Borrell saúda progressista Arévalo por vitória na Guatemala e espera "transição ordenada"

por Lusa

O Alto Representante da União Europeia (UE), Josep Borrell, saudou hoje Bernardo Arévalo de León pela vitória na segunda volta das eleições presidenciais na Guatemala, com "participação pacífica", afirmando ainda esperar uma "transição ordenada" do poder.

"Enquanto se aguarda o anúncio final dos resultados oficiais pelo Supremo Tribunal Eleitoral, o resultado da votação é já muito claro. A UE felicita o candidato presidencial vencedor, Bernardo Arévalo, e a candidata a vice-presidente, Karin Herrera", indica o chefe da diplomacia comunitária, numa posição hoje divulgada.

Na nota, Josep Borrell felicita também "o povo da Guatemala pela sua participação pacífica na segunda volta das eleições presidenciais de domingo" e pelo "forte empenho na democracia demonstrado ao longo de todo o processo".

"Congratulamo-nos com o facto de o Presidente cessante, Alejandro Giammattei, ter reconhecido o resultado e ter referido a necessidade de uma transição ordenada e de uma transferência de poderes que terá lugar em 14 de janeiro de 2024. É fundamental que todas as instituições do Estado e todos os setores da sociedade apoiem e se associem a este esforço no interesse do país", adianta o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.

Borrell lembra ainda que a UE enviou para o país uma missão de observação eleitoral, a convite do Supremo Tribunal Eleitoral, adiantando que na terça-feira será publicada uma declaração preliminar sobre o processo, seguindo-se dentro de dois meses um relatório final com recomendações para futuros processos eleitorais.

Bernardo Arévalo de León venceu a segunda volta das eleições presidenciais guatemaltecas no domingo, de acordo com o Supremo Tribunal Eleitoral, quando já estão contados 95% dos votos.

Arévalo, que foi objeto de tentativas de desqualificação durante a campanha eleitoral, obteve 59% dos votos, contra 36% da ex-primeira-dama Sandra Torres, segundo a contagem oficial.

O académico será o primeiro presidente com uma visão progressista a liderar o país centro-americano, longe da natureza conservadora dos antecessores no cargo.

Com um caráter amplamente conciliador, Arévalo de León torna-se presidente depois de uma surpreendente primeira volta das eleições de 25 de junho, em que ficou em segundo lugar, quando as sondagens o colocavam em sétimo ou oitavo lugar.  

O candidato do Movimiento Semilla (Movimento Semente) ultrapassou Sandra Torres Casanova, por larga margem.

Arévalo de León, atualmente membro do Congresso, foi um dos fundadores do Movimento Semente há quase uma década.  

Desde a instauração da democracia na Guatemala, em 1986, todos os presidentes têm sido conservadores, com uma ampla inclinação para a direita no espetro político.

Os analistas esperam que Arévalo de León se inspire na presidência do pai, Juan José Arévalo de León Bermejo, que entre 1945 e 1951 deixou a sua marca com a criação da segurança social.  

Considerado um esquerdista progressista ou moderado, o académico afirmou que a sua principal luta ao tomar posse será contra a corrupção, sem esquecer no futuro a luta contra a subnutrição e a melhoria dos serviços de saúde.  

 

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