Brexit, África e pandemia da Covid-19 na agenda de nova cimeira em Bruxelas

por Lusa
Stephanie Lecocq - EPA

Os líderes da União Europeia voltam a reunir-se num Conselho Europeu em Bruxelas entre quinta e sexta-feira, tendo como principais assuntos em agenda o `Brexit`, as relações com África e a pandemia da covid-19.

Duas semanas depois de uma cimeira dominada por assuntos de política externa - designadamente as tensões com a Turquia no Mediterrâneo oriental e sanções à Bielorrússia -, os chefes de Estado e de Governo voltam a encontrar-se em Bruxelas para um Conselho presencial, apesar do agravamento da situação epidemiológica na Europa e na Bélgica em particular.

"Vamos encontrar-nos num contexto difícil. Estamos a assistir a um aumento das infeções da covid-19", começa por admitir o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, na carta-convite endereçada na terça-feira aos líderes dos 27.

A pandemia da covid-19 é de resto uma das matérias em destaque na agenda deste Conselho Europeu, tendo Charles Michel precisado na carta que o assunto será discutido, na sexta-feira, sob duas vertentes: os líderes farão um ponto da situação dos esforços de coordenação ao nível comunitário no que respeita a medidas que restringem a livre circulação e, por outro lado, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, dará conta dos progressos no desenvolvimento de uma vacina.

A cimeira começará todavia -- na quinta-feira à tarde -- com uma discussão sobre as relações futuras com o Reino Unido, com a participação do negociador-chefe do lado europeu, Michel Barnier, e à luz do atual impasse nas negociações quando já resta muito pouco tempo para terminar o chamado período de transição, no final do ano, data em que os britânicos abandonam em definitivo a UE.

"É no interesse de ambas as partes ter um acordo em vigor antes do fim do período de transição. No entanto, isto não pode suceder a qualquer preço. Os próximos dias são decisivos", escreveu Charles Michel, que ainda hoje à noite participará numa videochamada, juntamente com Von der Leyen, com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, numa das derradeiras tentativas de desbloquear o impasse que dura há meses.

No jantar de trabalho de quinta-feira, o `menu` contempla um debate de orientação sobre a forma de a UE atingir os seus objetivos climáticos, depois de, em dezembro passado, o Conselho Europeu se ter comprometido com a meta de a Europa atingir a neutralidade climática até 2050 e de a Comissão ter proposto um novo objetivo intercalar de uma redução de pelo menos 55% das emissões até 2030.

Na sexta-feira, os trabalhos são retomados com uma discussão estratégica sobre as relações da Europa com África, tendo em vista a futura reunião com os líderes da União Africana.

"O nosso objetivo é renovar e aprofundar as nossas relações políticas, levando-as para um nível mais elevado, com base no respeito mútuo e na vontade de respeitar os interesses de cada parte", escreveu Charles Michel na carta-convite para o Conselho Europeu.

Na semana passada, o primeiro-ministro António Costa, que representará Portugal na cimeira, deu já como certo que a cimeira entre a União Europeia e a União Africana (UA) só se vai realizar em 2021, pondo fim à incerteza que tem envolvido a data da reunião.

"Estamos certos de que a cimeira UE-África em formato pleno só se irá realizar em 2021", disse o primeiro-ministro na Assembleia da República, no debate preparatório do Conselho Europeu, acrescentando que antes disso, a 09 de dezembro, realiza-se uma "reunião em formato restrito" com líderes da UA.

Depois da discussão sobre África, os líderes concluem os trabalhos da cimeira abordando outros assuntos prementes de política externa e o debate sobre a situação da pandemia da covid-19.

 

Tópicos
pub