O conflito entre a Índia e o Paquistão continua a agudizar-se. Esta sexta-feira, Nova Deli acusou Islamabade de uma nova vaga de ataques noturnos no seu território e o Paquistão registou novas mortes, apesar dos apelos internacionais para que se desanuvie a escalada.
Na manhã desta sexta-feira, a Índia comunicou “múltiplos ataques” de drones e fogo paquistanês durante a noite “ao longo de toda a fronteira”.
As autoridades da Caxemira paquistanesa informaram que um forte bombardeamento do outro lado da fronteira matou cinco civis, incluindo uma criança, e feriu 29 na madrugada de sexta-feira, frisando que “o exército paquistanês levou a cabo um intenso contra-ataque e atingiu três postos indianos ao longo da Linha de Controlo”, a fronteira de facto entre os dois países. Do lado indiano, as escolas foram encerradas em toda a Caxemira indiana, bem como em Punjab e Rajasthan. No Paquistão, as escolas da Caxemira paquistanesa e do Punjab, bem como de Islamabade, só reabrirão na segunda-feira.As duas potências nucleares têm estado em confronto desde que a Índia atacou vários locais no Paquistão na quarta-feira que disse serem “campos terroristas”, em retaliação por um ataque mortal a turistas hindus na Caxemira indiana no mês passado.
Mais de 20 aeroportos no noroeste da Índia foram encerrados por razões de segurança.
Na quinta-feira à noite, a parte indiana de Caxemira, sobre a qual os dois países reivindicam plena soberania desde a sua divisão em 1947, foi abalada por numerosas explosões.
Nova Deli atribuiu imediatamente as explosões a uma série de ataques de drones e mísseis paquistaneses contra instalações militares. “Não há vítimas. A ameaça foi neutralizada”, declarou o Ministério indiano da Defesa.
As sirenes soaram durante mais de duas horas na sexta-feira na cidade fronteiriça indiana de Amritsar, que alberga o Templo Dourado, venerado pelos Sikhs, e foi pedido aos residentes que permanecessem em casa. Os hotéis registaram uma queda acentuada na ocupação, uma vez que os turistas fugiram da cidade por estrada desde que o aeroporto foi encerrado.
No início do dia, Lahore, a principal cidade paquistanesa na fronteira com a Índia, acordou com explosões.
A Índia confirmou que tinha “neutralizado” as defesas aéreas instaladas no local em resposta a um ataque noturno de “mísseis e drones paquistaneses” que visavam “alvos militares”.
Por seu lado, o exército paquistanês afirmou, na quinta-feira, ter abatido 29 drones enviados pela Índia sobre, pelo menos, nove cidades, algumas das quais com quartéis-generais militares ou dos serviços secretos, como Rawalpindi, a cidade gémea da capital Islamabad.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Paquistão, Ishaq Dar, afirmou que drones “tentaram atacar instalações militares” e “visaram civis”, matando um e ferindo quatro soldados.Depois de um drone ter caído perto do estádio de críquete de Rawalpindi, Islamabad anunciou que ia transferir o seu campeonato nacional para os Emirados Árabes Unidos. Nova Deli, por seu lado, suspendeu a sua muito lucrativa Premier League até nova ordem, segundo os meios de comunicação indianos.
O centro de investigação International Crisis Group (ICG) alertou para “o risco de escalada” devido à “retórica belicosa, à agitação interna e à lógica de superioridade” dos dois vizinhos.
Apesar da sucessão de operações militares, as duas potências nucleares continuam a negar publicamente qualquer intenção agressiva.
Os combates são os mais mortíferos desde um conflito entre os dois países na região de Kargil, em Caxemira, em 1999. A Índia tem como alvo cidades das províncias do continente paquistanês fora da Caxemira paquistanesa, pela primeira vez desde a guerra de grande escala de 1971.
Apelos estrangeiros à contenção
O ministro paquistanês da Informação, Attaullah Tarar, acusou os meios de comunicação social indianos de “desinformação”. “Tudo o que fizemos até agora foi defendermo-nos”, sublinhou.
Já o ministro indiano dos Negócios Estrangeiros Subrahmanyam Jaishankar, declarou que “não era intenção” de Nova Deli “provocar uma nova escalada”. Mas prometeu uma “resposta muito firme” em caso de novo ataque.
As potências mundiais, dos Estados Unidos à China, instaram os dois países a acalmar as tensões e o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, reiterou na quinta-feira o apelo à desescalada.
“Não podemos controlar esses países”, afirmou em uma entrevista no programa The Story with Martha MacCallum, da Fox News.O ICG está preocupado com o facto de “as potências estrangeiras parecerem bastante indiferentes à possibilidade de dois Estados nucleares com uma longa história de conflitos poderem entrar em guerra”.
O ministro saudita dos Negócios Estrangeiros, Adel Al-Jubeir, também deverá visitar o Paquistão esta sexta-feira.
O ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Muhammad Asif, disse ao Parlamento que Islamabad está a “falar diariamente” com a Arábia Saudita, o Catar e a China sobre o desanuviamento da crise.
A confrontação entre os dois países está também a ocorrer na frente da informação.
Na quinta-feira, a Índia ordenou à rede social X que bloqueasse mais de oito mil contas, incluindo as de meios de comunicação social internacionais. A rede social disse ter cumprido a ordem com relutância, denunciando a “censura”.
Nova Deli já tinha exigido que várias contas de políticos, celebridades e meios de comunicação social paquistaneses fossem proibidas na Índia.
A relação entre a Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, de maioria islâmica, tem sido marcada por tensões desde que se tornaram países separados após a independência do domínio colonial britânico em 1947.
