à imigração e a integração das novas chegadas são medidas complementares, apesar de Angela Merkel continuar a dizer que "podemos fazer isto," ou seja acolher cerca de 800 mil migrantes.