O módulo espacial Orion, da NASA, já chegou à lua. Uma viagem que decorreu sem grandes dificuldades, muito embora tenham surgido algumas anomalias de menor importância, mas importantes nas futuras missões Artemis.
Ao sexto dia da missão Artemis I, a sonda espacial Orion atinge com sucesso o objetivo para a qual foi projetada: a lua.
Uma viagem relativamente tranquila, de acordo com Mike Sarafin, gerente da missão Artemis 1, muito embora tenham surgido algumas anomalias.
De acordo com Mike Sarafin a maioria das anomalias encontradas, surgiram no sistema de navegação estelar, com o software da Orion a “baralhar-se” com os brilhos emitidos pelos propulsores durante as queimas de correção de rota.
“Os propulsores estavam a ser captados pelo rastreador estelar porque estavam a ser projetados sobre o campo de visão do sistema de leitura”, refere. “A luz estava a atingir o sensor ”, confundindo o software.
Esta questão certamente vai continuar a ocorrer “periodicamente” durante o resto da missão, mas a equipa está agora consciente do problema e preparada para lidar com o assunto. De resto, o problema nunca violou as regras de voo, segundo Jeff Radigan, diretor de voo Artemis I.
Primeira manobra critica realizada com sucesso
O protótipo da futura capsula espacial tripulada Orion, da NASA, realizou esta segunda-feira a primeira de duas manobras críticas em 21 que vai colocar enviará a nave numa órbita retrógrada distante ao redor da lua. Uma fase chave na missão geral da missão Artemis 1.
A manobra foi executada durante um período em que a nave estava escondida pela lua, à Terra, impossibilitando os controladores do voo, durante 34 minutos, de saber se a manobra estava a decorrer como previsto.
Os propulsores do modulo Orion foram ligados durante dois minutos e meio para colocar a nave na trajectória programada para estabelecer uma orbita elíptica retrógrada face ao movimento da lua.
Foi também nesta manobra que a nave Orion atingiu a distância mínima face ao solo lunar (130 quilómetros), aproveitando também a influência gravitacional do satélite natural da Terra.
Com esta manobra a velocidade da nave aumentou de 3.420 km/h, antes da queima, para 8.210 Km/h após a queima.
“A missão continua como havíamos planeado, a informar as equipas de operações que as funções da nave Orion continuam a superar as expectativas e a aprender continuamente ao longo do caminho sobre esta nova nave espacial”, disse Mike Sarafin , gerente da missão Artemis I, no briefing realizado esta segunda-feira no Johnson Space Center.
Orion estabelece órbita retrógrada sexta-feira
Após a primeira manobra critica realizada com sucesso, os técnicos da NASA estão já de olhos postos na segunda manobra que colocará a Orion em definitivo numa órbita retrógrada distante, esta sexta-feira, 25 de novembro.
Esta segunda manobra, queimadura de inserção de órbita retrógrada distante, implica novamente à ignição dos propulsores do modulo de serviço.
A órbita é “distante” no sentido de que está em uma grande altitude da superfície da Lua, e é “retrógrada” porque Orion vai viajar ao redor da Lua na direção oposta à que a lua viaja ao redor da Terra.
Esta órbita fornece uma órbita altamente estável, onde é necessário pouco combustível e que servirá para colocar os sistemas de Orion à prova em um ambiente extremo longe da Terra.
A Orion viajará no dia 25 de novembro até uma distância aproximada de 92.190 quilómetros, da lua. Também no campo das distancias, no dia 28 de novembro a Orion atingirá a distancia máxima da Terra de 268.552 milhas na segunda-feira. Um valor que ultrapassará o recorde estabelecido pela missão Apollo 13, em abril de 1970.
Até à conclusão deste artigo a Orion encontrava-se a cerca de 335.870 quilómetros da Terra e a 50,950 quilómetros da lua, a viajar uma velocidade de 5 mil quilómetros por hora.