“Os ataques com drones foram repelidos e respondidos de forma O último número de mortos publicado pela Índia na quinta-feira foi de 16 civis. O Paquistão registou 37 mortos.adequada”, acrescentou o exército indiano. O Paquistão nega ter atacado o território indiano.
O ministro da Informação do Paquistão, Attaullah Tarar, afirmou que a declaração do exército indiano era “infundada e enganadora” e que Islamabad não tinha empreendido “ações ofensivas” visando áreas dentro da Caxemira indiana ou para além da fronteira do país.
As autoridades da Caxemira paquistanesa informaram que um forte bombardeamento do outro lado da fronteira matou cinco civis, incluindo uma criança, e feriu 29 na madrugada de sexta-feira, frisando que “o exército paquistanês levou a cabo um intenso contra-ataque e atingiu três postos indianos ao longo da Linha de Controlo”, a fronteira de facto entre os dois países. Do lado indiano, as escolas foram encerradas em toda a Caxemira indiana, bem como em Punjab e Rajasthan. No Paquistão, as escolas da Caxemira paquistanesa e do Punjab, bem como de Islamabade, só reabrirão na segunda-feira.As duas potências nucleares têm estado em confronto desde que a Índia atacou vários locais no Paquistão na quarta-feira que disse serem “campos terroristas”, em retaliação por um ataque mortal a turistas hindus na Caxemira indiana no mês passado.
Mais de 20 aeroportos no noroeste da Índia foram encerrados por razões de segurança.
Na quinta-feira à noite, a parte indiana de Caxemira, sobre a qual os dois países reivindicam plena soberania desde a sua divisão em 1947, foi abalada por numerosas explosões.
Nova Deli atribuiu imediatamente as explosões a uma série de ataques de drones e mísseis paquistaneses contra instalações militares. “Não há vítimas. A ameaça foi neutralizada”, declarou o Ministério indiano da Defesa.
As sirenes soaram durante mais de duas horas na sexta-feira na cidade fronteiriça indiana de Amritsar, que alberga o Templo Dourado, venerado pelos Sikhs, e foi pedido aos residentes que permanecessem em casa. Os hotéis registaram uma queda acentuada na ocupação, uma vez que os turistas fugiram da cidade por estrada desde que o aeroporto foi encerrado.
No início do dia, Lahore, a principal cidade paquistanesa na fronteira com a Índia, acordou com explosões.
A Índia confirmou que tinha “neutralizado” as defesas aéreas instaladas no local em resposta a um ataque noturno de “mísseis e drones paquistaneses” que visavam “alvos militares”.
Por seu lado, o exército paquistanês afirmou, na quinta-feira, ter abatido 29 drones enviados pela Índia sobre, pelo menos, nove cidades, algumas das quais com quartéis-generais militares ou dos serviços secretos, como Rawalpindi, a cidade gémea da capital Islamabad.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Paquistão, Ishaq Dar, afirmou que drones “tentaram atacar instalações militares” e “visaram civis”, matando um e ferindo quatro soldados.Depois de um drone ter caído perto do estádio de críquete de Rawalpindi, Islamabad anunciou que ia transferir o seu campeonato nacional para os Emirados Árabes Unidos. Nova Deli, por seu lado, suspendeu a sua muito lucrativa Premier League até nova ordem, segundo os meios de comunicação indianos.
O centro de investigação International Crisis Group (ICG) alertou para “o risco de escalada” devido à “retórica belicosa, à agitação interna e à lógica de superioridade” dos dois vizinhos.
Apesar da sucessão de operações militares, as duas potências nucleares continuam a negar publicamente qualquer intenção agressiva.
Os combates são os mais mortíferos desde um conflito entre os dois países na região de Kargil, em Caxemira, em 1999. A Índia tem como alvo cidades das províncias do continente paquistanês fora da Caxemira paquistanesa, pela primeira vez desde a guerra de grande escala de 1971.
Apelos estrangeiros à contenção
O ministro paquistanês da Informação, Attaullah Tarar, acusou os meios de comunicação social indianos de “desinformação”. “Tudo o que fizemos até agora foi defendermo-nos”, sublinhou.
Já o ministro indiano dos Negócios Estrangeiros Subrahmanyam Jaishankar, declarou que “não era intenção” de Nova Deli “provocar uma nova escalada”. Mas prometeu uma “resposta muito firme” em caso de novo ataque.
As potências mundiais, dos Estados Unidos à China, instaram os dois países a acalmar as tensões e o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, reiterou na quinta-feira o apelo à desescalada.
“Não podemos controlar esses países”, afirmou em uma entrevista no programa The Story with Martha MacCallum, da Fox News.O ICG está preocupado com o facto de “as potências estrangeiras parecerem bastante indiferentes à possibilidade de dois Estados nucleares com uma longa história de conflitos poderem entrar em guerra”.
O ministro saudita dos Negócios Estrangeiros, Adel Al-Jubeir, também deverá visitar o Paquistão esta sexta-feira.
O ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Muhammad Asif, disse ao Parlamento que Islamabad está a “falar diariamente” com a Arábia Saudita, o Catar e a China sobre o desanuviamento da crise.
A confrontação entre os dois países está também a ocorrer na frente da informação.
Na quinta-feira, a Índia ordenou à rede social X que bloqueasse mais de oito mil contas, incluindo as de meios de comunicação social internacionais. A rede social disse ter cumprido a ordem com relutância, denunciando a “censura”.
Nova Deli já tinha exigido que várias contas de políticos, celebridades e meios de comunicação social paquistaneses fossem proibidas na Índia.
A relação entre a Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, de maioria islâmica, tem sido marcada por tensões desde que se tornaram países separados após a independência do domínio colonial britânico em 1947.
A Caxemira, uma região de maioria muçulmana, tem estado no centro da hostilidade e duas das suas três guerras foram travadas na região.
c/ agências