Alemanha compromete-se com 200 ME para preservação do ambiente no Brasil

por Lusa

A Alemanha comprometeu-se hoje com 200 milhões de euros para a projeto de preservação do ambiente no Brasil, incluindo a Amazónia, durante uma reunião em Brasília onde Lula da Silva garantiu que "não vai ter mais garimpo" ilegal.

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu o Chanceler alemão Olaf Scholz com honras de Estado, o primeiro líder estrangeiro a fazer uma visita oficial ao país desde que o antigo sindicalista regressou ao poder.

"É uma soma importante" e "vamos continuar neste sentido", disse Scholz numa conferência de imprensa, no Palácio do Planalto após o seu encontro com o Presidente brasileiro.

"Temos um grande objetivo em comum, que é avançar na proteção do clima, proteger a floresta tropical amazónica, e isto só é possível através da cooperação", acrescentou o chanceler alemão.

"O Brasil é o pulmão do mundo. Se tiver problemas, todos nós temos de o ajudar", disse.

Falando sobre a comunidade Yanomani, na Amazónia brasileira, que estão a atravessar uma grave crise humanitária, de desnutrição aguda e surtos de outras doenças, muito por culpa da mineração ilegal, Lula da Silva disse que o Governo anterior "poderia ser tratado como um governo genocida".

 "Porque ele [ex-presidente Jair Bolsonaro] é um dos culpados para que aquilo acontecesse. Ele que fazia propaganda que as pessoas tinham que invadir o garimpo, que podia jogar mercúrio", denunciou.

Está cheio de discurso dele falando isso. Então decidimos tomar uma decisão: parar com a brincadeira. Não terá mais garimpo. Se vai demorar um dia ou dois eu não sei, pode demorar um pouco, mas que nós vamos tirar vamos", garantiu.

Hoje, o Supremo Tribunal Federal determinou a apuração da possível participação de autoridades do governo Jair Bolsonaro "nos crimes de genocídio e de delitos ambientais relacionados à vida, à saúde e à segurança de comunidades indígenas".

Horas antes, também em Brasília, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e a ministra da Cooperação da Alemanha, Svenja Schulze, anunciaram o apoio da Alemanha, em 200 milhões de euros, para ações ambientais no Brasil.

80 milhões de euros em empréstimos a juros reduzidos, 35 milhões de euros para o Fundo Amazónia, 31 milhões de euros em apoio aos estados da Amazónia para maior proteção florestal, 29,5 milhões de euros para um Fundo Garantidor de Eficiência Energética para pequenas e médias empresas, 13,1 milhões de euros para reflorestamento de áreas degradadas, 9 milhões de euros para apoio a cadeias de abastecimento sustentável e 5,37 milhões de euros para consultoria para o fomento de energias renováveis na indústria e no setor de transportes.

O Fundo Amazonas tinha sido criado em 2008 com doações da Alemanha e da Noruega, no segundo mandato de Lula da Silva à frente do Brasil, mas em 2019 o agora ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro ordenou a sua suspensão.

A Alemanha contribuirá com cerca de 30 milhões de euros, que serão destinados a dois projetos na Amazónia.

Um irá concentrar-se na promoção da economia ecológica e o outro irá apoiar ações destinadas a controlar a desflorestação.

O fundo tem atualmente cerca de 560 milhões de euros, que o novo Governo brasileiro irá resgatar e utilizar em programas a serem definidos pelo Ministério do Ambiente.

Scholz foi o primeiro líder estrangeiro a fazer uma visita oficial ao Brasil desde a tomada de posse de Lula da Silva, chegou hoje a Brasília a partir do Chile, a segunda paragem da viagem que começou no sábado na Argentina.

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