Análises turcas identificam gás sarin em feridos da Síria

por RTP
O ataque com armas químicas aconteceu há precisamente uma semana em Khan Sheikhoun, na provincia síria de Idlib. Morreram pelo menos 80 pessoas Ammar Abdullah - Reuters

Recep Akdag, ministro turco da Saúde, revelou esta terça-feira que as análises realizadas a vários feridos confirmam a utilização do agente neurotóxico no ataque da semana passada. A ofensiva fez mais de 80 vítimas mortais.

O Governo turco confirmou a presença do agente mortífero no ataque de há uma semana na localidade de Khan Sheikhoun, província síria de Idlib, onde morreram 86 pessoas, entre elas pelo menos 31 crianças. 

Com os resultados das análises ao sangue e urina de vários feridos que foram assistidos na Turquia, as autoridades de Ancara concluíram que “o gás sarin foi utilizado”, como revelou o ministro turco da Saúde numa declaração citada pela agência turca Anadolu.

Ancara, em sintonia com grande parte das potências ocidentais, culpa o regime sírio pelo ataque químico da semana passada na província de Idlib. Devido à falta de infraestruturas e medicamentos para a assistência médica, muitos dos feridos tiveram de ser assistidos nos hospitais turcos mais próximos da fronteira com a Síria.

Foi na sequência deste ataque que a Administração Trump ordenou o lançamento de 59 mísseis Tomahawk contra uma base aérea das forças de Damasco, a primeira intervenção direta dos Estados Unidos em território sírio desde o início da guerra civil, em 2011.
"Seria errado"

O G7 esteve reunido nos últimos dois dias em Itália a fim de discutir a eventual imposição de sanções às autoridades russas, que insistem no apoio ao regime de Bashar al-Assad, juntamente com o Governo iraniano. O grupo de líderes acabou por descartar novas punições, optando pelo caminho da diplomacia e considerando que culpar e isolar Moscovo "seria errado".

Na reunião desta terça-feira, os principais líderes declararam que a eventual aplicação de sanções só seria levada a cabo em caso de confirmação de envolvimento russo no ataque químico de dia 4 de abril. O Grupo dos Sete exclui, no entanto, qualquer envolvimento do Presidente Assad numa futura solução política para o país.

A declaração conjunta dos principais líderes ocidentais surge no mesmo dia em que o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, inicia a primeira visita a Moscovo para se reunir com o homónimo russo, Sergei Lavrov. A situação na Síria deverá dominar a agenda no encontro com os dois responsáveis máximos da diplomacia russa e norte-americana.
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