Milhares de argelinos protestaram nas ruas da Argélia, pela terceira sexta-feira consecutiva, contra a recandidatura do presidente Abdelaziz Bouteflika. As mulheres juntaram-se, mais uma vez, à manifestação, que coincide com a celebração do Dia Internacional da Mulher.
Ao anunciar a sua candidatura ao quinto mandato no dia 10 de Fevereiro, o presidente Bouteflika desencadeou a maior vaga de protestos na Argélia desde a Primavera Árabe.
Segundo membros da Presidência argelina, o presidente Bouteflika encontra-se hospitalizado em Genebra (Suíça) desde 24 Fevereiro “para exames médicos periódicos”.
Diversos meios de comunicação suíços referiram que a saúde de Bouteflika está em permanente perigo devido à degeneração do seu sistema neurológico. No entanto, o diretor de campanha, Abdelghani Zaalane, garantiu que o estado de saúde do presidente de 82 anos, não deve causar “qualquer inquietação”.
Abdelaziz Bouteflika, chefe de Estado há precisamente 20 anos, assiste pela primeira vez à revolta do seu povo. Dezenas de milhares de argelinos estão em protesto desde 22 de fevereiro, contra a recandidatura do presidente.
Os jovens com menos de 30 anos, que constituem dois terços da população da Argélia, estão na vanguarda deste protesto. Por sua vez, as mulheres juntaram-se, mais uma vez, à manifestação que coincide com a celebração do Dia Internacional da Mulher. Esta manifestação contou também com professores, jornalistas e advogados.
Advertência de Abdelaziz Bouteflika
Bouteflika descreveu a guerra civil da Argélia, que terminou em 2002, como uma “tragédia nacional” e levantou a preocupação de que o país possa voltar a passar por um período semelhante.
Desta forma, o presidente apelou à vigilância do movimento de contestação à sua recandidatura: “Exortamos a vigilância e cautela contra qualquer possível infiltração de partes enganosas, internas ou externas, nesta expressão pacífica. Essas partes podem causar discórdia e provocar o caos”.