Bruxelas. Independência energética domina segundo dia do Conselho Europeu

por RTP
Os chefes de Estado e de governo da União Europeia concentram-se esta sexta-feira nas respostas à crise dos preços da energia Vassil Donev - EPA

Os líderes dos países-membros da União Europeia completam esta sexta-feira dois dias de trabalhos de um Conselho Europeu subordinado aos impactos da invasão russa da Ucrânia. As políticas energéticas e as respostas à escalada dos preços, alimentada pela guerra, dominam agora a agenda.

Foram três as cimeiras realizadas na quinta-feira em Bruxelas: os líderes da NATO estiveram reunidos para reforçar o compromisso de apoio em material de guerra às autoridades da Ucrânia; reuniu-se, em seguida, o G7 e teve início, por último, um Conselho Europeu que abriu as portas ao presidente norte-americano, Joe Biden.

Os chefes de Estado e de governo da União Europeia concentram-se esta sexta-feira nas respostas à crise dos preços da energia - desde logo, em caminhos para tornar o bloco independente face ao petróleo, gás e carvão oriundos da Rússia de Vladimir Putin.

Isso mesmo ficou inscrito na carta-convite que o presidente do Conselho Europeu remeteu aos líderes, depois do compromisso de há duas semanas na cimeira informal de Versailles, em França. O objetivo, escreveu Charles Michel, passa por “eliminar gradualmente a dependência das importações russas de gás, petróleo e carvão o mais rapidamente possível”, o que implica “tomar medidas imediatas para salvaguardar o aprovisionamento energético para o próximo inverno”. “Gostaria também que abordássemos urgentemente a forma como, nas próximas semanas e meses, poderemos aliviar a pressão dos preços elevados da energia sobre os nossos cidadãos e empresas”, acrescentou Charles Michel.

O correspondente da RTP em Bruxelas, Duarte Valente, sintetizou na última noite o que se espera deste segundo dia de trabalhos.
Em concertação com Espanha, o Governo português vai colocar a tónica na necessidade de se concluir as interconexões de energia entre a Península Ibérica e o resto do Velho Continente.
Andrea Neves, correspondente da Antena 1 em Bruxelas

Ouvido na quarta-feira em sede de Comissão Permanente da Assembleia da República, António Costa adiantava que defenderia junto dos homólogos europeus uma intervenção na formação de preços no mercado.

“Há uma proposta que Portugal e Espanha trabalharam e a qual a Espanha continua a apoiar, assim como a Itália e Grécia, entre outros, visando a fixação de um teto máximo para o preço de referência do gás”, assinalava então o primeiro-ministro.

“Por essa via, poderemos evitar a contaminação do preço da eletricidade pelo crescimento não controlado do preço do gás. É uma solução bem equilibrada que pode resolver o problema”.

Esta sexta-feira, os chefes de Estado e de governo dos 27 adotam também a denominada “bússola estratégica”, que rege a política de defesa da União Europeia para a próxima década. Recorde-se que este documento mereceu no início da semana a luz verde dos ministros europeus dos Negócios Estrangeiros e da Defesa.

c/ Lusa

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