Mundo
Guerra na Ucrânia
Avanço russo "foi interrompido", garante Volodymyr Zelensky
Em entrevista à televisão francesa BFMTV e ao jornal Le Monde, emitida esta segunda-feira, o presidente da Ucrânia garantiu que o avanço russo "foi interrompido", acrescentando que, "enquanto a Ucrânia aguentar", não haverá necessidade da presença de tropas estrangeiras em combate.
"O avanço da Rússia foi interrompido" e a situação "melhorou muito" na frente, garantiu Zelensky, estimando que "o exército francês se pode manter no território de França".
Foi a resposta à proposta do presidente francês, Emmanuel Macron, que admitiu o envio de tropas ocidentais para a Ucrânia dentro de alguns meses, para garantir a derrota russa.
"Posso dar-vos uma informação fresquinha: a situação [na frente] melhorou muito face aos últimos três meses", revelou ainda Volodymyr Zelensky.
A informação do presidente ucraniano contradiz diversas avaliações recentes da campanha militar russa na Ucrânia.
O avanço russo "prosseguia no leste do país, hoje o nosso comando, os nossos militares, detiveram-no", estimou contudo Zelensky, de acordo com a tradução da BFMTV.
"Os vossos filhos não irão morrer na Ucrânia", acrescentou ainda o líder de Kiev, garantindo que o envio de tropas não será necessário, para já.
Dia 26 de fevereiro, Emmanuel Macron considerou que o envio de tropas para a Ucrânia, no futuro, "não devia ser excluído" do debate em torno da ajuda a providenciar pelo Ocidente a Kiev, em nome de uma "ambiguidade estratégica".
Palavras que fizeram aumentar a tensão entre a NATO e Moscovo, apesar de vários países membros da Aliança Atlântica se terem apressado a repudiar a hipótese.
Volodymyr Zelensky pediu contudo o envio de "pessoal técnico" para auxiliar à "coprodução" de canhões Caesar franceses ou carros Leopard alemães, e para "treino".
Recado ao Kremlin
Zelensky disse ainda ver a garantia de Macron, de que nada deve ser excluído, como um recado ao presidente russo, Vladimir Putin, "pois enquanto a Ucrânia se mantiver, enquanto a Ucrânia aguentar, o exército francês pode manter-se no território francês".
"Mas, se Putin vier a atacar um outro país da NATO, então serão os países da NATO que terão de decidir como, em que quantidade, deviam ser enviados ou não os seus exércitos", lembrou o líder ucraniano.
Foi então admitida a possibilidade do envio de instrutores militares sem envolvimento em combates com a Rússia.
O Kremlin, por sua vez, já condenou a possibilidade da presença de tropas estrangeiras na Ucrânia e alertou que significaria "cruzar uma linha perigosa" que poderia levar a "consequências indesejáveis".
Na semana passada, junto do Presidente checo, Petr Pavel, um antigo general da NATO também favorável à presença de forças ocidentais na Ucrânia, Emmanuel Macron voltou ao assunto.
O chefe de estado francês considerou necessário abalar os aliados de Kiev, aos quais apelou para "não serem cobardes" face a uma Rússia "imparável", assegurando que assume a responsabilidade pelas suas observações controversas.
Macron disse que não precisa explicar todos os dias os limites face ao Presidente russo, Vladimir Putin, alertando que, de contrário, "o espírito de derrota está à espreita" e que o momento exige "clareza" das palavras e "abalar" os aliados se necessário.
Milhares de quilómetros de fortificações
A discussão entre os aliados de Kiev surge numa fase em que a Ucrânia enfrenta dificuldades de armamento e de munições em conter os avanços russos no leste do país.
Face aos desenvolvimentos militares e otimismo de Moscovo, os parceiros da Ucrânia têm intensificado a ajuda militar à Ucrânia, incluindo uma iniciativa internacional liderada pela República Checa de reunir 800 mil projeteis através de aquisições conjuntas.
"Mais de mil quilómetros" de linhas defensivas foram construídas ou estão a ser erguidas na frente da Ucrânia, revelou ainda o presidente ucraniano, ao falar sobre a estratégia bélica de Kiev.
"Têm de saber que, quando falamos das fortificações, não se trata de um processo constante, não falamos de quilómetros nem de centenas de quilómetros, mas de mais de mil quilómetros de construções", afirmou.
"Trata-se por isso de uma missão muito complexa", acrescentou, referindo que foram já complatadas "três linhas de defesa" contra as forças russas, no leste, no sul e no norte da Ucrânia.
