Ataque em França. Português de 27 anos entre os feridos

por RTP
Jean-Paul Pelissier - Reuters

O ataque desta sexta-feira num supermercado em Trèbes, no sul de França, fez três vítimas mortais e 16 feridos. A atualização do número de feridos foi feita pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, que não tem dúvidas em como este se tratou de um "ato de terror islâmico". Um português de 27 anos, residente nos arredores de Carcassonne, encontra-se em estado “grave”, de acordo com um conhecido.

Em declarações à agência Lusa, um amigo do jovem refere que o português ferido conduzia a viatura que foi roubada pelo autor do ataque desta sexta-feira.

"Mandaram parar, deram-lhe um tiro a ele, outro ao colega, o colega morreu, ele ficou ferido. Roubaram-lhe o carro e depois é que foram para o supermercado", conta Manuel Correia.

O português adianta ainda que o ferido se encontra em estado "grave" e "vive ao lado de Carcassonne". A secretaria de Estado das Comunidades aguarda alguns dados para poder confirmar oficialmente esta informação.

Em comunicado, o Ministério português dos Negócios Estrangeiros "repudia e condena de forma veemente o ataque terrorista hoje ocorrido no sul de França", sem faz qualquer menção a portugueses entre os feridos.

Os ataques desta sexta-feira ocorridos em Trèbes e Carcassone, no sul de França, fizeram pelo menos três vítimas mortais e 16 feridos, pelo menos dois deles em estado grave. A atualização dos números foi feita pelo próprio Presidente francês, que participou numa reunião do gabinete de crise.

"Quero garantir à nação a minha determinação absoluta em liderar esta luta. Peço aos cidadãos que se mantenham conscientes da ameaça terrorista, mas também que estejam conscientes da força e resistência que o nosso povo demonstrou sempre que foi atacado", reiterou Emmanuel Macron.

O atacante roubou um automóvel em Carcassonne, disparando sobre os ocupantes. Seguiu depois em direção a Trèbes e no caminho atingiu a tiro um grupo de quatro polícias. No supermercado da cadeia Super U, o homem sequestrou vários trabalhadores e clientes que lá se encontravam.

Para já, está confirmado que um dos feridos graves é um polícia local que tomou o lugar de uma refém e que ajudou no desfecho da operação a partir do supermercado. O agente "está a lutar contra a morte", disse Emmanuel Macron numa declaração à imprensa.

O autoproclamado Estado Islâmico reivindicou o ataque ao início da tarde. Em comunicado, o grupo jihadista refere que o atentado foi desencadeado por um “soldado do califado”, sem explicitar mais detalhes.

Na curta declaração que fez à imprensa, Emmanuel Macron disse que este foi um "ato de terror islâmico", mas explicou que os Serviços Secretos estão a avaliar se o grupo terrorista esteve mesmo na origem deste ataque.

O sequestrador foi abatido pela polícia e identificado pelas autoridades como Redouane Lakdim, um franco-marroquino que atuou "sozinho", segundo adiantou o ministro francês do Interior.

"Chamava-se Redouane Lakdim, tinha 26 anos e era conhecido por atos de pequena delinquência. Foi seguido pelas autoridades e pensávamos que não haveria radicalização", explicou ainda Gérard Collomb.

O sequestrador exigiu a libertação de Salah Abdeslam, responsável pelos atentados ocorridos em Paris em novembro de 2015.

François Molins, procurador de Paris que lidera a investigação deste ataque, a cargo da secção de combate ao terrorismo, vai dar uma conferência de imprensa a partir do Tribunal Superior de Carcassonne, a partir das 19h30 locais (18h30 em Lisboa).
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