Brasil diz que evolução em Portugal motivou suspensão de voos

por Lusa

O chefe da diplomacia brasileira disse ter recebido garantias do seu homólogo português de que a suspensão de voos entre os dois países, decidida por Lisboa, foi motivada pela evolução pandémica em Portugal e não pela situação no Brasil.

"O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, conversou por telefone na tarde de hoje [quarta-feira] com o ministro [das Relações Exteriores do Brasil] Ernesto Araújo, ocasião em que antecipou a decisão de seu Governo, asseverando que ela se dá como resposta ao aumento do número de casos de covid-19 naquele país e não em função da situação no Brasil", disse o Ministério as Relações Exteriores do Brasil, em nota emitida na madrugada de hoje.

O mesmo documento destacou que "Brasil e Portugal manterão sua estreita e contínua cooperação bilateral no combate aos efeitos da pandemia e em todos os demais temas do relacionamento".

Portugal determinou a suspensão dos voos de e para o Brasil, a partir das 00:00 do dia 29 de janeiro até 14 de fevereiro de 2021.

Para justificar a medida, as autoridades disseram que o fecho das ligações aéreas com o Brasil foi causado pela evolução da pandemia, o aumento dos casos de infeção pelo novo coronavírus e à deteção de novas estirpes.

Encontrada pela primeira vez em viajantes japoneses que passaram pelo estado brasileiro do Amazonas em dezembro, uma nova estirpe do coronavírus designada pelos cientistas como B.1.1.28.1 ou P.1 tem preocupado autoridades de saúde em todo o mundo, porque se assemelha a variantes mais infecciosas e suspeita-se, mais mortais, do vírus que provoca a covid-19 encontradas anteriormente no Reino Unido e na África do Sul.

A nova estirpe brasileira já é predominante na cidade de Manaus, capital do Amazonas, que enfrenta um colapso do sistema de saúde desde o início de janeiro quando a alta procura de pacientes ocasionou problemas de abastecimento de consumíveis básicos para atendimento médico como fornecimento de oxigénio.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar 220.161 morto e mais de 8,9 milhões de casos da doença.

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