Arsénio Bano, Rui Araújo e Ana Pessoa possíveis PM timorense
Os ministros Arsénio Bano, Rui Araújo ou Ana Pessoa poderão suceder a Mari Alkatiri na chefia do novo governo de Timor-Leste, que deverá estar formado no prazo de "dois a três dias", disse hoje José Ramos-Horta.
No executivo de Mari Alkatiri, que pediu hoje a demissão em carta envia da ao Presidente da República, Arsénio Bano tutelava o Ministério do Trabalho e da Reinserção Comunitária e Rui Araújo o da Saúde, sendo Ana Pessoa ministra de Estado e da Administração Estatal.
Em conferência de imprensa em Díli, José Ramos-Horta (ministro de Estado, dos Negócios Estrangeiros e da Defesa), admitiu que Ana Pessoa seria a sua "primeira candidata" para chefiar o novo executivo, salientando que tem a "total confiança da FRETILIN [no poder], integridade e sólida reputação".
No entanto, Ramos-Horta considerou que o nome que a FRETILIN designar deverá agradar ao Presidente da República, Xanana Gusmão.
Sobre a possibilidade de ser ele próprio a chefiar o novo executivo, José Ramos-Horta respondeu que gostaria de continuar com as pastas dos Negócios Estrangeiros e da Defesa.
"Tenho que ser convencido" a assumir o cargo de primeiro-ministro, acrescentou, no entanto.
Ramos-Horta explicou ainda que com a formalização da demissão do primeiro-ministro, em carta hoje enviada por Mari Alkatiri ao Presidente da República, o actual governo passa a ser de gestão, mantendo-se em funções até à posse de um novo executivo.
Aguarda-se em Díli uma comunicação de Xanana Gusmão sobre a demissão de Mari Alkatiri.
José Ramos-Horta defendeu que as eleições legislativas devem realizar-s e "em Fevereiro ou Março de 2007", rejeitando a sua antecipação porque "o país não está preparado devido à falta de condições política e psicológicas".
"Quero que as Nações Unidas dirijam a organização das eleições, porque o governo timorense não está preparado para isso", disse.
Ainda relativamente ao futuro governo, Ramos-Horta defendeu uma concertação do "futuro primeiro-ministro com o comité central da FRETILIN e com o Presidente da República", embora reconheça que cabe ao chefe do governo a escolha da equipa.
Quanto à dimensão do futuro executivo, Ramos-Horta disse ser favorável a uma redução para cerca de metade do actual, que tem mais de 40 ministros, vice -ministros e secretários de Estado, mostrando-se convicto de que "o país pode funcionar perfeitamente com um governo de 20 elementos".
Ramos-Horta acrescentou que o futuro primeiro-ministro, depois de apresentar a sua equipa ao Presidente da República, deverá apresentar no prazo de 30 dias o programa de governo no Parlamento Nacional.
Um dos pontos principais do programa do novo executivo deverá ser "sarar as feridas abertas com a actual crise político-militar", disse.