Autoridades do Sudão anunciam a expulsão de dois funcionários do PAM

O Governo sudanês anunciou na terça-feira a expulsão do diretor do Programa Alimentar Mundial (PAM) no país, Laurent Bukera, e da sua Coordenadora de Emergências, Samantha Chattaraj, sem apresentar qualquer explicação para a medida, noticiou hoje a imprensa.

Lusa /
Albert Gonzales Ferran - AFP

O Ministério dos Negócios Estrangeiros sudanês declarou Bukera e Chattaraj `persona non grata` e deu-lhes 72 horas para abandonarem o país, embora tenha afirmado que esta decisão não afeta a cooperação em curso entre as autoridades e o programa das Nações Unidas, segundo a agência de notícias sudanesa SUNA.

As expulsões acontecem quando há uma crise humanitária devido ao conflito entre o Exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido.

"O Governo do Sudão reafirma o seu pleno compromisso de cooperar com todas as organizações internacionais que operam no Sudão, em conformidade com as leis e regulamentos internacionalmente reconhecidos, incluindo o respeito pela soberania dos Estados", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros sudanês.

Em junho de 2023, em plena guerra civil, o Sudão declarou o enviado especial da ONU para o país africano, Volker Perthes, `persona non grata`, acusando-o de alimentar o conflito.

A guerra civil na nação africana eclodiu em abril de 2023 devido a profundos desentendimentos em torno da integração do grupo paramilitar nas Forças Armadas, situação que inviabilizou a transição iniciada após a queda do regime de Omar al-Bashir em 2019, que já se encontrava enfraquecido após o golpe que depôs o então primeiro-ministro Abdalla Hamdok.

O conflito, marcado pela intervenção de vários países em apoio das partes beligerantes, mergulhou o país numa das maiores crises humanitárias do mundo, com milhões de deslocados internos e refugiados, além de alarme internacional com a propagação de doenças e os danos em infraestruturas críticas, que impedem centenas de milhares de vítimas de receberem ajuda.

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