António Costa vai a Kiev para apoiar líder "democraticamente eleito"

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, vai deslocar-se a Kiev na próxima segunda-feira para reafirmar o seu apoio ao presidente "democraticamente eleito" Volodymyr Zelensky, na altura em que se assinalam três anos de guerra.

RTP /
Reuters

"Na segunda-feira, 24 de fevereiro, assinala-se o terceiro aniversário da invasão total da Ucrânia. Decidi estar em Kiev para essa ocasião, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen", escreveu António Costa na rede social X.

O presidente do Conselho Europeu avançou que a visita também tem o propósito de "reafirmar o apoio à heroica população ucraniana" e ao "presidente democraticamente eleito, Volodymyr Zelensky".

As declarações de António Costa surgem depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter criticado Zelensky, considerando-o "um ditador" e rejeitando que tenha sido democraticamente eleito.

“Um comediante modestamente bem-sucedido, Volodymyr Zelensky, convenceu os Estados Unidos a gastarem 350 mil milhões de dólares para entrarem numa guerra que não poderia ser vencida, que nunca teve de começar, mas uma guerra que ele, sem os EUA e TRUMP, nunca será capaz de resolver”, acrescentou Trump.

A polémica começou quando Volodymyr Zelensky criticou o facto de as conversações entre Rússia e EUA em Riade, esta semana, terem acontecido sem a Ucrânia presente, com o líder a reiterar repetidamente que não aceitaria qualquer acordo de paz que não contasse com a participação de Kiev.

Na terça-feira, no seguimento dessas críticas de Zelensky, Trump culpou a Ucrânia pela guerra iniciada pela Rússia e disse estar desapontado com o homólogo ucraniano. “Vocês [Ucrânia] estão lá há três anos. Deviam ter acabado com isto há três anos. Nunca o deviam ter começado", referiu.

Em resposta, Volodymyr Zelensky disse que o presidente dos EUA “vive numa bolha de desinformação” e acusou-o de repetir a retórica da Rússia, país dirigido por “mentirosos patológicos”.

“Infelizmente, o presidente Trump - com todo o respeito por ele como líder de uma nação que respeitamos muito - está a viver numa bolha de desinformação”, acusou.

Numa conferência de imprensa na quarta-feira ao final do dia, Donald Trump declarou que o homólogo ucraniano fez "um trabalho terrível" e que, "se quisesse", poderia ter participado na reunião entre as delegações norte-americana e russa que decorreu esta semana em Riade, na Arábia Saudita.

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