Foi a resposta à proposta do presidente francês, Emmanuel Macron, que admitiu o envio de tropas ocidentais para a Ucrânia dentro de alguns meses, para garantir a derrota russa.
"Posso dar-vos uma informação fresquinha: a situação [na frente] melhorou muito face aos últimos três meses", revelou ainda Volodymyr Zelensky.
A informação do presidente ucraniano contradiz diversas avaliações recentes da campanha militar russa na Ucrânia.
O avanço russo "prosseguia no leste do país, hoje o nosso comando, os nossos militares, detiveram-no", estimou contudo Zelensky, de acordo com a tradução da BFMTV.
"Os vossos filhos não irão morrer na Ucrânia", acrescentou ainda o líder de Kiev, garantindo que o envio de tropas não será necessário, para já.
Dia 26 de fevereiro, Emmanuel Macron considerou que o envio de tropas para a Ucrânia, no futuro, "não devia ser excluído" do debate em torno da ajuda a providenciar pelo Ocidente a Kiev, em nome de uma "ambiguidade estratégica".
Palavras que fizeram aumentar a tensão entre a NATO e Moscovo, apesar de vários países membros da Aliança Atlântica se terem apressado a repudiar a hipótese.
Volodymyr Zelensky pediu contudo o envio de "pessoal técnico" para auxiliar à "coprodução" de canhões Caesar franceses ou carros Leopard alemães, e para "treino".
Recado ao Kremlin
Zelensky disse ainda ver a garantia de Macron, de que nada deve ser excluído, como um recado ao presidente russo, Vladimir Putin, "pois enquanto a Ucrânia se mantiver, enquanto a Ucrânia aguentar, o exército francês pode manter-se no território francês".
"Mas, se Putin vier a atacar um outro país da NATO, então serão os países da NATO que terão de decidir como, em que quantidade, deviam ser enviados ou não os seus exércitos", lembrou o líder ucraniano.
A conclusão é que Emmanuel Macron não apenas "quis" que a Ucrânia não ficasse sozinha, mas também "ter uma espécie de união em torno da Ucrânia". "Não vejo qualquer risco" nisso, frisou.
As autoridades francesas procuraram clarificar os comentários de Macron e atenuar as reações adversas, insistindo na necessidade de enviar um sinal claro à Rússia de que não pode vencer a guerra contra a Ucrânia, após a sua invasão em fevereiro em 2022.
Foi então admitida a possibilidade do envio de instrutores militares sem envolvimento em combates com a Rússia.
O Kremlin, por sua vez, já condenou a possibilidade da presença de tropas estrangeiras na Ucrânia e alertou que significaria "cruzar uma linha perigosa" que poderia levar a "consequências indesejáveis".
Na semana passada, junto do Presidente checo, Petr Pavel, um antigo general da NATO também favorável à presença de forças ocidentais na Ucrânia, Emmanuel Macron voltou ao assunto.
O chefe de estado francês considerou necessário abalar os aliados de Kiev, aos quais apelou para "não serem cobardes" face a uma Rússia "imparável", assegurando que assume a responsabilidade pelas suas observações controversas.
Macron disse que não precisa explicar todos os dias os limites face ao Presidente russo, Vladimir Putin, alertando que, de contrário, "o espírito de derrota está à espreita" e que o momento exige "clareza" das palavras e "abalar" os aliados se necessário.
Milhares de quilómetros de fortificações
A discussão entre os aliados de Kiev surge numa fase em que a Ucrânia enfrenta dificuldades de armamento e de munições em conter os avanços russos no leste do país.
Face aos desenvolvimentos militares e otimismo de Moscovo, os parceiros da Ucrânia têm intensificado a ajuda militar à Ucrânia, incluindo uma iniciativa internacional liderada pela República Checa de reunir 800 mil projeteis através de aquisições conjuntas.
"Mais de mil quilómetros" de linhas defensivas foram construídas ou estão a ser erguidas na frente da Ucrânia, revelou ainda o presidente ucraniano, ao falar sobre a estratégia bélica de Kiev.
"Têm de saber que, quando falamos das fortificações, não se trata de um processo constante, não falamos de quilómetros nem de centenas de quilómetros, mas de mais de mil quilómetros de construções", afirmou.
"Trata-se por isso de uma missão muito complexa", acrescentou, referindo que foram já complatadas "três linhas de defesa" contra as forças russas, no leste, no sul e no norte da Ucrânia.
Zelensky mencionou que estão em curso "trabalhos numa extensão de dois mil quilómetros, para reforçar as fortificações existentes e a criar novas".
com Lusa